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Arte, Crônicas e Poesia

Vazio impaciente

Publicado em 01/08/2023 às 12:40

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O ano chegou à sua metade, uma celeridade absurda e, ao mesmo tempo, de percepção vaga. A luta para sobreviver impõe um “desligar-se”, seguir empurrando a pedra de uma maneira aparentemente feliz. Por mais que as pessoas têm contado excessivamente suas mazelas mentais, em uma disputa tétrica de quem está mais doente, num cenário de almas miseráveis em batalhas infindáveis.

As perguntas são muitas e as respostas poucas. Acordamos, nos arrumamos e saímos para o dia com a certeza de ao final voltarmos para casa, pouco questionando o porquê disso, a sobrevivência não aceita argumentos, a vida prática impõe a sujeição às regras e a anulação de si. Dia após dia ao olhar no espelho vai percebendo que a imagem vai perdendo a nitidez, o brilho, e um ser opaco é refletido. Existe algo a ser feito?

A vida não permite rascunho, o que é desenhado, não importa como ficou, sempre virá à tona, e sempre terão mais críticas do que elogios. Entretanto, ao ficar mais velho vai observando que nos elogios encontra a raiz das maiores traições.

Existem dias que não entendemos absolutamente nada, um desvario completo, não importa as experiências passadas, para certos problemas somos todos crianças incautas. Acordamos pela manhã repleto de certezas, ao decorrer do dia descobrimos que nada saiu como esperado, sempre tem pormenores que escapam.

Muito agradável visitar cidades pequenas e ficar observando como as pessoas ficam ali sentadas por horas, muitas vezes olhando para o nada, olhar contemplativo sobre a vida. Quanto tempo não olhamos para o céu e ficamos admirando as nuvens? Parece que cada vez mais a liberdade de viver está sendo escassa, nosso tempo é sempre do outro.

Escutei de um homem contemporâneo que a vida não espera e as contas também não. Homens assim são conhecidos como pessoas pragmáticas, fazem conta de tudo e numericamente tudo parece entender. Diante de tanto saber prático, eu o interroguei: quantos dias ainda viverá? Após uma expressão de desagrado, houve um silêncio tétrico. De fato, nem ele e nem ninguém consegue responder essa pergunta. Mas, muitos vivem como se soubessem, acreditam sempre na chegada de um amanhã.

E não é certo que virá, como nada é certo na vida, a não ser a despedida e a partida.

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