
Arte, Crônicas e Poesia
Vagar
Publicado em 18/02/2025 às 09:08


Vagarosamente meus pés chegam até o limiar, tanto que corri, muito que tropecei, nas alegrias rodeados de pessoas, nas adversidades cercado de críticas. Quem estende a mão para o aflito?
A jornada se faz solitária, em segredo, mistérios e lágrimas, mas o semblante austero aprendeu a disfarçar o coração angustiado, certo que não há palavras, não existe acalento. Saudades ó passarinho! Voavas sobre as nuvens, crentes de ser dono do céu.
O voo chegou ao derradeiro destino, estranhamente comum, nunca visto, mesmo assim tudo é visto e sentido como outrora. Cuide bem das asas ó passarinho, que chegue cansado, inevitável, as suas feridas são sempre escolhas.
Não tem lugar as lamentações, sempre tão pueris, nada ensinam, de nada acrescentam. Guarde para si o maior tesouro, a sua história, boa ou ruim, pouco importa, isso é eterno, eternamente gravado no seu coração. Em sua misericórdia, Deus nos deu tudo, pouco somos gratos, infelizes por tudo.
A cada dia mais questionamentos surgem, certamente nunca serão respondidos, mas não nos falta a ilusão de quem sabe um dia tudo fazer sentido, entendermos claramente o rumo e origem de tudo. Tenho a impressão de estarmos cada vez mais perdidos, as ilusões de riqueza, prazer, poder, estão ligeiramente dissipadas e isso traz o desespero, a paralisia. Parece insuportável seguir apenas por seguir.
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