POMERANA

Coluna Pomerana

Uma relação entre os Frísios e os Pomeranos

Publicado em 28/02/2019 às 13:44

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frisios1Muito se tem discutido ultimamente sobre a origem do povo pomerano. São eslavos? São saxões? São frísios? Na verdade, qualquer tentativa de responder a estas perguntas apenas aumenta a incerteza. Se tentamos comparar o idioma dos pomeranos com as línguas dos países nórdicos, dos ingleses ou dos dina-marqueses, certamente observaremos grande semelhança entre elas. Isto aumenta a certeza de que se trata de um grande “parentesco” entre todas essas línguas.

Tentemos agora avaliar alguns dados da própria tradição dos pomeranos. Facilmente identificamos alguns fatos no mínimo curosos. Assim, por exemplo, há alguns fatores relacionados ao comportamento social dos diferentes grupos populacionais desse povo. Tentemos observar as suas tradições, as festividades e a própria atividade laboral. As festas pomeranas sempre seguem um ritual, onde os organizadores se esforçam em demonstrar aos convidados os diferentes aspectos da sua cultura, da vestimenta e das tradições.

Dentro de uma visão geral facilmente podemos nos dar conta de que na Alemanha, como também na Pomerânia, facilmente se identifica a procedência (geográfica) das pessoas, ou seja, as diferentes regiões deixam características inconfundíveis nos seus emigrantes. Lógico, temos que conhecer um pouco da história destes diferentes povos. Assim, por exemplo, muitos dos trajes dos pomeranos podem ser relacionados com a vida junto ao mar (Báltico).

Atrás disto, a história de migração, das guerras, de massacres das populações e de novos assentamentos, seja de guerreiros, de agricultores, de pescadores e da própria luta pela sobrevivência, acabou se incorporando na sua música, na sua indumentária e nos seus contos.

Aqui vale citar os frísios, um desses povos que entraram na recomposição da população da região da Pomerânia. Mas quem eram os frísios?

frisios2A literatura assinala a possibilidade dos frísios terem vindo do norte da Dinamarca há cerca de 2.500 anos e terem se fixado no norte da Holanda e da Bélgica, sobretudo nas ilhas próximas da costa.

Já entre os anos de 400 e 785 d.C chegaram a constituir um reino que compreendia toda essa costa do Mar do Norte.

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Com a chegada dos vikings, esse reino deu lugar a pequenos feudos, governados por conquistadores nórdicos ou constantemente atacados por esses guerreiros do mar.

Nos anos entre 785 e a virada do milênio, muitas ilhas frisias também serviram de base para os vikings da Noruega ou da Dinamarca fazerem as suas incursões que se estenderam até o Mediteraneo.

Já um pouco mais tarde, por volta dos anos de 1170 até 1180, por ocasião da fundação do mosteiro de Belbuck em Treptow, na Pomerânia, um grande número de frísios oriundos desta região foi assentado como trabalhadores braçais nestas áreas, para onde também trouxeram os seus costumes, a sua experiência no trabalho na terra e sua indumentária camponesa.

Esses assentados também já estavam familiarizados como a vida no mar e passaram a formar novos povoados e aldeias junto ao Mar Báltico, desde a cidade de Wollin até Köslin (Koszalin). Uma grande parte desses imigrantes, com o tempo, também passou a se dedicar à pesca.

frisios4O povo frisio, mesmo tendo perdido a sua autonomia, continuou vivendo junto à costa do Mar do Norte. Já no decorrer do século XVIII os territórios situados mais ao sul passaram a fazer parte do reino dos francos. Sob aspecto religioso, a chamada “Magna Frisia”, isto é, todo o território ocupado por este povo, continuava sendo um estado pagão; entretanto, as tentativas de subjugar os frísios para a sua cristianização persistiram durante alguns séculos.

Entre 1100 e 1400 também a região de Saterland, na Alemanha norte-ocidental foi colonizada por frísios e hoje ainda sobrevive uma pequena comunidade com este mesmo nome, onde desde agosto do ano de 2010 alguns dos seus descendentes, com apoio financeiro da administração do governo da Estado de Niedersachsen, tentam reavivar as suas tradições e o uso cotidiano da língua frísia.

frisios5Com o passar dos séculos, toda a costa pomerana do Mar Báltico, com a sua extensão de 475 km, passou a ter uma população constituída basicamente de pescadores. Seus costumes e, sobretudo, a sua indumentária foi sendo ajustada, até em função de uma adaptação às necessidades de trabalho na pesca, ou seja, passaram a ter uma forte vinculação com a sua atividade junto ao mar.

É o que ainda hoje podemos ver nos trajes de muitos dos nossos grupos de danças folclóricas.

 

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