Arte, Crônicas e Poesia
Totem da dor
Publicado em 27/01/2022 às 08:40
Ao iniciar um novo ciclo, grandes são as expectativas e os desejos, muitas promessas são feitas. E assim caímos no porvir da vida. Neste ano já nos deparamos com muita tristeza e destruição. Além da perda dos bens materiais, as tragédias costumam levar a esperança.
A dor é algo muito individual e como combatê-la acaba assim sendo também, vemos na maioria das vezes a dor deixando a pessoa mais egoísta. O indivíduo exige que o mundo perceba e que faça alguma coisa para extirpá-la.
Outrora e raramente, a dor é transformada em impulso para a felicidade, infelizmente hodiernamente temos visto a saltar dos olhos de todos uma melancolia, índices absurdos de uso de remédios psicoativos, todos sofrem e sentem uma dor perene nas suas almas.
Por que sofremos? Seria possível um mundo sem dor?
Lembro que fiz essas perguntas na sala de aula e o professor me encarou com olhar atônito, foi a pergunta mais relevante que fiz na escola e nunca obtive a resposta. Acredito que tais questionamentos deveriam ser pautados desde o ensino infantil. Ao olhar para minha própria vida não tenho dúvidas que se fosse ensinado mais sobre a dor e tristeza eu teria lidado melhor com elas…
As escolas seguem na busca de formar bons estudantes, homens e mulheres de sucesso, mas não estão preparadas ou não buscam, no mais das vezes, formar homens e mulheres. Seres capazes de lidar com o sucesso e também com o fracasso. “Foguete não tem ré” muitos dizem, mas o que fazer quando tudo dá errado? O que fazer quando a tempestade vem e leva tudo que possui?
Isso ninguém ensina como reagir, muitos pais também desde cedo acreditam que boas escolas e o provimento é o suficiente para formar bons filhos e que se eles obtiverem uma vida financeira estável, a missão foi concluída, mas ficam pasmos quando escutam que os filhos estão tristes ou melancólicos, “afinal eles tem tudo que precisam”. Tem mesmo?
Não é o saldo bancário que determina o sucesso ou fracasso da vida, mas sim sobre conseguir levantar todas as vezes que cair, seja em qual área for, seja a amorosa, familiar, profissional, etc.
Por fim, aproveite a jornada, pois é curta e não tem segunda chance.