Talibãs ordenam decapitação de manequins em lojas do Afeganistão

Publicado em 06/01/2022 às 10:50

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Talibãs ordenaram decapitação de manequins
Montagem iG / Fotos: reprodução

Talibãs ordenaram decapitação de manequins

Os talibãs ordenaram a decapitação da cabeça de manequins das lojas de roupas de Herat, terceira maior cidade do Afeganistão. De acordo com o grupo extremista, os bonecos se opõem à interpretação deles da Sharia, a lei islâmica. A medida vem somada a uma série de outras imposições anunciadas pelo Talibã que limitam liberdades públicas, principalmente para as mulheres.

“Pedimos aos comerciantes que cortem a cabeça dos manequins, porque é contra a lei [islâmica] da ‘Sharia'”, disse o chefe do serviço de Promoção da Virtude e Prevenção do Vício em Herat, Aziz Rahman, à agência de notícias AFP .

Manequins com sacos na cabeça
Reprodução

Manequins com sacos na cabeça


Alguns vendedores tentaram contornar a imposição e usaram sacolas plásticas para cobrir a cabeça dos manequins, mas o ato não agradou o grupo. “Se se limitarem a cobrir suas cabeças, ou esconderem o manequim, o anjo de Alá não entrará na loja — ou em sua casa — para abençoá-los”, afirmou Rahman.

Nas redes sociais, circula um vídeo em que homens cortam as cabeças de manequins femininos usando uma serra. Diversos vendedores da cidade se mostraram indignados com a decisão.

Homem serrando pescoço de manequim
Reprodução

Homem serrando pescoço de manequim


“Como podem ver, cortamos as cabeças dos manequins na loja. Quando não há modelo, como você vende seus produtos?”, questionou Basheer Ahmed. À AFP , o comerciante reclamou que gastou 5 mil afeganis (cerca de R$ 270) em cada manequim.

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Até o momento, nenhuma ordem nacional sobre manequins foi imposta pelo grupo. De acordo com a interpretação estrita deles da Sharia, são proibidas representações humanas, como os bonecos. Devido à crença, o Talibã destruiu várias estátuas históricas de Buda da primeira vez que tomaram o governo do país, entre 1996 e 2001.

Tomada de poder

O grupo armado fundamentalista voltou a comandar o Afeganistão em meados de agosto, após quase 20 anos de intervenção dos Estados UnidosImagens de pessoas desesperadas tentando fugir do país agarradas aos aviões norte-americanos chocaram o mundo.

Esse temor remonta à história do Talibã, que quando dominou o país na década de 1990, aplicou sua interpretação da Sharia, a lei islâmica, e estabeleceu um sistema judicial violento em que mulheres não podiam andar desacompanhadas ou frequentar escolas, acusados de adultério poderiam ser condenados à morte, suspeitos de roubos eram punidos com mutilações, além de televisão, música e cinema serem coisas proibidas, entre outras opressões.

Dessa vez, o Talibã assumiu um discurso moderado para a comunidade internacional, mas o grupo  já impôs diversas medidas restritivas, especialmente às mulheres.

Fonte: IG Mundo

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