Sítio em Marechal Floriano será transformado em parque ambiental
Publicado em 09/06/2019 às 14:04
A preservação ambiental e projetos sustentáveis estão sendo cada vez mais assuntos em evidência. E em Marechal Floriano, um dos municípios com uma das maiores reservas estaduais de Mata Atlântica, um projeto inovador na região promete oferecer espaços especiais para pesquisas, conscientização ambiental, realização de projetos e estudos, além de se tornar o mais novo atrativo turístico regional.
O Instituto Ibietê, localizado em um sítio na localidade de Rio Fundo, já começou a atuar com propostas inovadoras ligadas à área ambiental. Thiago Sudré, filho do engenheiro agrônomo José Luiz Sudré, é o idealizador do projeto, que já tem um time de profissionais contribuindo com as ações no local, o qual irá se transformar em um parque ambiental.
O sonho de Thiago era reflorestar parte do terreno de seu pai para criar uma área de preservação ambiental, recuperando um pouco da fauna e flora que tinha se perdido ao longo do tempo. “Depois de 10 anos de muito trabalho e dedicação, a floresta já tomava conta, com diversas árvores frutíferas, que se tornaram atrativas para diversos tipos de pássaros e animais, que então começaram a repovoar a área recém-recuperada”, contou Thiago.
Depois do resultado do reflorestamento e de vivenciar o impacto positivo, surgiu a vontade de compartilhar essa e outras ideias com mais pessoas. E o Instituto Ibietê pretende apresentar muito mais que projetos de reflorestamento, mas também algo que envolva sentimentos.
Além de um projeto ambiental, a vontade era criar um espaço aberto onde pessoas pudessem debater e aprender sobre sustentabilidade na prática, além de experimentarem vivência com a natureza e apreciarem a vista, as dezenas de espécies de pássaros e os outros animais.
E o nome? Ibietê foi escolhido através de uma junção de duas palavras do vocabulário tupi guarani (tribo indígena local), sendo “IBI” a terra em que pisamos e “ETÊ”, honrado e sincero. Com isso, o nome traz a mensagem de que a terra em que se pisa é honrada e sincera, alinhando isso então aos objetivos do Instituto de ser um espaço de preservação e educação ambiental colaborativo.
OBJETIVOS SUSTENTÁVEIS – Para que o projeto fosse posto em prática, foram definidos seis objetivos estratégicos para direcionar e especificar a área de atuação do instituto: educação ambiental; pesquisa e desenvolvimento; reflorestamento; programas ambientais; resgate de fauna e flora e ecoturismo.
Atualmente, o Ibietê já atua com educação ambiental, oferecendo cursos e vivências sustentáveis com os temas: bioconstrução, permacultura e agrofloresta. Além disso, o Instituto promove o Repense, um programa ambiental colaborativo que tem como objetivo unir facilitadores e voluntários, abrir ambientes de discussão e compartilhamento e promover vivências e oficinas sobre o tema proposto.
Parque ambiental deve ser o novo atrativo turístico do município
A partir do desenvolvimento da primeira etapa do projeto, que se destina ao desenvolvimento da área de cursos e capacitações, assim como das hospedagens, área de vivências e práticas agroecológicas, será possível desenvolver, em conjunto com parceiros, pesquisadores, produtores rurais, turistas e comunidade local, um parque agroecológico.
A segunda etapa será a construção efetiva do parque, com as praças temáticas para cada um dos elementos (fogo, água, vento e terra), o parque infantil com brinquedos temáticos e sustentáveis, o restaurante com alimentação natural e orgânica e diversas outras estruturas que visam ensinar e conscientizar os visitantes para as práticas sustentáveis necessárias que poderão ser levadas para o dia a dia, seja em casas, sítios ou áreas urbanas.
Atualmente existem cerca de 30 leitos de hospedagem para os participantes dos cursos que já ocorreram e que estão programados para os próximos meses. Entretanto, com a evolução do projeto, a intenção é ampliar a oferta de hospedagem e atrativos, inclusive com a criação de uma lojinha com vendas de produtos da região.
Voltado ao ecoturismo, o Instituto irá desenvolver programas que visem maior conexão da comunidade local e turistas com a natureza e com as melhores práticas sustentáveis. “Queremos atuar por meio de retiros, hospedagens, alimentação saudável e terapias que tragam o despertar da consciência assim como o autoconhecimento do ser, para que o mesmo possa replicar tais práticas sustentáveis no meio urbano onde vive e levar conceitos de colaboração e cooperação para seus ambientes familiares e profissionais”, contou o fundador do Instituto.
Programa Repense já está em andamento
Criado pelo Instituto Ibietê junto à Grão Germinadora, o Programa Repense foi o primeiro a ser colocado em prática. A ideia é fazer os participantes repensarem, reorganizarem, reavaliarem e reestruturarem novos modelos mentais para uma vida mais autêntica, alegre e realizada.
“O Programa Repense leva em consideração que todos os indivíduos têm suas bagagens e opiniões válidas para fortalecer um coletivo mais consciente e colaborativo”, disse Thiago. E para participar, foram desenvolvidos pacotes, onde o participante pode pagar um valor mensal e participar de um número específico de encontros aos fins de semana, de acordo com a assinatura contratada.
“É uma formação para a Nova Era, para ampliarmos a visão e realizarmos transformações pessoais, seja sobre estilo de vida, padrão de consumo, autocuidado, meio ambiente, sustentabilidade, carreira, educação, alimentação, saúde e relacionamento com a natureza”, explicou Sudré.
Ao realizar uma assinatura, a pessoa também terá acesso a uma plataforma de ensino a distância, que terá todo o conteúdo das vivências e materiais extras para o estudo.Para aprofundar ainda mais o conhecimento, foram criados grupos de estudos e debates no Whatsapp.
E há muitos planos para se desenvolver no sítio. Entre eles, a atuação como agente de produção de pesquisas agroecológicas, permacultura e fauna e flora associada à Mata Atlântica. Pretende-se criar um centro de pesquisa e espaço de coworking para profissionais e empreendedores que atuem na área ambiental, apoiando projetos e negócios com cunho sustentáveis. Também serão difundidos os conhecimentos por meio digital ou através de cursos e vivências que capacitem produtores rurais e a comunidade local.
Segundo Thiago Sudré, para que o parque se torne realidade, será preciso investimentos de parceiros, já que os valores cobrados com as vivências aos fins de semana não serão suficientes para implementar todos os projetos. “Estamos em busca de investidores, pois acreditamos muitos nesse projeto, que é inovador no Estado e o tema é uma tendência mundial”, destacou.
Para quem quiser acompanhar a programação e saber detalhes sobre as vivências, basta acessar o site: www.ibiete.org.br.