Sindicato dos médicos pede apuração em situação do Hospital de Domingos Martins
Publicado em 25/05/2018 às 14:36
Após o anúncio da renúncia de toda a diretoria da Fundação Hospitalar e de Assistência Social de Domingos Martins (Fhasdomar), mantenedora do Hospital Dr. Arthur Gerhardt (HMAG), de Domingos Martins, o Sindicato dos Médicos do Espírito Santo (Simies), pede rigor na apuração da condução da administração, e cobra o nome de quem responderá pelo hospital após a renúncia da direção. Segundo ele, a falta de transparência traz desconfiança e falta de credibilidade.
“O hospital não pode fechar. Estamos preocupados com o atendimento da população que depende desse hospital para ser atendida nos momentos mais delicados, que é em casos de problemas de saúde. Não aprovamos a atitude da diretoria, de largar, de uma hora para outra, o hospital sem comando. Sabemos da delicada situação em que passa a instituição, e essa não é a atitude adequada diante de todas as dificuldades do hospital”, destaca o presidente do Simes, o médico Otto Fernando Baptista.
Otto também se diz preocupado com a situação dos médicos, enfermeiros e demais funcionários do hospital. “Juntamente com o Conselho Regional de Medicina, visitamos o hospital há duas semanas, e pudemos ver de perto que os médicos precisam de mais estrutura para trabalhar, os salários estão há mais de dois meses atrasados e aos finais de semana não está tendo pediatras. E agora, sem a direção, essa situação poderá ainda se agravar. Queremos um posicionamento sobre a pediatria e a maternidade. Isso afeta o Pronto Socorro, a enfermaria e não tem pediatra para assistir aos partos. Não queremos que as gestantes precisem descer para a Grande Vitória para terem seus filhos”, lamenta Otto.
De acordo com o presidente do Simes, a maior preocupação é com os atendimentos à população. “Isso é inaceitável. Os Conselhos Municipais de Saúde dos municípios da Região Serrana, o Ministério Público Estadual, o Ministério Público do Trabalho do Espírito Santo, o GAECO (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado), o Ministério da Saúde e o SUS deverão exigir explicações. É dinheiro público que está sendo administrado. A principal vítima é a população. Vamos acompanhar de perto e cobrar explicações”, afirmou o presidente do Sindicato dos Médicos.
Na tarde de ontem a primeira promotora de Justiça de Domingos Martins, Noranei Ingle, informou que foi requerida a intervenção da fundação, mas ela não disse quando será nomeado esse interventor, e nem quem será a pessoa responsável.
Segundo a até então diretora-presidente da Fhasdomar, Gerusa Nazareth, o acordo de renúncia, que foi coletivo, tem como objetivo preservar o hospital. Gerusa lembra que o atual mandato terminou em abril, mas como a prestação de contas não foi realizada, novas eleições não puderam ser executadas.