Saúde pode perder Dr. Manoel, mas ele afirma que quer continuar atendendo

Publicado em 25/10/2017 às 12:37

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Saúde é coisa séria. E contar com profissionais de ponta e ao mesmo tempo, humanos e amigos, chega a ser um alívio para quem precisa dos serviços da saúde pública. Em Domingos Martins há profissionais assim. Um deles é Manoel de Oliveira Barcelos Junior, ou como é tão conhecido: Doutor Manoel, médico ginecologista e obstetra.

São cerca de 3 mil partos, incontáveis pacientes e inúmeras cirurgias ginecológicas realizadas. Esse é o saldo de 36 anos de trabalho do Dr. Manoel, em Domingos Martins. Ele, que dedicou a vida a servir e contribuiu para o desenvolvimento da saúde na cidade, conquistou sua merecida aposentaria desde setembro.

Mas para quem imagina que o Dr. Manoel pensa em parar se enganou. Ele está decidido a continuar na ativa. Além de forte envolvimento com a comunidade, Dr. Manoel destaca que está ótimo fisicamente e no ápice de seu conhecimento e habilidade médica.

“Sou médico e espero retornar e me dedicar ao povo que precisa, como sempre fiz”

Por tudo isso, o médico avalia que um afastamento das atividades por aposentadoria seria um prejuízo à população. “Fiquei triste em receber a notícia da Prefeitura que seria privado de dar assistência cirúrgica aos pacientes agendados pela Secretaria de Saúde. O argumento foi de que eu não poderia ser contratado por estar aposentado”, explicou o médico.

Mesmo entendendo que a aposentadoria é um direito e uma conquista, Manoel deseja continuar servindo à cidade com toda sua disponibilidade. “Eu não estou me aposentando do exercício das minhas atividades profissionais. As décadas nesta atividade me garantiram o sustento e a experiência que podem ser aproveitadas para melhor servir à população”, disse.

“O prefeito manifestou que tem interesse que eu continue e que estaremos conversando”

Nessa entrevista, o médico comenta sobre sua experiência profissional e seu desejo de continuar trabalhando e da expectativa quanto ao posicionamento da Prefeitura e do prefeito.

Dr. Manoel, quando o senhor começou a atuar em Domingos Martins?

Eu me formei em 1983 e comecei a trabalhar na cidade em 1984. Já fiz cerca de 3 mil partos em Domingos Martins.Tenho 36 anos de atuação profissional, 33 como médico. Antes, fui professor por três anos. Também fui Secretário de Saúde do município, cargo que me permitiu inaugurar inúmeras unidades sanitárias rurais, das quais a maioria ainda está em funcionamento. Também implantamos vários programas de saúde, como o da Mulher, que evoluiu com o passar das novas administrações e investimentos. A saúde de Domingos Martins engatinhou conosco e hoje está num bom patamar.

É fato que cerca de 90% das cirurgias ginecológicas do município são realizadas pelo senhor?

Sim, pelo menos 90% dessas cirurgias ficam comigo. Com anos de exercício, adquiri mais habilidade, destreza e capacidade no meu ato médico, o que proporciona resultados saudáveis para a população. Porém, em setembro, fui aposentado como funcionário público por tempo de contribuição, o que me fez perder o vínculo com o hospital e o afastamento das cirurgias eletivas. Sou médico e espero retornar, trabalhar e me dedicar ao povo que precisa, como sempre fiz.

A aposentadoria é direito, mas é seu desejo continuar atuando?

Claro, a aposentadoria digna é um direito de quem trabalha. Mas eu não quero ser privado, de forma alguma, do meu ato médico. As mulheres, as mães, as famílias de Domingos Martins vão perder com isso. A reação de pacientes e família é de decepção, frustração e indignação. Todos sabem que estou pronto e no momento certo de estar produzindo, mas estou sendo privado disso. Tenho esse desejo, energia e saúde para continuar.

Para o senhor seguir atuando no hospital é preciso renovar o contrato. O prefeito Wanzete Krueger que é atento às necessidades do povo e conhece bem o seu papel como médico pode intervir nisso?

Sim, o prefeito já manifestou que tem interesse que eu continue e que estaremos conversando sobre isso. É meu desejo continuar contribuindo e servindo com meu conhecimento e preparo em prol da saúde do município, que tanto carece. Não pretendo virar as costas para a população, pois essa é a missão da minha vida.

O senhor também é vereador da cidade. Sua atividade e experiência na saúde como médico influencia sua vida política?

Totalmente. Eu senti a necessidade de entrar na política, pois muitas coisas que eram necessárias para favorecer a população eram possíveis de serem conquistadas através dessa área. Vou dar um exemplo: o aparelho de ultrassom que hoje serve a toda a comunidade feminina. Eu me capacitei para manuseá-lo com meus próprios recursos e ajuda da Prefeitura.

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