Santiago 2023: Em dia mais dourado no Parapan, Brasil chega a 200 medalhas
Publicado em 23/11/2023 às 16:38
Foto: Ana Patrícia/CPB
O quinto dia de competições dos Jogos Parapan-Americanos Santiago 2023 teve uma cena repetida muitas vezes: brasileiros no lugar mais alto do pódio. Das 46 medalhas conquistadas pelo país no dia, 25 foram de ouro (outras 10 de prata e 11 de bronze). Além disso, o Brasil ainda pôde comemorar outra marca expressiva nesta quarta-feira (22), mais de 200 pódios na competição.
Com os resultados do dia, o Brasil segue consolidado na liderança do quadro de medalhas do Parapan, chegando a 201 medalhas (92 de ouro, 55 de prata e 54 de bronze). Os EUA seguem na segunda posição, agora com 88 medalhas, sendo 29 ouros, 30 pratas e 29 bronzes. A delegação colombiana vem na sequência, com 92 pódios conquistados, atrás dos EUA pela quantidade de ouros: 26. Além disso, a Colômbia soma 38 pratas e 28 bronzes.
Para esta edição, a delegação brasileira conta com 324 atletas, 190 homens e 134 mulheres, oriundos de 23 estados e do DF, em 17 modalidades. Desses competidores, 51 têm até 23 anos, 108 são cadeirantes, 132 são estreantes no evento continental, 72 treinam nos Centros de Referência do Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB) e 11 disputaram o Parapan de Jovens, em Bogotá, Colômbia, no último mês de junho.
A 200ª medalha da delegação brasileira veio na natação, com a prata do carioca Thomaz Matera nos 50m livre das classes S12/13 (baixa visão). A prova teve dobradinha brasileira, com Douglas Matera (irmão de Thomaz), levando sua quarta medalha de ouro em provas individuais no Parapan. Ele ainda estabeleceu o novo recorde da competição, com o tempo de 25s56, superando sua antiga marca, de 25s85.
Os irmãos Matera ainda fizeram dobradinha nos 100m livre da classe S12. Douglas, que ficou com o ouro, quebrou outro recorde parapan-americano. Com a marca de 56s45, ele superou o tempo de 56s70 do colombiano Daniel Giraldo, registrado em Lima. Giraldo ficou com a prata na prova desta quarta-feira, 22, seguido por Thomaz Matera.
No total, foram 27 medalhas da natação no dia: 16 de ouro, cinco de prata e seis de bronze. Além das dobradinhas da família Matera, o Brasil subiu ao pódio com pelo menos dois atletas em outras oito ocasiões.
Nos 200m medley da classe S14 (deficiência intelectual), o único pódio com três brasileiras. A mineira Ana Karolina Soares ficou com a medalha de ouro, com o tempo de 2min37s35, seguida pelas irmãs Débora e Beatriz Carneiro, com prata e bronze, respectivamente.
O Brasil também fez dobradinhas nos 100m peito da classe SB5 (comprometimento físico-motor), com a mineira Laila Suzigan (ouro e a paulista Esthefany Rodrigues (prata com 2min06s07); nos 50m livre da classe S4 (comprometimento físico-motor), com a carioca Lídia Vieira, que venceu a prova, e Patrícia Santos, que ficou com a prata; nos 50m livre da classe S6 (comprometimento físico-motor), com as mineiras Laila Suzigan (ouro) e Mayara Petzold (bronze); e nos 400m livre da classe S9 (comprometimento físico-motor), com ouro para o paulista Andrey Ribeiro e bronze para o também paulista Victor Santos.
O pernambucano Phelipe Melo, nos 100m borboleta da classe S10 (comprometimento físico-motor), o paulista Gabriel Bandeira, nos 200m medley da classe SM14 (deficiência intelectual) e a potiguar Cecília Araújo, nos 50m livre da classe S8 (comprometimento físico-motor) também conquistaram medalhas de ouro.
Além deles, Mariana Gesteira, Lucas Mozela, Gabriel Cristiano e Cecília Araújo, nos 4×100 medley (34 pontos), fizeram o tempo de 4min38s29 para conquistar a última medalha de ouro do dia na natação.
As dez primeiras medalhas do dia foram conquistadas de manhã, com destaque para as dobradinhas da pernambucana Carol Santiago e da paraense Lucilene Sousa. Nos 100m livre da classe S12, ouro para Carol e prata para Lucilene. Nos 50m livre da classe S13, ouro para Carol e bronze para Lucilene – a 1500ª medalha brasileira em Jogos Parapan-americanos.
Atletismo
O Brasil conquistou 13 medalhas no atletismo, com quatro ouros, cinco pratas e quatro bronzes, com três dobradinhas brasileiras: no lançamento de dardo da classe F54, no salto em distância das classes T11 e T12 e no arremesso de peso da classe F55.
Bicampeão paralímpico e tricampeão mundial, Alessandro da Silva ficou com a medalha de ouro no lançamento de disco masculino F11 (atletas cegos), com a marca de 44,95m. O paulista de 39 anos fez a sua estreia na atual edição do Parapan-Americano. Ele ainda disputa a prova do arremesso de peso.
“Eu vim para fazer o meu melhor e foi com a medalha. Agora, é ir em busca do tricampeonato no arremesso de peso nos Jogos Parapan-Americanos e, no ano que vem, em busca do tetra [mundial] no lançamento de disco. História a gente está fazendo. Quero agradecer a todos que sempre me dão força para que a gente chegue para fazer o melhor”, disse Alessandro, após a vitória.
No salto em distância das classes T11 e T12 (cegos e baixa visão), dobradinha com a paranaense Lorena Spoladore, que ficou com o ouro, e a carioca Alice de Oliveira, que garantiu a medalha de prata, enquanto o carioca Wallace Santos ficou com o ouro e o pernambucano Sandro Varelo com o bronze no arremesso de peso da classe F55 (atletas que competem sentados). Outro pódio duplo aconteceu no lançamento de dardo da classe F54 (cadeirantes), com a mineira Poliana de Sousa (prata) e com a paulista Beth Gomes (bronze)
O paulista Caio Vinicius Pereira conquistou a medalha de ouro no arremesso de peso da classe F12 (baixa visão). Com 14,50m, ele ainda quebrou o recorde parapan-americano (8,74m), que pertencia ao dominicano Alfonso Encarnación.
A paraense Fernanda Yara, nos 400m da classe T47 (deficiência em membros superiores), o capixaba Marcos Vinícius de Oliveira, nos 400m da classe T12 (baixa visão) e a baiana Samira Brito, nos 200m da classe T36 (paralisia cerebral), conquistaram medalhas de prata em suas provas.
O rondoniense Cristian Ribera ficou com o bronze nos 800m da classe T53/54 (cadeirantes). Além dele, a carioca Julyana Silva conquistou a medalha de bronze. Ela ficou na terceira posição no lançamento de disco da classe F57 (atletas que competem sentados).
Bocha
No primeiro dia de disputas de medalhas na bocha, o Brasil conquistou cinco: quatro de ouro e uma de bronze. A pernambucana Andreza Vitória venceu na categoria BC1 (que tem opção de auxiliar), enquanto o cearense Maciel Santos foi o melhor na BC2 (que não têm auxílio). Na categoria BC3 (atletas que contam com auxílio de calheiro), Mateus Carvalho venceu no masculino e Evelyn de Oliveira foi ouro no feminino.
Nascida em Recife, Andreza, 22, garantiu seu título em vitória contra Yushae Andrade, de Bermudas, e garantiu mais uma marca importante para a sua carreira. Em 2022, no Rio de Janeiro, ela já havia se sagrado campeã Mundial da modalidade.
Maciel Santos, 38, que tem paralisia cerebral, repetiu o resultado conquistado no individual dos Jogos de Lima, em 2019, e saiu com o ouro no Parapan de Santiago, vencendo na final o canadense Danik Allard.
O mineiro Mateus Carvalho, 30, venceu Rodrigo Romero por 5 a 4 para ficar com a medalha de ouro. Já a paulista Evelyn Oliveira venceu Stefania Ferrando, também da Argentina, e também por 5 a 4, na final, garantindo o bicampeonato parapan-americano.
O paulista José Carlos Chagas levou a medalha de bronze na classe BC1 ao vencer, de virada, Omar Hayward, de Bermudas, por 4 a 3. Foi a sexta medalha do brasileiro em Jogos Parapan-Americanos. Ele já havia conquistado o bronze no individual em Guadalajara, em 2011, ouro no individual e por equipes em Toronto, em 2015, e a medalha de prata no individual e por equipes em Lima, em 2019.
Futebol de cegos
A Seleção Brasileira de futebol de cegos perdeu para a Argentina por 1 a 0, nesta quarta-feira (22), pela penúltima rodada da fase de classificação. Agora, a equipe terá de derrotar o Peru nesta quinta, 23, às 18h (de Brasília), e torcer contra os colombianos para não ficar de fora da final, marcada para sábado, 25, às 20h (de Brasília).
Foi a primeira derrota da equipe brasileira no torneio, após vitórias sobre México (1 a 0), Chile (2 a 0) e Colômbia (1 a 0). Os resultados deixaram os argentinos na liderança, com 12 pontos, seguidos de colombianos e brasileiros, ambos com nove. Porém, a Colômbia leva vantagem sobre o Brasil no saldo de gols (7 a 3).
Futebol PC (paralisados cerebrais)
Ainda pela primeira fase da competição, a Seleção Brasileira venceu o Chile por 4 a 0. Cesar Batista e Leonardo Morais marcaram no primeiro tempo. Leonardo ainda marcou no início da segunda etapa, enquanto Lucas da Silva fechou o placar nos acréscimos.
Com o resultado, o Brasil chegou à quarta vitória em quatro jogos e é líder isolado da competição, com vaga já garantida nas semifinais. Na próxima rodada, a última desta fase, a Seleção enfrenta a Venezuela. O jogo é nesta quinta-feira, 23, às 14h30 (de Brasília).
Basquete em cadeira de rodas
Nas quartas de final da chave masculina, o Brasil foi derrotado pela Argentina por 62 a 43 e está fora da disputa por medalhas.
Os brasileiros começaram bem, equilibrando a partida até o intervalo, que terminou com vantagem de três pontos para os argentinos. Os adversários dominaram o confronto a partir do terceiro quarto, impondo diferença maior no placar final.
Já a equipe feminina faz a semifinal contra os Estados Unidos nesta quinta-feira, 23, às 20h30.
Rúgbi em Cadeira de rodas
Na semifinal, a Seleção Brasileira foi derrotada pelo Canadá por 60 a 45. Enquanto os canadenses avançam à final, que será contra os EUA, o Brasil enfrenta a Colômbia nesta quinta-feira, 23, na disputa pela medalha de bronze.
Tênis em cadeira de rodas
Gustavo Carneiro Silva foi derrotado pelo chileno Alexander Cataldo nas quartas de final da chave masculina simples por 2 sets a 0 (6/1 e 6/4). Com isso, o brasileiro está fora da briga por medalhas.
Já Daniel Rodrigues venceu o norte-americano Conner Stroud por 2 sets a 0 (6/3 e 6/2), e garantiu um lugar nas semifinais. O brasileiro volta à quadra nesta quinta-feira, 23, para encarar o argentino Gustavo Fernandez por um lugar na final do torneio.
Na chave de duplas masculina, jogando juntos, Gustavo e Daniel venceram os venezuelanos Orlando Bello e Miguel Godoy por 2 sets a 0, com parciais de 6/1 e 6/0, e garantiram lugar na semifinal. Agora, eles enfrentam os norte-americanos Conner Stroud e Casey Ratzlaff por vaga na decisão.
Na semifinal da chave de duplas do quad, Leandro Pena e Ymanitu Silva precisaram de três sets para superar os colombianos Daniel Campaz e Albeiro Moreno (4/6, 6/0 e 10/5). Na disputa pelo ouro, a dupla brasileira enfrentará os chilenos Diego Pérez e Francisco Cayulef.
Na semifinal da chave de duplas feminina, Maria Fernanda Alves e Meirycoll Duval venceram as colombianas Angelica Bernal e Johana Martínez por 2 sets a 1 (7/6(3), 5/7 e 10/7). Nesta quinta-feira, 23, as brasileiras voltam à quadra para encarar as norte-americanas Maylee Phelps e Dana Mathewson na disputa pelo ouro.
Patrocínio
As Loterias Caixa e a Braskem são as patrocinadoras oficiais do atletismo.
As Loterias Caixa são a patrocinadora oficial do basquete em cadeira de rodas, rúgbi em cadeira de rodas, natação, bocha, futebol de cegos e goalball.
Programa Loterias Caixa Atletas de Alto Nível
Os atletas Andressa Vitória, Maciel Santos, Mariana Gesteira, Alessandro Silva, Phelipe Andrew Rodrigues, Samira Brito, Wallace Santos, Beth Gomes, Wendell Belarmino, Laila Suzigan Abate, Lucilene Sousa, Lídia Cruz, Douglas Matera, Ana Karolina Soares, Beatriz Carneiro, Debora Carneiro, Gabriel Bandeira, Gabriel Araújo, Cecília Araújo e Patrícia Santos são integrantes do Programa Loterias Caixa, programa de patrocínio individual da Loterias Caixa que beneficia 91 atletas.
Time São Paulo
Os atletas Alessandro Silva, Ana Karolina Soares, Beth Gomes, Andrey Ribeiro Madeira, Cecília Araújo, Cristian Ribera, Evelyn Oliveira, Juliana da Silva, Lorena Spoladore, Lucilene Sousa, Maciel Santos, Phelipe Andrews Melo e José Carlos Chagas são integrantes do Time São Paulo, parceria entre o CPB e a Secretaria de Estado dos Direitos da Pessoa com Deficiência de São Paulo, que beneficia 106 atletas de 14 modalidades.
Fonte: CPB