Sanções econômicas e recompensa por captura: as reações à posse de Maduro após eleição contestada
Publicado em 10/01/2025 às 14:14
Foto: Freepik
Nicolás Maduro foi empossado nesta sexta-feira (10) para um terceiro mandato presidencial, gerando reações de diversos países, como os Estados Unidos, que criticaram a legitimidade do processo eleitoral. As eleições realizadas em julho de 2024 foram marcadas por denúncias de falta de transparência e perseguição a opositores.
Após a cerimônia de posse, países ao redor do mundo se manifestaram condenando o que chamaram de “desrespeito à democracia”. Entre as respostas estão o aumento da recompensa oferecida pelos EUA para a captura de Maduro, agora fixada em US$ 25 milhões (cerca de R$ 153 milhões), além da ampliação de sanções econômicas contra a Venezuela.
Durante seu discurso de posse, realizado na sede da Assembleia Nacional em Caracas, Maduro afirmou: “Ninguém impõe um presidente à Venezuela”, em referência às pressões internacionais pela divulgação das atas eleitorais. A cerimônia, presidida pelo chavista Jorge Rodríguez, foi o ponto final de um processo eleitoral repleto de acusações de autoritarismo e violência contra opositores.
A oposição, liderada por Edmundo González Urrutia, reivindicou vitória no pleito por meio de uma contagem paralela das atas, enquanto Maduro não apresentou provas da legitimidade de sua reeleição.
Os Estados Unidos, além de aumentar a recompensa pela captura de Maduro, anunciaram novas sanções econômicas, incluindo punições a oito autoridades venezuelanas. A União Europeia e o Reino Unido também ampliaram suas sanções, com os britânicos atingindo 15 pessoas ligadas ao governo Maduro.
“A posse ilegítima de Maduro é mais uma demonstração de desprezo pelas normas democráticas”, declarou a Casa Branca em comunicado.
O cenário também provocou reações na América Latina. A presidente do México, Claudia Sheinbaum, afirmou: “Jamais apoiaremos a criminalização da oposição.” No Brasil, o vice-presidente Geraldo Alckmin classificou a posse de Maduro como “lamentável” e defendeu o fortalecimento da democracia como princípio civilizatório.
Maduro ainda usou o discurso para atacar seus críticos internacionais, incluindo o presidente da Argentina, Javier Milei, a quem chamou de “sádico social”. Milei, por sua vez, é um dos mais contundentes opositores do regime chavista.