Redutor de velocidade é negado para trecho perigoso de rodovia estadual em Marechal Floriano
Publicado em 21/04/2024 às 19:49
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Texto: Julio Huber / Fotos: Divulgação
Após quatro anos de pedidos junto ao Departamento de Edificações e de Rodovias do Espírito Santo (DER-ES) para a instalação de algum equipamento de redução de velocidade – seja um radar ou um quebra-molas – em um trecho da rodovia ES-470, moradores da localidade de Boa Esperança, em Marechal Floriano, receberam a notícia de que não será possível ao órgão do governo estadual atender aos pedidos.
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Desde 2020, data da primeira solicitação oficial junto ao DER, diversos acidentes ocorreram no km 10 da rodovia ES-470, a rodovia Coriolano Guilherme Stein. Moradores dizem que até um ponto de ônibus foi retirado do local, devido ao grande número de acidentes registrados do trecho.
Após receber pedidos de moradores e do vice-prefeito do município, João Cabral Rodrigues Canciglieri, a reportagem do Montanhas Capixabas questionou a assessoria do DER se havia previsão de atender aos pedidos dos moradores. Em nota, o DER, por meio de sua assessoria, disse que: “a equipe técnica avaliou os pedidos e constatou não haver viabilidade técnica no trecho. Informa ainda que os pedidos foram devidamente respondidos”.
Representante legal da Casa do Mel, que fica nesse trecho da rodovia, e presidente da Congregação Evangélica Luterana Santa Cruz de Boa Esperança, Elmar Littig recebeu com revolta a notícia oficial do DER, pela reportagem do Montanhas Capixabas, de que o órgão não irá instalar algum tipo de redutor de velocidade no trecho. “Quase todo mês acontece acidente aqui. Estão esperando acontece o pior para tomar providência”, lamenta Littig.
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O morador Heitor Peterle Schneider, presidente da Associação para o Desenvolvimento Comunitário de Boa Esperança (ADECOBES), informou que no local há um trânsito intenso de veículos que entram em direção à Paróquia de Santa Cruz de Boa Esperança (IELB), principalmente em dias de celebrações. A comunidade possui mais de 300 membros, que participam das programações da igreja.
“É o acesso de diversos moradores, de sitiantes, dos participantes da igreja e da Casa do Mel. Também trafegam veículos de transporte de mercadorias agrícolas e é onde estudantes aguardam o transporte para as escolas. Têm ocorrido diversos acidentes nos últimos anos. Só em 2024 já ocorreram pelo menos cinco acidentes, sendo o último há cerca de 15 dias. São carros que saem da estrada, batida entre veículos e pessoas que caem de moto”, relatou Schneider.
PROTESTO – O presidente da associação lamentou a negativa do DER em instalar um redutor no trecho. “Eles devem estar esperando acontecer algum acidente grave ou até uma morte para poder resolver esse problema. A comunidade está prensando em fazer um protesto e fechar a rodovia para alertar sobre o perigo. Esse é um trecho de tragédia anunciada”, afirmou.
O vice-prefeito João Cabral recebeu com revolta a resposta do DER. Segundo ele, em diversas rodovias estaduais com traçados semelhantes e também perigosos há redutores de velocidade. “Se não dá para instalar um quebra-molas, que seja instalado um radar. Vão esperar morrer alguém para tomar providência?”, questiona Cabral.
Um morador gravou um vídeo mostrando um quebra-molas instalado em uma curva da rodovia estadual ES-165, entre a BR-262 e o município de Afonso Cláudio. Ele afirma que é um trecho parecido com o existente em Boa Esperança. Assista abaixo.
João Cabral lamentou que os inúmeros pedidos não foram atendidos e disse que deve haver uma solução para reduzir a velocidade dos veículos no trecho. “Vejo má vontade do DER em resolver esse problema. Em diversas rodovias do Estado há solução em trechos semelhantes, basta querer”, afirma.
O deputado estadual Vandinho Leite acompanhou representantes dos moradores e o vice-prefeito Cabral no último pedido oficial feito diretamente ao diretor-presidente do DER, José Eustáquio de Freitas, em agosto do último ano. O deputado lamentou a resposta dada pelo órgão estadual. “O que não há viabilidade é o DER continuar vendo acidentes recorrentes e não resolver o problema. Vou relatar o problema diretamente ao governador Renato Casagrande nesta semana”, garantiu o deputado.