Gastronomia
Receita de Tarte Tatin
Publicado em 01/03/2024 às 14:01
Outro jantar na casa de amigos em Domingos Martins e me foi feita a pergunta que já está se tornando tradicional (e que continue assim…): “você leva a sobremesa?” Respondi afirmativamente, como sempre, pois além do prazer da companhia deste casal e de outros que também iriam participar do evento, há o momento da preparação, da pesquisa, da escolha e compra dos ingredientes, enfim, de todo o processo envolvido na confecção de um prato, o que muito me apraz, seja ele doce ou salgado.
Como as maçãs que havia visto no supermercado estavam com boa qualidade e ótimo preço (temos que aliar, sempre, estes fatores!), escolhi preparar esta torta, que já fiz anteriormente e que guarda uma particularidade: ela é invertida, quer dizer, o recheio fica por baixo e a massa por cima!
A sobremesa existe na França desde o século XIX e, como muitas outras receitas, nasceu a partir de um erro. Contam que Mademoiselle Caroline Tatin (pronuncia-se Tatã!), herdeira e cozinheira do hotel batizado com o sobrenome da família, era orgulhosa de sua torta de maçãs. Num dia de distrações, se deu conta de que havia colocado as maçãs para assar sem a massa e, para não perder a receita, rapidamente cobriu as frutas, já caramelizadas. A torta invertida terminou de assar e o doce conquistou (e ainda conquista) a todos.
Vamos, então, colocar “a mão na massa”: para 12 pessoas utilizei 2 kg de maçãs, daquelas não muito grandes, porém firmes. Descasquei-as, cortei-as em 4 na vertical, retirei o miolo e as deixei de molho numa solução de água e suco de um limão, para não escurecerem. Aqueci uma frigideira grande que pode ir ao forno e derreti 150 g de manteiga sem sal, sem deixá-la corar. Juntei uma xícara de açúcar cristal e deixei caramelizar. Quando estava em ponto de uma calda rala, escorri as fatias das maçãs e adicionei-as à frigideira, acomodando-as em círculos. Polvilhei com canela e deixei-as cozinhando tampadas por meia hora, até ficarem macias. Então desliguei o fogo e deixei esfriar.
Para a massa misturei 150 g de farinha de trigo com 120 g de manteiga sem sal gelada cortada em cubinhos e um ovo. Amalgamei bem com as mãos até se tornar uma bola arenosa. Embrulhei-a num filme plástico e levei-a à geladeira, onde ficou por meia hora.
Com as maçãs já cozidas e resfriadas, após a meia hora da massa na geladeira, abri-a num círculo no tamanho da frigideira e as cobri, levando para o forno pré-aquecido a 180 ° por 20 minutos ou até dourar.
Na hora de servir dê uma pequena aquecida, novamente, vire-a num prato grande (esta é a melhor parte: se bobear, vai fazer lambança…) e desenforme-a com carinho, para que os gomos de maçãs dourados pelo caramelo fiquem bem visíveis! E, ainda, o delicioso aroma da canela irá “tomar conta” do ambiente…
Fatie e sirva seus convidados e, se quiser, acompanhe-a com uma bola de sorvete de creme. Eu acho que não precisa, mas… Voilá! Bon appétit e até a próxima!