Coluna Pomerana
Que bandeira carregamos?
Publicado em 16/03/2020 às 16:31
Bandeiras sempre são repletas de significados e cada detalhe tem uma história para contar, afinal, quando as bandeiras e brasões são elaborados, procuram expressar os traços de um povo, seus costumes, suas tradições e suas principais características. Nessa perspectiva, uma comunidade precisa saber a relevância e o significado da “bandeira que carrega”.
No ano que Pomerode completou 60 anos de emancipação, discorremos um pouco sobre alguns aspectos históricos da nossa cidade e da Pomerânia. Um fato relevante foi quando Rio do Testo se tornou distrito de Blumenau em 1934 e se emancipou em 21 de janeiro de 1959. Na ocasião, foi nomeado como o primeiro prefeito provisório Guilherme Alípio Nunes, que governou até 31 de janeiro de 1961, quando assumiu o primeiro prefeito eleito Arnoldo Hass.
A primeira Festa Pomerana criada em 1984 na gestão do prefeito Eugênio Zimmer, ocorreu justamente em comemoração aos 25 anos de emancipação política/administrativa da cidade. Após a emancipação de Blumenau, era hora de Pomerode criar sua própria identidade. Em 18 de fevereiro de 1964 o prefeito municipal Arnoldo Hass institui a lei nº 74 que oficializa o brasão do município. Já em 05 de dezembro de 1969 pela lei nº 202 o prefeito Ralf Knaesel institui oficialmente a bandeira de Pomerode. Essa, apresenta ao centro o brasão do município e duas faixas horizontais, em azul simbolizando o amor e outra branca simbolizando a paz (esse é o significado atribuído pela lei).
O Brasão e a bandeira foram desenvolvidos pelo escultor e professor Erwin Curt Teichmann. Apesar da definição em lei das cores da bandeira de Pomerode simbolizarem amor e paz, entendemos que o azul e branco remontam de outra origem. Ao observarmos a bandeira da Pomerânia, ela tem uma composição muito parecida com a de Pomerode, no centro está o grifo da Pomerânia e há as faixas em azul e branco. O azul simboliza o mar (a vasta costa Báltica) e a faixa branca simboliza a areia das praias.
No livro de Klaus Granzow de 1975 intitulado “Pommeranos unter dem Kreuz des Südens (Pomeranos sob o Cruzeiro do Sul)” na sua passagem por Pomerode, se impressiona e destaca: “As margens da estrada encontramos crianças loiras de cabelos cacheados indo para a escola. Elas usam
orgulhosamente o uniforme azul e branco. Sendo as saias e calções de cor azul e as blusas e camisas brancas. Os homens e as mulheres que trabalham na roça estavam com o rosto queimado pelo sol, mas pareciam-me tão familiar como se já os tivesse encontrado numa rua na Pomerânia Oriental”.
Klaus nasceu na Pomerânia e ao passar por Pomerode o azul e branco chamam sua atenção, além do sentimento de já conhecer as pessoas que encontrou. Ainda sobre a bandeira da Pomerânia, ao centro está o grifo que recebe um destaque especial.
Helmar Reinhard Rölke descreve no livro “Descobrindo Raízes” as principais características do GRIFO: sempre na cor vermelha ele é apresentado em perfil, sendo a parte frontal na forma de águia de asas abertas, representando a constante necessidade de VIGILÂNCIA deste povo (muitas guerras), pois a águia tem a característica de “enxergar bem”. A parte traseira do corpo representa um leão, expressando a FORÇA dos pomeranos. A referência mais antiga ao grifo data do ano de 1194. Nessa data a duquesa Anastácia, juntamente com seus filhos Bogislaw II e Kasimir II, doam à igreja Santa Maria de Kolberg a vila de Buggentin. Esse documento de doação não existe mais em sua condição original, somente uma cópia do ano de 1384 onde o grifo é mencionado claramente.