Psoríase: doença não contagiosa, mas cercada de preconceito
Publicado em 27/10/2016 às 17:42
O dia 29 de outubro é considerado o Dia Mundial da Psoríase e para disseminar o assunto e sensibilizar a população, a Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) lança uma campanha de conscientização a respeito da doença. Caracterizada pelas placas vermelhas descamativas e “casca” branca saliente em algumas regiões da pele, a psoríase – enfermidade que atinge 2 milhões de brasileiros – por conta do desconhecimento ainda é tratada com muito preconceito e causa situações delicadas no cotidiano dos pacientes devido ao seu aspecto estético.
Marcada pelas placas vermelhas e descamação mais evidentes e grosseiras nas regiões do couro cabeludo, cotovelo e joelho e em casos mais extremos pode se espalhar por toda a pele e também atingir as articulações, a psoríase é uma doença crônica e não contagiosa. “Por não existir cura para esta enfermidade, muitas vezes os pacientes a tomam como uma sentença e habituam-se a ela após várias tentativas frustradas de tratamento. Falta de orientação, tanto relativa à doença em si como em relação ao bem-estar psíquico do paciente, é, talvez, o maior desafio a ser superado”, afirma o médico dermatologista, André Lauth.
A enfermidade, embora seja relativamente comum e de fácil tratamento, acarreta sofrimento constante ao paciente em virtude das feridas e da sua forma de manifestação. De acordo com um estudo brasileiro chamado BEYOND, 63,7% dos pacientes com psoríase analisados apontaram algum tipo de dificuldade – seja associada à dor ou a questões emocionais, como o preconceito. A pesquisa apontou ainda a predisposição desses pacientes a outras doenças como à obesidade, hipertensão arterial e taxas alteradas de gordura.
Tratamento
Felizmente existe uma grande quantidade de possíveis tratamentos. Segundo o Dr. André Lauth, cada caso precisa ser estudado de maneira individual. “A maioria dos pacientes consegue controlar bem a doença com tratamentos simples e baratos, mas existem casos resistentes nos quais são necessárias medicações de custo mais elevado, várias delas fornecidas pelo SUS, e acompanhamento dermatológico constante”, completa o especialista.