Projeto promove a inclusão social de cadeirantes com auxílio de ciclistas em Domingos Martins
Publicado em 20/11/2017 às 17:28
Sabe aquela ideia que vem na cabeça de uma pessoa e que pode mudar para melhor a vida de várias outras? Pois é, foi com esse intuito que o dentista Felippe Rodrigo Simon resolveu criar o projeto “Mão na bike, mão na roda”, para promover a inclusão social das crianças que utilizam cadeiras de rodas em Domingos Martins.
Para colocar em prática o projeto, que consiste na criação de adaptações que unam a cadeira de rodas de uma criança à bicicleta de um ciclista voluntário, ele contou com a ajuda do amigo Murilo Bravim. “A iniciativa surgiu aliando o amor ao esporte e a inclusão social a pessoas que não têm condição de andar de bicicleta e de sentirem essa emoção que temos ao ter o vento ‘batendo’ em nosso rosto. Conversei com o meu amigo Murilo, que de prontidão resolveu também participar”, conta Felippe.
Com a ideia em evolução, novos ajudantes começaram a surgir para colocar o projeto em prática, como o microempresário e aluno da Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae) de Domingos Martins, Carlinhos Schaffel, que abriu as portas de sua serralheria para a criação das adaptações, além da associação Rotary Club, também de Domingos Martins, que fez a doação das cadeiras de rodas, e do grupo Montain Bike Clube Cidade do Verde (MTBCCV), que se engajou com o a iniciativa.
De início, Felippe pretende atender aos alunos cadeirantes da Apae de Domingos Martins, mas ele também visa, posteriormente e com mais apoio, ampliar o projeto para todos os cadeirantes da Sede de Domingos Martins.“O meu objetivo é conseguir no mínimo dez e no máximo 20 adaptadores para atendermos à demanda no município de Domingos Martins”, lembra o dentista.
Ele também ressalta que o projeto tem um objetivo bem simples e que não terá um custo alto. “A minha ideia não é comprar cadeiras e bicicletas, mas sim dar a oportunidade para que essas crianças que já possuem a cadeira de rodas possam fazer parte do projeto, utilizando esses adaptadores que estamos produzindo e que serão encaixados entre as bicicletas e as cadeiras”, reitera Felippe.
Sobre a parte de investimentos para aumentar o número de adaptações, Felipe busca parceiros que possam ficar responsáveis por angariar essas doações. “Eu devo conversar com meu parceiro do projeto, Murilo Bravim, porque eu tenho a ideia de filiar esse projeto a uma entidade, que já possua um CNPJ, onde poderiam ser feitas rifas com preços baratos, em nome desta entidade, e assim levantar mais recursos para o projeto”, disse Felippe.
PEDAL TESTE – A primeira adaptação, que já foi produzida será apresentada à população no próximo domingo (26), durante o Pedal da Primavera, que terá início na Praça Dr. Arthur Gerhardt, em Campinho, Domingos Martins, a partir das 8 horas, e será dividido nos percursos leve e pesado. As inscrições serão feitas antes do evento, mediante a doação de dois quilos de alimentos não perecíveis, que serão distribuídos a famílias carentes.
O criador do projeto lembra que o evento será muito importante para que a população conheça a iniciativa. “O objetivo é apresentar a adaptação à comunidade e o Pedal Primavera terá um viés beneficente com a arrecadação de alimentos não perecíveis que serão doados a famílias carentes. Estamos planejando também colocar uma caixinha durante o evento, onde as pessoas poderão fazer suas doações para o projeto e dependendo do que for arrecado, já poderemos criar novas adaptações”, considera Felipe.
Em dezembro, Felippe acredita que novas adaptações já estarão prontas e poderão ser utilizadas no já tradicional Pedal do Papai Noel, que geralmente acontece dias antes do Natal, no qual vários ciclistas e, é claro, o Papai Noel, circulam pela Sede de Domingos Martins distribuindo doces para as crianças.
Vem mais por aí
Felipe conta que pretende distribuir essas adaptações em vários pontos da cidade, para que todos possam ter acesso. “Depois quando nós tivermos as adaptações prontas, a nossa ideia é fazer a ligação entre o ciclista e o cadeirante, deixando algumas adaptações em locais como a Apae e a biblioteca municipal, onde a pessoa que tem uma bicicleta entraria em contato com esse local e reservaria essas adaptações para realizar esse deslocamento com o cadeirante”, lembra Felippe.
Outro projeto, que posteriormente, Felippe almeja desenvolver é o das bicicletas voltadas para cegos, que contariam com uma estrutura dupla, na qual o cego pedalaria junto com um ciclista que também estaria pilotando essa bicicleta. “A minha ideia é chegar ao projeto para os cegos, através da iniciativa com os cadeirantes, que tem um custo menor e é mais fácil de estar se desenvolvendo as adaptações”, conta Felippe.