Projeto incentiva o rastreamento da carne bovina para estimular o consumo consciente

Publicado em 22/12/2024 às 12:43

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rastreamento de carne

Foto: Freepik

Assim como o consumidor pode verificar a tabela nutricional e os ingredientes que compõem um alimento industrializado nas gôndolas dos supermercados ou obter informações sobre os processos de produção com as propriedades rurais e alimentos in natura, como frutas, legumes e vegetais, uma iniciativa promete, de forma simples, que a carne também tenha todo o seu processo rastreado.

A carne bovina possui uma cadeia complexa, formada por diversas etapas até chegar aos supermercados. Mas, para simplificar para o consumidor, a campanha Siga o Rastro, idealizada pela organização não-governamental Amigos da Terra – Amazônia Brasileira, compilou informações para que o consumidor identifique as práticas de produção ao longo da cadeia da carne, a fim de conhecer sua procedência

“A ideia é que o consumidor tenha o poder de decisão na hora da compra, ou seja, que ele saiba que aquele produto não está ligado a condições de trabalho análogas à escravidão, maus tratos de animais, desmatamento ilegal e outras irregularidades, como invasão de terras indígenas, unidades de conservação e áreas embargadas nas fazendas fornecedoras de gado”, explica Natália Grossi, analista do Programa de Cadeias Agropecuárias da Amigos da Terra.

De acordo com uma pesquisa promovida pelo Instituto Locomotiva a pedido do Instituto de Defesa de Consumidores (Idec), que ouviu mil pessoas nas cinco regiões do Brasil, 86% dos consumidores que costumam comprar carne procuram informações sobre a origem desses produtos e 95% disseram que a origem deste alimento seria levada em consideração na hora da compra se tivesse essa informação no rótulo/embalagem.

O Siga o Rastro mostra a importância de o consumidor estar atento a algumas iniciativas para conhecer a procedência da carne e de seus subprodutos como o QR Code, aplicativo e site com informações a respeito do risco socioambiental do produto a ser adquirido. Os frigoríficos têm, por exemplo, incluído o QR Code na embalagem de alguns dos seus produtos in natura com esses dados.

Outro aspecto a ser observado é a presença de selos de Qualidade e Sustentabilidade, que atendem critérios da legislação brasileira ou atestam a produção sustentável da carne bovina, seja por algum tipo de sistema de integração, por manejo com menor uso de recursos naturais, ou por bem-estar animal. Entre os exemplos está a Carne Carbono Neutro, desenvolvida pela Embrapa para comprovar que a carne foi produzida de forma a assegurar a neutralização dos gases de efeito estufa emitidos pelos animais durante o processo produtivo.

“A iniciativa traz também conteúdos relacionados aos impactos associados ao consumo de carne e, ao mesmo tempo, identifica os mecanismos existentes para diferenciar e priorizar uma carne com atributos de sustentabilidade e rastreabilidade, além disso, o Siga o Rastro é uma forma de estimular novas iniciativas e mais transparência das informações para que o consumidor possa compreender o que está consumindo”, destaca Natália. Há ainda informações sobre rastreabilidade da cadeia da carne e tendências de consumo e de mercado.

Neste mês de dezembro, a Amigos da Terra lançará ainda uma campanha com a temática do Natal, ressaltando a importância de se buscar cada vez mais ferramentas que contribuam para uma escolha responsável dos alimentos e produtos a serem consumidos.

lançamento – A Amigos da Terra promoveu o lançamento da Campanha Siga o Rastro, com uma conversa com a participação de executivos de frigoríficos e de hipermercados, com a mediação da chef de cozinha e empresária Paola Carosella. Na ocasião, eles discutiram os desafios de se fazer chegar ao consumidor um produto livre de desmatamento e outras irregularidades socioambientais.

“O ‘Siga o Rastro’ é resultado do trabalho incessante para inovar, criar soluções e fomentar diálogos que impactem positivamente a cadeia produtiva da carne. Agora, damos um passo natural e essencial: envolver o consumidor final nesse processo, principalmente porque é ele quem tem o poder de impulsionar mudanças”, disse Pedro Burnier, diretor do Programa Agropecuária da Amigos da Terra – Amazônia Brasileira. Confira o vídeo de lançamento: https://www.youtube.com/watch?v=295z3wsJqls.

Fonte: Mecânica Comunicação

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