Poliomielite: Ministério da Saúde enfatiza a importância da vacinação
Publicado em 25/10/2024 às 09:17
Foto: ChatGPT
Em celebração ao Dia Mundial de Combate à Poliomielite, nesta quinta-feira (24), o Ministério da Saúde intensifica suas iniciativas de conscientização sobre essa doença grave. O objetivo é enfatizar a relevância das ações de imunização, vigilância epidemiológica e laboratorial no controle da pólio, além de reafirmar o compromisso de manter o Brasil livre da doença. Entre 1968 e 1980, o país registrou 25.183 casos confirmados de poliomielite. Em 1980, o Brasil deu início à vacinação em massa, resultando em uma drástica redução dos casos. Até 1989, foram detectados 1.644 casos, sendo o último registro em território nacional neste ano. Em 1994, a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou o Brasil livre da poliomielite.
Apesar dos esforços globais, a pólio ainda é endêmica em dois países: Afeganistão e Paquistão, que relataram casos recentes. Nesse contexto, é crucial que todas as crianças menores de 5 anos sejam vacinadas, pois essa é a única forma eficaz de prevenção.
Conhecida também como paralisia infantil, a pólio é causada por um vírus que pode afetar tanto crianças quanto adultos. Em casos graves, pode resultar em paralisia nos membros inferiores e até em morte. A médica aposentada Maria da Glória Carneiro da Silva contraiu poliomielite aos 18 meses, na década de 50, antes da introdução da vacina no Brasil.
“A pólio causou paralisia na minha perna direita, e isso ainda me afeta hoje. Passei por nove cirurgias e convivo com dores físicas e emocionais. Meu conselho, tanto como pediatra quanto como alguém que já teve pólio, é: vacinem suas crianças. Esta doença é cruel, e a única maneira de evitar seu retorno ao Brasil é manter nossas crianças vacinadas”, alerta Maria da Glória.
Novo esquema vacinal
A partir de 4 de novembro, o Ministério da Saúde implementará uma mudança no esquema vacinal, substituindo as duas doses de reforço da vacina oral poliomielite bivalente (VOPb) por uma única dose da vacina inativada poliomielite (VIP). Essa alteração da gotinha para a dose injetável foi amplamente discutida na reunião da Câmara Técnica Assessora em Imunizações (CTAI) e conta com o apoio de representantes de sociedades científicas, do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) e do Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems), além da supervisão da Opas e da OMS. O objetivo é alinhar o esquema vacinal às práticas já adotadas por países como os Estados Unidos e várias nações europeias.
O novo esquema incluirá três doses da VIP, administradas aos 2, 4 e 6 meses de idade, além de um reforço aos 15 meses. A partir de então, o cronograma será: 2 meses – 1ª dose; 4 meses – 2ª dose; 6 meses – 3ª dose; e 15 meses – reforço. O Ministério da Saúde já enviou orientações aos estados para que preparem os municípios para a implementação das novas diretrizes.
Zé Gotinha continua ’em campo’
Criado na década de 1980, o personagem Zé Gotinha se tornou um símbolo na luta contra a poliomielite, mas seu papel se expandiu para conscientizar sobre a prevenção de outras doenças imunopreveníveis, como o sarampo. Assim, mesmo com o Brasil não utilizando mais a vacinação oral da poliomielite, Zé Gotinha continuará a atuar em prol da imunização.
“O Zé Gotinha é um símbolo universal na missão de salvar vidas e um importante aliado na educação e no combate a notícias falsas. Neste ano, ele foi premiado no iBest, destacando-se entre as melhores figuras do universo digital. Ele seguirá firme nas ações de conscientização”, afirma Eder Gatti, diretor do Departamento do Programa Nacional de Imunizações (DPNI).
Fonte: Ministério da saúde