Perigo na BR-262: árvores ameaçam cair dentro da pista
Publicado em 23/01/2017 às 11:33
Especialistas apontam que dirigir em períodos de chuva aumenta a chance de acidentes mesmo em uma rodovia com boas condições. Imagine para quem trafega na BR-262, que precisa ter ainda mais atenção aos buracos na pista e às centenas de árvores que ameaçam cair na pista em dias chuvosos.
O risco de ocorrências envolvendo quedas de árvores dos mais variados portes em pontos diversos da BR-262 – que corta vários municípios das montanhas – aumenta muito quando chove. E quando também há incidência de vento, o perigo ainda é maior. Entretanto, mesmo em dias ensolarados, árvores ficam penduradas por cima da rodovia, em alguns locais, quase encostando em veículos mais altos.
Em um caso, um motociclista não viu um eucalipto caído e sofreu um acidente grave. A ocorrência foi registrada no quilômetro 60, próximo ao trevo de Santa Maria, em Marechal Floriano. Além do piloto, uma carona da moto também se feriu com o choque contra a árvore que estava caída na pista.
Motoristas que usam com frequência a rodovia reclamam que em todo o trecho capixaba da BR-262 há árvores que ameaçam cair sobre a pista, como relata o usuário Ilto Lopes. “Desde Ibatiba, existem várias árvores próximas da BR-262 tombadas para dentro da pista. Em uma eventual ventania, o que é normal nessa região, podem cair sobre a pista. Digo isso porque faço este trajeto semanalmente”, afirma.
O vendedor Roberto Alvarenga também destaca o perigo da queda de árvores às margens da pista. “Em alguns locais, parece que estamos trafegando dentro de uma floresta, já que as árvores estão cobrindo totalmente a rodovia. Em alguns lugares, galhos estão pendurados para dentro do asfalto. Se houver quedas de árvores durante a noite, pode causar acidentes graves”, alerta o vendedor.
Segundo o tenente-coronel Roger Vieira do Amaral, comandante do 4º Batalhão do Corpo de Bombeiros de Marechal Floriano, cabe ao órgão responsável pela manutenção da rodovia – que no caso da BR-262 é o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) – a contratação de empresa para realizar poda e corte dessas árvores.
“Temos recebido muitas demandas de quedas de árvores na rodovia nos últimos tempos. Somente quando somos acionados é que nossas equipes vão ao local para realizar o corte e a retirada dos galhos da pista. Sempre estamos à disposição para atender a população capixaba da melhor forma. Chuva e vento aumentam a chance de quedas de árvores na pista, o que contribui para acidentes”, explica o coronel.
ORIENTAÇÃO – De acordo com a assessoria de imprensa da Polícia Rodoviária Federal (PRF), boa parte do trecho da BR-262 é cercada de montanhas arborizadas, que, conforme as condições do tempo (temporal, vendaval) propiciam a queda dessas árvores sobre a rodovia.
“Quando isso acontece, acionamos o Corpo de Bombeiros para retirá-las. Dessa forma, orientamos aos usuários que, durante temporais, o mais prudente é parar o veículo em local seguro ou transitar em velocidade reduzida. Não é constante a queda de árvore nas rodovias, mas não podemos prever quando irá acontecer, portanto, toda atenção é necessária”, destacou a PRF.
Buracos aumentam risco de acidentes
Buracos ao longo da rodovia sempre são alvos de reclamações de usuários da BR-262. Mesmo com equipes contratadas pelo Dnit fazendo a manutenção em alguns pontos, em outros locais os buracos obrigam motoristas e motociclistas a desviarem para não danificar os veículos.
Mesmo fora da pista, como no trevo de acesso ao município de Afonso Cláudio, no quilômetro 95, na localidade de Fazenda do Estado, em Aracê, Domingos Martins, a falta de manutenção do asfalto causa reclamações. O taxista Marcelo Trabach Eleutério relata a situação que se alastra por vários meses.
“Pelo menos seis carros tiveram pneus estourados devido a esses buracos. Já que o Dnit não resolvia o problema, jogamos uma caçamba de terra para amenizar a situação. Isso é uma vergonha, muitos carros passam nesse local todos os dias e é um descaso o que o Dnit faz com a gente. Pagamos nosso IPVA, que é revertido para manutenção das estradas, mas temos que conviver com situações como esta. Em vários trechos da rodovia há muitos buracos também”, reclamou o taxista.
Dnit diz que não há reclamações sobre queda de árvores
Por meio da assessoria de imprensa, o Dnit informou que não existem registros de reclamações de usuários na Superintendência Regional, em Vitória, referente aos problemas reportados sobre as árvores na rodovia. Mesmo assim, o Dnit garantiu que enviaria técnicos ao local para rever as soluções adotadas.
Sobre os trechos da rodovia com buracos, o Dnit informou que “diariamente está realizando a manutenção e serviços de tapa buraco em toda a rodovia, e os ‘trechos’ que não foram reparados, certamente serão em alguns dias, dependendo apenas da chegada da equipe de manutenção”.
Rodovia mais estreita e novo traçado para desviar de cratera
No quilômetro 27 da BR-262, no município de Viana, o Dnit mudou o traçado da rodovia para evitar possíveis acidentes devido a uma cratera que surgiu na margem da pista, no sentido Vitória/Domingos Martins.
Para quem segue da região de montanhas para a Grande Vitória, a segunda faixa é interrompida em uma curva, onde a mesma vira a via de quem sobe no sentido Domingos Martins. A faixa amarela que divide as mãos de direções foi refeita e ficou em formato de curva, indicando a mudança no traçado.
O incubador Aderley Hülle alerta para o perigo de acidentes no local. “Devido ao alto volume de carros que trafega na BR-262, aquele trecho, mesmo estando sinalizado, está colocando várias vidas em risco. Esse é um dos poucos pontos de ultrapassagem para quem trafega sentido Vitória, e devido à imprudência de vários motoristas que não prestam atenção à sinalização ou por estarem acostumados a ultrapassar ali e se esquecem do estreitamento da pista, há risco de acidentes. O ideal seria urgência no reparo da pista, mais pelo risco do que pelo transtorno que vem gerando”, destacou.
Por meio da assessoria de imprensa, o Dnit informou que está tomando todas as medidas técnicas e administrativas, dentro da legislação vigente, para sanar o problema. “A sinalização realizada está dentro do que é previsto no manual de sinalização do Dnit e sofre manutenção constante. Entretanto, vale ressaltar que muitos usuários não respeitam o limite de velocidade da via e nem a sinalização existente, causando um risco elevado de acidentes a si próprio e aos outros usuários”, informou a nota.