Parentes e amigos de grupo folclórico de Domingos Martins fazem manifestação e pedem por justiça
Publicado em 11/09/2022 às 12:15
Texto e Fotos: Sidney Dalvi
Na tarde deste sábado (10) parentes e amigos das vítimas do acidente com o grupo de dança folclórica Bergfreunde, de Domingos Martins, fizeram uma manifestação na entrada da cidade martinense para cobrar justiça, após cinco anos da tragédia que matou 11 integrantes do grupo de dança alemã.
Um protesto silencioso se iniciou próximo ao portal da cidade e os manifestantes levaram faixas e cartazes com fotos dos parentes que perderam suas vidas no acidente, o que chamou a atenção de todos que passavam pelo local.
Logo após, eles seguiram a pé em direção à Praça Dr. Arthur Gerhardt, na Sede do município, onde várias pessoas se solidarizaram com o momento de dor que mães, pais e amigos das vítimas continuam vivendo.
Assim, todos se reuniram em torno do monumento erguido na Praça, que faz homenagem aos que perderam suas vidas no dia 10 de setembro de 2017, e ali, foram feitas orações e discursos no sentido de que as vítimas jamais seriam esquecidas e que os parentes não sossegariam enquanto a justiça não fosse feita.
Uma das manifestantes, a senhora Elvina Littig, que perdeu a filha e o neto no acidente, falou sobre a sua indignação mediante a morosidade da justiça. “A gente não tem paz. Muitas pessoas dizem pra gente que a justiça não vai trazer eles de volta, mas a gente quer justiça para que isso não venha acontecer com mais pessoas”, relatou emocionada.
Advogado fala que ainda pode levar mais tempo
A reportagem do Portal Montanhas Capixabas entrou em contato com o advogado das famílias, Lucas Kaiser Costa, que em entrevista explicou sobre o panorama do processo que se encontra em tramitação no Tribunal de justiça do Espírito Santo.
“Esse processo está se arrastando no judiciário já há alguns anos, mais especificamente cinco anos e estamos esperando uma resposta. Houve uma decisão de pronúncia proferida pelo juiz de Mimoso do Sul, decisão esta, que envia o motorista e o proprietário do veículo que causaram o acidente a julgamento perante o tribunal do júri, porém, ocorre que a partir desta decisão, houve recurso e estamos aguardando a decisão do Tribunal”, relatou.
Da mesma forma, no próprio Tribunal de Justiça, segundo Kaiser, também foi apresentado um outro recurso pela defesa do motorista e do proprietário do veículo, chamado de “recurso especial”, o qual o advogado explicou.
“Este recurso vai para o Superior Tribunal de Justiça (STJ), cuja pretensão dos acusados era de que o processo tramitasse em Brasília, mas o processo segue no Tribunal de Justiça do Espírito Santo. Agora, a gente aguarda o julgamento de um recurso chamado de “recurso de sentido estrito” para que o processo volte a Mimoso do Sul e que lá – local onde aconteceu o acidente – ocorra o devido julgamento”, explicou o advogado.
Kaiser ainda salientou que não há um prazo definido na legislação para que ocorra este julgamento. “A constituição fala apenas em um prazo razoável, mas não especifica um tempo determinado, e a gente continua aguardando de mãos atadas, pois, por mais que se cobre do judiciário uma rapidez, infelizmente não há muito o que fazer a não ser aguardar”, concluiu.