Oito casos de esquistossomose são confirmados em Marechal Floriano

Publicado em 16/02/2018 às 18:48

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O município de Marechal Floriano está com alerta ligado para os casos de esquistossomose que já foram identificados no município. No total, oito pessoas da localidade Araguaia já tiveram a confirmação da doença nas últimas semanas.

Na última sexta-feira (09), uma equipe Vigilância Municipal de Saúde foi até Araguaia para fazer uma pesquisa e capturar caramujos em uma lagoa da região, e próximo ao Campo Bom de Bola, com o objetivo de, posteriormente, identificar se esses locais estão contaminados.

O responsável pela Vigilância Saúde de Marechal Floriano, Geraldo Antônio da Silva, conta como foi realizada uma pesquisa na lagoa. “Verificamos que a lagoa, em Araguaia, não possui vegetação em suas laterais e, dificilmente, o caramujo fica num local que não tem vegetação. Ele precisa se alimentar e se não houver vegetação ele acaba morrendo, com uma coloração branca. Não encontramos nenhum caramujo na lagoa”, adiantou ele.

Já no campo de futebol, também em Araguaia, e próximo à estação, ele relatou que foram encontrados caramujos. “Estendemos nossa pesquisa até próximo a um campo de futebol da região, onde nós encontramos vários caramujos em uma rede de esgoto. Fomos também à estação, onde encontramos caramujos, mas o local não tem rede de esgoto”, disse Geraldo.

Ele também confirmou que até o momento oito casos já atestaram positivo em Araguaia, dentre eles de três crianças. Todos já foram ou estão sendo medicados e acompanhados pela equipe. “Nesses dias, nós encontramos três casos de crianças que estavam muito mal, mas o atendimento foi realizado de forma rápida e elas já foram medicadas. Elas, com certeza, estavam tendo uma alta carga parasitária, o que significa que os parasitas estavam colocando vários ovos em seus intestinos”, destacou o responsável da vigilância de saúde.

O caramujo é o verdadeiro vilão dessa história? 

De acordo com Geraldo, o caramujo também é uma vítima do processo que acarreta na doença. “O caramujo não é o responsável pela esquistossomose, ele é também uma vítima da doença, porque quando é contaminado, ele morre porque a cercaria come o que está dentro dele”, ressalta ele.

Como ocorre a contaminação?

Segundo o Ministério da Saúde, a transmissão ocorre da seguinte forma: “O Indivíduo infectado elimina os ovos do parasita Schistosoma mansoni, que é o mais comum no Brasil, por meio das fezes humanas. Em contato com a água, os ovos se abrem e liberam larvas que infectam os caramujos, hospedeiros intermediários que vivem nas águas doces. Após cerca de quatro semanas, as larvas abandonam o caramujo na forma de cercarias e ficam livres nas águas naturais. O ser humano adquire a doença pelo contato com essas águas”.

De acordo com Geraldo, esse verme leva mais de 20 dias para se transformar em cercaria. “Esse verme permanece de 22 a 28 dias e vai sair em forma de cercarias. Elas acabam entrando nos corpos das pessoas que estiveram nessa água contaminada, através da pele. A partir daí, esse verme cai na corrente sanguínea, passa pelo coração e se aloja em alguma parte de corpo e começa a pôr ovos. E com isso, a pessoa que ele contaminou passa a transmitir a doença”, conta o responsável da Vigilância de Saúde de Marechal Floriano.

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Sintomas

O Ministério da Saúde conta que os principais sintomas da esquistossomose são: na fase aguda, o paciente pode apresentar febre, dor na cabeça, calafrios, suores, fraqueza, falta de apetite, dor muscular, tosse e diarréia. Em alguns casos, o fígado e o baço podem inflamar e aumentar de tamanho.

Na forma crônica, a diarréia se torna mais constante, alternando-se com prisão de ventre, e pode aparecer sangue nas fezes. Além disso, o paciente pode sentir tonturas, dor na cabeça, sensação de plenitude gástrica, prurido anal, palpitações, impotência, emagrecimento e endurecimento do fígado, com aumento do seu volume.

Nos casos mais graves, da fase crônica, o estado geral do paciente piora bastante, com emagrecimento, fraqueza acentuada e aumento do volume do abdômen, conhecido popularmente como “barriga d’água”.

Prevenção e tratamento

Sobre a prevenção, Geraldo conta que em Marechal Floriano ela vem sendo desenvolvida por meio da conscientização, da educação e manejo ambiental com as pessoas. “O tratamento para as pessoas que foram infectadas ocorre por meio do praziquantel, que é dado de acordo com o peso da pessoa em dosagem única, o que acabará com ovos que saem da parede do intestino” detalha.

Pesquisa

Segundo Geraldo, os caramujos recolhidos em Araguaia serão avaliados pelo Núcleo de Entomologia e Malacologia do Espírito Santo (Nemes) para saber se eles têm ou não cercarias. “Se eles tiverem, nós teremos a confirmação de que eles foram contaminados na região de Araguaia. Caso esses locais sejam comprovados como espaços contaminados, colocaremos placas indicando que aquele local está contaminado”, lembrou Geraldo.

Ele finaliza dizendo que o objetivo também é investigar a origem destas contaminações. “Também existem relatos de que essas pessoas se banharam em outras cachoeiras de Araguaia e na cachoeira de Matilde, em Alfredo Chaves. Nós vamos entrar em contato com a Prefeitura de Alfredo Chaves para que eles façam uma pesquisa para verificarmos se existem caramujos contaminados”, finaliza Geraldo.

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