Obras de escola causam polêmicas em Domingos Martins
Publicado em 21/06/2017 às 20:35
A realização de duas obras na Escola Municipal Ensino Fundamental e Médio (EMEFM) Mariano Ferreira de Nazareth, em Domingos Martins, vem gerando uma série de questionamentos de pais de alunos e movimentado alguns grupos do aplicativo Whatsapp e as publicações no Facebook. As intervenções em questão são a do recuo do muro do colégio e a do Ginásio de Esportes Theodoro Schwambach, anexo à escola.
A obra do ginásio teve início no dia 6 de junho de 2016, com previsão de término em até 150 dias, tendo um valor total de R$ 211.497,77, que foram custeados com recursos federais. Com a reforma, o ginásio teria uma nova cobertura, pintura geral, reparos nos pisos interno e externo, além de reparos nos sistemas elétrico e hidráulico.
Hoje, os trabalhos estão paralisados e as atividades de educação física dos alunos do EMEFM Mariano Ferreira de Nazareth tiveram que ser readequadas e diminuídas. Além disso, as aulas de alguns esportes do Projeto Criança Cidadã nas Artes e no Esporte também tiveram que ser realocadas para outros locais.
Já o trabalho do recuo do muro, que afeta o pátio do colégio, segue em andamento, sendo alvo de vários dos relatos nos grupos de Whataspp. Algumas pessoas alegam que as duas obras não deveriam estar ocorrendo simultaneamente e que os alunos estão perdendo espaço na estrutura do colégio. Outros dizem que o problema vem acontecendo pela falta de uma audiência pública, que deveria ter sido feita antes do início da obra do recuo do muro da escola, o que está gerando polêmica.
Inicialmente, o ginásio necessitava da troca do telhado e reparos internos, incluindo o piso da quadra. Já o recuo do muro da escola foi proposto para se fazer uma baia para desembarque de alunos de ônibus escolares, vans e carros de pais que deixam seus filhos na escola.
POUCO ESPAÇO – Uma pessoa que relata e convive com a obra é a professora e mãe de duas alunas da escola, Maria Emília Bermond. Segundo ela, o problema maior ocorre na hora do recreio e em algumas atividades que são realizadas no pátio da escola. “Como tudo aqui no térreo é muito próximo, na hora do recreio, da entrada e saída, são muitos alunos e pouco espaço. O nosso medo é que daqui para frente cheguem mais alunos para a nossa escola e nossos espaços diminuam. Hoje, no primeiro ano, temos 80 alunos e no ano que vem serão esses 80 e mais os outros que virão”, conta Maria Emília.
Ela relata que entende a finalidade de obra, mas afirma que gostaria de ver mais possibilidades para solucionar o problema sem perder mais espaço. “A gente queria sentar com os responsáveis, seja o secretário de obras, o pessoal do planejamento, do trânsito, daqui da escola também e a comunidade, o que não foi feito antes, para esgotar as possibilidades de estratégia sem mexer no pátio ou em qualquer parte da escola, para evitar a perda de espaços”, ressalta a professora.
Maria Emília também fala da paralisação da reforma no ginásio, que segundo ela vem impactando no desempenho das atividades, como a dificuldade com as aulas de educação física. “Um dos primeiros consertos que seriam feitos aconteceria no teto. Só que a empresa que veio para obra só quebrou os banheiros e não mexeu no teto. Hoje (21), o professor de educação física teve que pegar, aqui na sala, jornais e colocar para cobrir as poças de água, porque o telhado não foi consertado”, conta ela.
Reuniões e explicações
A reportagem do Montanhas Capixabas apurou que nesta semana, na segunda-feira (19), ontem (20) e amanhã (22), a administração da escola, junto com representantes da Prefeitura, está se reunindo com pais para explicar o projeto da obra do pátio e colocar em votação se os trabalhos devem continuar. Até o momento, o resultado parcial dos votos é a favor da interrupção da obra.
A reportagem também entrou em contato com a Prefeitura de Domingos Martins, que por meio de sua assessoria de imprensa, informou que as obras no Ginásio de Esportes Theodoro Schwambach estão paralisadas porque a empresa que iniciou a obra encerrou o contrato.
Segundo a assessoria, para dar continuidade, foi necessário realizar uma nova licitação e fazer novas planilhas, que foram enviadas à Caixa Econômica, por se tratar de recurso federal. A nota também diz que a prefeitura está aguardando a aprovação da Caixa para reiniciar as obras com a empresa licitada.
Já em relação à obra da construção da baia no pátio da escola Mariano, a assessoria disse que o projeto foi apresentado ao Conselho da Escola. “A obra trata-se de uma medida para embarque e desembarque dos alunos, que visa aumentar a segurança dos mesmos e melhorar a acessibilidade no local”. A assessoria disse que, depois de iniciada, a obra tem prazo de 30 dias para conclusão.
Questionada se a obra no pátio do colégio impediria a festa junina dos alunos neste ano, a assessoria informou que a festa junina da escola está marcada para 05 de agosto e não será prejudicada, caso a obra inicie ainda neste mês de junho.
Sobre a possibilidade de o ensino fundamental na Sede do município passar a ser realuzado exclusivamente pelo poder municipal, a nota da administração confirma que na Sede e no distrito de Aracê, o Estado já começou a transferir os alunos do 1º e 2º ano do ensino fundamental para rede municipal, com previsão de ser gradativo, até o 5º ano.
A assessoria também diz não ter uma estimativa do aumento do número de alunos, pois a previsão é que o Estado absorva parte do ensino fundamental, do 6º ao 9º ano da rede municipal, o que considera como uma troca, na qual os alunos do 1º ao 5º ano irão para o ensino municipal, e os alunos do 6º ao 9º ano serão da rede estadual. A nota é finalizada informando que: “O Mariano está absorvendo os alunos do Teófilo Paulino; e a EMEF Aracê e Luiz Pianzola, os alunos da Escola EEEFM Pedreiras.