Arte, Crônicas e Poesia
O verdadeiro sentido do amor é amar e ser amado
Publicado em 12/02/2023 às 10:07
O tempo de qualidade está cada vez mais escasso. As necessidades diárias nos sucumbem a um cansaço físico e mental gigante, nos tornamos agentes funcionais, trabalhando de sol a sol sem muita reflexão, de ação em ação, em uma ciranda que gira sem parar.
Os dias vão passando e o novelo se desenrolando, sem qualquer percepção, de fatura em fatura, seguindo para um lugar desconhecido. O foco na produção e metas lança o olhar sempre adiante, nunca no instante. Até o instante que a vida cobra a nossa atenção, geralmente a dor é inevitável…
Sempre nos dias de início banal, em que nada parece acontecer, o telefone toca, uma mensagem que chega, somos surpreendidos com uma perda inesperada. Passada a primeira emoção à consciência, sempre ela, com uma voz intensa e firme, nos fala de todas as vezes que deixamos de fazer algo para aquela pessoa, falar algo, etc. As desculpas não servem para silenciar a voz.
Não sejamos tão catastróficos, a morte não é a grande vilã, nosso maior inimigo sempre é a indiferença, não aquela de olhares e palavras ríspidas, mas uma outra menos agressiva e quase imperceptível, a necessidade de estar sempre conectado e raramente presente. Um exercício prático sobre isso é sair e reparar que cada vez mais as pessoas ficam conectadas com o mundo e não prestam atenção de quem está diante dos olhos dela.
Geralmente, essa mesma pessoa fica surpresa quando o companheiro vem anunciar o fim da relação. Nesse instante vem a consciência dizer tudo que deveria ter sido feita, traz as histórias em que deveria estar presente e não conectado.
A coisa mais fantástica na vida é o amor, por ele que vivemos e por ele que acordamos todos os dias, seja para encontrá-lo, seja para vivê-lo. Amar e ser amado é a melhor sensação que existe, tira o peso da existência e nos dá asas para voar e sonhar até com o impossível.
O amor exige, acima de tudo, atenção, cuidado e perdão constante. Não existe amor sem entrega plena e sem estar presente verdadeiramente na vida do outro. Seja pela indiferença de não perceber o outro diante dos próprios olhos, seja por desejar apenas estar conectado. Muitos não vivem o amor.
E muito pior que não vivê-lo é confundi-lo com outra coisa. Inúmeras são as histórias tristes de pessoas que acreditaram viver um sonho e quando abriram os olhos perceberam estar em um pesadelo. Existe um hiato no “eu te amo”, e esse hiato é suprimido pelas ações posteriores à frase.
Se houver palavras críticas, traições, medo, agressões… certamente não é amor e não adianta acreditar que vai mudar, a areia não transforma-se em ouro. Não sejamos nunca indiferentes ao amor e por mais que a vida seja atribulada, não deixe isso roubar o sentido da vida: amar e ser amado.