O rosto feminino da E&L é cada vez mais presente e tecnológico
Publicado em 01/11/2017 às 12:34
A participação feminina no mercado de trabalho cresce a cada ano no país. Em 2014, chegou a atingir 43,25% do total dos empregos de carteira assinada no Brasil, o dobro registrado em 2004, conforme os dados oficiais.
Da linha de produção à gerência, elas já ocuparam seu espaço, como acontece na E&L Produções de Software, que possui, em média, 40% do seu quadro de funcionários formado por mulheres. Há setores, como o financeiro, em que a presença das mulheres alcançou 100%.No início do último mês de outubro, em todo o grupo E&L havia um total de 368 colaboradores, sendo 115 mulheres, conforme o setor de comunicação.
E com tantas mulheres colaboradoras, a E&L criou ações dentro do Outubro Rosa para orientar e conscientizar suas funcionárias sobre a importância de se prevenir contra o câncer de mama. Uma palestra foi organizada pela Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA) da empresa e contou com cerca de 40 funcionárias.
Nesta entrevista, a gerente financeira e administrativa da E&L, Silvana Solange Ewald Montenegro, fala sobre a participação das mulheres na empresa e na área tecnológica, sobre as particularidades da relação feminina com a tecnologia e ainda aponta a tendência de reduzir cada vez mais algo que já soa como preconceito: a de que mulher não combina com tecnologia.
Qual a presença feminina atuando na E&L?
Hoje temos presença bastante significativa em todas as áreas da nossa empresa, a começar pela diretoria. No setor administrativo, grande parte é formado por mulheres, enquanto no setor financeiro esse número chega a 100%. Em média, cerca de 40% do nosso quadro é feminino.
Que característica essa presença feminina traz à empresa?
Quando entramos na empresa, logo percebemos a diferença dos postos de trabalho das mulheres, geralmente com fotos, cores delicadas, aroma diferenciado e organização. A empresa percebeu essa peculiaridade e investe em uma programação especial para elas, por exemplo, no Dia da Mulher.
Quais as facilidades e dificuldades das mulheres dentro do grupo E&L?
Uma das vantagens das mulheres é a fala e o olhar “materno”, que as possibilita maiores condições de conversar e detectar falhas ou necessidades dos colaboradores. Elas estão sempre abertas para o novo e têm um olhar positivo para as mudanças tecnológicas. Já uma dificuldade é a mulher conseguir conciliar carreira e vida pessoal,pois trata-se de um exercício diário, com grandes cobranças. É preciso revisar o tempo todo as prioridades, escolhas e renúncias.
A empresa trabalha com tecnologia, um tema que ainda é considerado por muitos como exclusivamente de homens. Como você enxerga a relação da mulher com a tecnologia?
Apesar de a atuação feminina ter aumentado ao longo dos anos e a mulher ter conquistado seu espaço no mercado, a sua presença na área tecnológica ainda é muito tímida, inclusive nas empresas deste ramo. Um estudo global de 2014, realizado pela Fenwick & West, apontou que apenas 25% dos postos de computação e tecnologia de informação são ocupados por mulheres. Nos países em desenvolvimento, em torno de 200 milhões de mulheres a menos que os homens têm acesso à tecnologia online. Mas, esses dados estão mudando a cada dia, reduzindo essa diferença, pois com delicadeza, feminilidade, olhar crítico e até mesmo com o “sexto sentido”, elas estão conquistando espaço.
A tendência é que as mulheres assumam mais a tecnologia, derrubando a história de que eletrônica e a informática são para homens?
As mulheres têm a mesma capacidade e, em alguns casos, são melhores que os homens no aprendizado. Por isso, estão em ascensão em cargos de tecnologia. Foi uma mente feminina que criou o considerado primeiro software do mundo, Grace Hopper. Marcas como Yahoo e Hewlett-Packard já possuem CEOs do sexo feminino.
Características como “feminilidade” e “maternidade” ajudam a humanizar a tecnologia?
Sim, pois são peculiaridades que permitem à mulher uma visão diferenciada, permitindo solucionar possíveis falhas e necessidades nas organizações, principalmente na área de tecnologia da informação, onde a presença masculina é predominante.