O mercado financeiro revisa a previsão da inflação, elevando-a de 4,39% para 4,5%
Publicado em 21/10/2024 às 16:35
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A previsão do mercado financeiro para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), considerado o índice oficial de inflação no Brasil, subiu de 4,39% para 4,5% para este ano. Essa estimativa foi divulgada no Boletim Focus desta segunda-feira (21), uma pesquisa semanal do Banco Central (BC) que reúne as expectativas de instituições financeiras para os principais indicadores econômicos.
Para 2025, a previsão de inflação também aumentou, passando de 3,96% para 3,99%. Para 2026 e 2027, as projeções são de 3,6% e 3,5%, respectivamente. A estimativa para 2024 alcança o teto da meta de inflação que o BC deve seguir, que é de 3%, com uma margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo, definindo um limite superior de 4,5%.
A partir de 2025, será implementado o sistema de meta contínua, eliminando a necessidade de estabelecer uma nova meta de inflação anualmente. O Conselho Monetário Nacional (CMN) fixou o centro da meta contínua em 3%, também com uma margem de tolerância de 1,5 ponto percentual.
Em setembro, a inflação foi de 0,44%, impulsionada principalmente pelo aumento nas contas de energia elétrica, após o IPCA registrar deflação de 0,02% em agosto. Nos últimos 12 meses, o IPCA acumulou alta de 4,42%, segundo o IBGE.
Taxa de Juros
O Banco Central utiliza a taxa básica de juros, a Selic, como principal ferramenta para controlar a inflação. Atualmente, a Selic está fixada em 10,75% ao ano, após o Comitê de Política Monetária (Copom) elevar os juros pela primeira vez em mais de dois anos, em resposta à alta do dólar e às incertezas inflacionárias.
Desde a última alta, em agosto de 2022, quando a taxa subiu de 13,25% para 13,75%, houve cortes sucessivos entre agosto do ano passado e maio deste ano. A taxa foi mantida em 10,5% nas reuniões de junho e julho deste ano.
A próxima reunião do Copom, marcada para os dias 5 e 6 de novembro, deve resultar em mais um aumento na Selic. A expectativa do mercado é que a taxa encerre 2024 em 11,75% ao ano. Para 2025, a previsão é de redução para 11,25%, com novas quedas para 9,5% em 2026 e 9% em 2027.
O aumento da Selic visa frear a demanda, encarecendo o crédito e estimulando a poupança, o que ajuda a conter os preços. Contudo, o aumento dos juros também pode desacelerar a economia, ao tornar o crédito mais caro para consumidores e empresas.
PIB e Câmbio
As instituições financeiras elevaram a projeção de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro em 2023, de 3,01% para 3,05%. No segundo trimestre do ano, o PIB cresceu 1,4% em comparação com o trimestre anterior, e 3,3% na comparação com o mesmo período de 2023, segundo o IBGE.
Para 2025, o mercado espera um crescimento de 1,93% no PIB. As projeções para 2026 e 2027 são de expansão de 2% para ambos os anos. Em 2023, a economia brasileira superou expectativas e cresceu 2,9%, alcançando um PIB total de R$ 10,9 trilhões, de acordo com o IBGE.
A cotação do dólar para o final de 2023 está projetada em R$ 5,42, com uma leve queda estimada para R$ 5,40 no final de 2025.
Fonte: Rádio FMZ