O incentivo à produção dos cafés de qualidade

Publicado em 01/01/2018 às 10:08

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O Espírito Santo promoveu uma verdadeira revolução na produção de café especiais, se tornando uma das origens mais apreciadas do mundo, atraindo os mais diversos mercados consumidores e proporcionado alternativas de geração de trabalho e renda. Dentro deste processo o Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper) vem desempenhando um papel relevante no apoio a produção de cafés especiais em todos os municípios produtores do Espírito Santo. Só em 2017 foram atendidos mais de 10 mil agricultores por meio de diversas ações.

De acordo com o último levantamento da Companhia Nacional de Abastecimento (CONAB), a produção total de café arábica para o Estado durante 2017, foi de 2,9 milhões de sacas. Deste total, 1,0 milhão foram de café bebida dura, considerados os de qualidade superior. Vale lembrar que a produção de cafés especiais acima de 80 pontos foi de 300 mil sacas beneficiadas só em 2017.

Os resultados significativos, também em 2017, se devem a tal revolução que ocorreu graças a continuidade do programa de produção de cafés especiais implantado no ano de 1997, fruto da interação entre poder público e inciativa privada e principalmente pela adesão dos agricultores. Os municípios com maior expressão na produção São: Brejetuba, Iúna, Irupi, Ibatiba, Muniz Freire, Afonso Cláudio, Vargem Alta, Castelo, Venda Nova do Imigrante e Marechal Floriana.

“A produção de cafés Especiais gera uma agregação de valor de 150 milhões de reais para os agricultores envolvidos. Atualmente são cerca de oito mil propriedades produzindo cafés especiais. No Estado o valor de venda destes cafés varia de R$ 700 a R$ 2500 reais de acordo com a pontuação do café, sendo exportado para Europa, Estados Unidos e Japão”, salientou o extensionista e chefe local do Incaper em Brejetuba, Fabiano Tristão Alixandre.

Segundo o extensionista, dentre as ações de incentivo para produção de cafés especiais em todo do Espírito Santo, ao longo deste ano, foram realizadas mais de 2200 visitas e atendimentos feitos aos agricultores, 8 dias de campo com foco nos municípios de Marechal Floriano, Venda Nova do Imigrante, Brejetuba, Muniz Freire, Iúna, Ibatiba, Ibitirama e Irupi; mais de 70 reuniões envolvendo 683 agricultores, 8 concursos de qualidade municipais envolvendo 500 agricultores, dois simpósios nos municípios de Iúna e Brejetuba, envolvendo 2.000 agricultores entre outros, como implantação de unidades demonstrativas e de observação focadas em tecnologia de colheita e pós colheita para produção de cafés especiais, excursões, dias especiais e seminários.

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Em 2017 o Incaper também acompanhou o trabalho de muitos jovens envolvidos na atividade, que estão ampliado as possibilidades de sua atuação no meio rural. A exemplo disso, história da família do senhor agricultor Deneval Miranda Vieira, do município de Iúna, que mora na comunidade da Fazenda Alegria e produz o Café Cordilheiras do Caparaó. A excelência desse café foi reconhecida pelo 1º Concurso de Qualidade do Café de Iúna, realizado pelo Incaper em conjunto com a Prefeitura Municipal de Iúna, em 2015.

Segundo o extensionista do Incaper que trabalha em Iúna, Matheus Fonseca, o Instituto realizou diversas ações para incentivar o desenvolvimento regional. “Os Concursos de Qualidade do Café foram de extrema importância para incentivar a melhoria do café em Iúna. Além de valorizar o trabalho dos produtores, possibilitou ao mercado o surgimento de uma nova vitrine para os cafés do Caparaó. Os cafés especiais também têm se tornado uma importante fonte de geração de renda e oportunidade de trabalho para as famílias no meio rural”, disse.

Os cafés especiais também estão inseridos no Circuito Turístico das “Serras, Águas e Cafezais”, que reúne empreendimentos de Iúna e Irupi. Para isso, o Incaper não deixou de apoiar as rotas do agroturismo na região do Caparaó, com o enfoque na visitação à produção de cafés especiais. Seja na estrada que vai em direção ao Parque Nacional do Caparaó, em Dores do Rio Preto, seja no novo Circuito Turístico Serras, Águas e Cafezais, em Iúna e Irupi.

Em 2017 também uma equipe de extensionistas e pesquisadores do Incaper visitou todo o processo produtivo do café da Colômbia, reconhecido mundialmente por sua elevada qualidade. Além de ir a propriedades rurais, cooperativas e instituições de pesquisa, os profissionais do Instituto conheceram o trabalho de controle biológico da broca do café.

“Durante a visita, compreendemos como ocorreu a evolução da cafeicultura colombiana, que em seis anos, aumentou a produtividade de 10 para 15 sacas por hectare. Nesse país, o parque cafeeiro tem sido renovado. Enquanto 80% das lavouras estão em fase de produção, o restante passa por um processo de renovação. Também estão começando a introduzir novas variedades de café, tolerantes à ferrugem”, completou Fabiano.

Desde do ano de 2007, onde foi lançado o programa estadual de incentivo à produção de café Conilon de qualidade, o Instituto vem desenvolvendo ações de assistência técnica e extensão rural, assim como pesquisas, disponibilizando para os agricultores tecnologias para produção de café Conilon especial.

Todo este trabalho começa a gerar bons frutos como o caso do Café Fazenda Venturim que há algumas décadas, a família tem mantido a cultura viva de pai para filho com o plantio do café de Norte a Sul do Espírito Santo. Na Fazenda Venturim, a produção foi iniciada nos anos 1970. Atualmente estão à frente do negócio os irmãos Isaac e Lucas Venturim, que lançam o produto no mercado após uma série de aprimoramentos no cultivo e no processamento dos frutos com vistas a melhorar a qualidade e o sabor da bebida. O projeto do Robusta Especial é desenvolvido no município de São Domingos do Norte, no Noroeste do Espírito Santo.

Orientações técnicas na tela

A equipe do Departamento de Comunicação e Marketing do Incaper (DCM) também disponibilizou no site do instituto, nas redes sociais e demais meios de comunicação vídeos com diferentes experiências a respeito dos cafés especiais.

Um deles é o passo-a-passo de como produzir café arábica de qualidade, uma vez que requer diversas orientações técnicas. Ao todo são três vídeos: onde o extensionista Fabiano Tristão, apresenta recomendações sobre colheita, descascamento, despolpamento, secagem e armazenamento do café arábica em Brejetuba, que é referência em produção de cafés especiais; em Marechal Floriano, onde em torno de 100 famílias produzem cafés finos, o que tem gerado novas perspectivas para os jovens que vivem no meio rural, pelo engenheiro agrônomo César Khroling e por fim, um vídeo que apresenta a agregação de valor e envolvimento de toda família na produção dos cafés especiais, identificada pela equipe do Balanço Social do Incaper 2016 pelos proprietários do café Cordilheiras do Caparaó em Fazenda Alegria, Município de Iúna (ES).

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