O Brasil obtém a recertificação como país livre do sarampo
Publicado em 13/11/2024 às 11:01
Foto: Ricardo Stuckert/PR
O Brasil recebeu nesta terça-feira (12) a recertificação como país livre de sarampo. A Organização Pan-Americana da Saúde (Opas/OMS) entregou o certificado ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva e à ministra Nísia Trindade. O Brasil havia alcançado esse status em 2016, mas em 2018, a baixa cobertura vacinal levou à reintrodução do vírus no país. Agora, a recertificação marca a recuperação do status das Américas como uma região livre de sarampo endêmico. “Este diploma é resultado da força da retomada e da competência do sistema de vacinação brasileiro”, afirmou o presidente Lula.
Para reverter esse quadro, o Governo Federal investiu em ações de vacinação nas fronteiras e em áreas de difícil acesso, além de buscar ativamente casos suspeitos, realizar o Dia S de combate ao sarampo, realizar oficinas de resposta rápida a surtos e oferecer cursos online sobre o manejo clínico da doença, por meio da UNASUS. Essas ações foram coordenadas pelo Plano de Ação para Reverificação do Sarampo e Sustentabilidade da Eliminação da Rubéola, publicado pelo Ministério da Saúde em 2024.
A ministra Nísia Trindade destacou que o dia é especial, refletindo o esforço conjunto de gestores, cientistas, profissionais de saúde e do parlamento. “Esse reconhecimento é uma conquista coordenada pelo governo federal, mas resultado do esforço conjunto de muitas frentes e do nosso SUS”, declarou. Em 2023, o Governo Federal investiu mais de R$724 milhões para manter a eliminação do sarampo e outras doenças, com ações de vigilância, apoio a laboratórios e treinamento sobre microplanejamento e multivacinação em todos os municípios brasileiros.
A ministra também ressaltou o papel fundamental do Programa Nacional de Imunizações (PNI) e da dedicação dos profissionais envolvidos. “É uma vitória do Brasil, do povo brasileiro e de cada vacinador e pessoa vacinada. Este dia representa uma conquista, mas também um desafio permanente”, afirmou.
O sarampo é uma doença viral altamente contagiosa, especialmente perigosa para crianças, podendo causar complicações graves, como pneumonia, cegueira e encefalite, que podem ser fatais. Embora o sarampo ainda circule em outras regiões, o risco de reintrodução nas Américas persiste, principalmente para crianças não totalmente vacinadas.
Para Jarbas Barbosa, diretor da Opas/OMS, a atuação da ministra Nísia Trindade e do presidente Lula foi essencial para essa conquista. “A combinação de capacidade técnica e liderança mostra como as coisas acontecem”, comentou. O Brasil é agora um exemplo para outros países da região.
Foto: Matheus Damascena/MS
A última certificação do Brasil como país livre de sarampo foi em 2016, mas o país passou a ser endêmico novamente após a reintrodução do vírus em 2018, com 39.779 casos confirmados entre 2018 e 2022. No entanto, com a intensificação das ações de vacinação e o lançamento do Movimento Nacional pela Vacinação, o Brasil foi classificado como “país pendente de reverificação” pela Opas/OMS em 2023. Com a conquista da recertificação, as Américas recuperam o status de região livre de sarampo endêmico.
O Ministério da Saúde e a Opas/OMS destacam a importância de continuar o fortalecimento dos programas de vacinação, ampliando a cobertura vacinal e fortalecendo os sistemas de vigilância e resposta a casos importados.
Em 2023, a cobertura vacinal da vacina tríplice viral, que protege contra sarampo, caxumba e rubéola, aumentou significativamente, passando de 80,7% em 2022 para 88,4%. Em 2024, a cobertura já alcançou 92,3%. A vacina é recomendada em duas doses para crianças de 12 meses a 29 anos e em dose única para adultos de 30 a 59 anos. A imunização é essencial para prevenir doenças altamente contagiosas que, no passado, causaram graves surtos e impactaram a saúde pública.
Fonte: Ministério da Saúde