O agro brasileiro está cada vez mais tecnológico e acessível

Publicado em 16/04/2023 às 13:02

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Julio Huber

O agronegócio é um dos setores que mais movimenta a economia brasileira. Em 2022, o Produto Interno Bruto (PIB) do agronegócio brasileiro recuou em 4,22%, se comparado com os sucessivos recordes de 2020 e 2021, sendo que o pecuário avançou 2,11%, e o agrícola recuou 6,39%. Mesmo assim, o setor representou 24,8% do PIB brasileiro no ano passado.

E, para atingir números tão robustos, a tecnologia empregada nos mais diversos segmentos do agro tem feito com que se produza cada vez mais em menos terra, e no caso da pecuária de corte e de leite, cada vez mais por animal. Para conhecer um pouco desse agro tecnológico, o portal Montanhas Capixabas foi a São Paulo e a Minas Gerais, a convite da Texto Comunicação, que promoveu o Road Show 2023, reunindo 26 jornalistas de 11 Estados brasileiros.

Segundo os números do PIB agropecuário, calculado pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Esalq/USP, em parceria com a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), o principal fundamento para o cenário de baixa em 2022 foi a forte alta dos custos com insumos no setor, tanto na agropecuária quanto nas agroindústrias. Entretanto, o setor não para, e busca constantes mudanças para tecnificar a produção e colher melhores resultados.

Um exemplo da evolução do setor é a Fazenda Colorado, que fica na cidade de Araras (SP). Considerada a maior produtora de leite do Brasil, com uma produção diária de 100 mil litros, o local é um exemplo de evolução em todos os processos, que vão desde a genética e os alimentos dos animais, aos cuidados com as vacas, que são tratadas com as mais modernas técnicas de bem-estar animal.

O gerente geral da Fazenda Colorado, Sérgio Soriano, contou que a propriedade foi adquirida em 1964, por Lair Antonio de Souza, quando havia uma tímida produção leiteira. De lá para cá, muita coisa mudou, principalmente quando se percebeu que oferecer bem-estar aos animais e empregar tecnologia de ponta seriam a receita para aumentar a produtividade.

“A fazenda começou com 200, 300 litros de leite por dia, até chegar a um volume razoável de pouco mais de mil litros. Quando foi atingida a produção de 10 mil litros por dia, a meta então foi para 100 mil litros. Quando começamos a trabalhar aqui, tudo era muito difícil, com uma sala que ordenhava 10 vacas de cada lado. O grande pulo foi em 2010, quando construímos uma maternidade, com uma tecnologia que trouxemos dos Estados Unidos, chamada cross ventilation, que melhora o ambiente para a vaca”, contou Sérgio.

Como esse ambiente potencializou a produção, o proprietário Lair percebeu que o sistema poderia ser bom para todas as vacas. “Nessa época construímos um barracão para 1.800 vacas e fizemos um projeto para produzir 60 mil litros de leite em 2011. Em 2012 foi implantado o sistema de ordenha em carrossel, e a partir daí, os filhos compraram a ideia e não pararam de investir em melhorias, até atingirmos a marca de 100 mil litros de leite por dia”, contou. A fazenda é proprietária da marca Xandô.

EFICIÊNCIA – Para atingir essa marca de produção, a Fazenda Colorado investiu não apenas em melhorar a estrutura da fazenda e oferecer bem-estar aos animais, mas se aliou a importantes empresas de genética e de produtos veterinários, garantindo eficiência e segurança para se alcançar os melhores resultados possíveis.

Uma das parceiras da fazenda é a Vetoquinol Saúde Animal, que é uma das 10 maiores indústrias veterinárias do mundo. Fundada há mais de 90 anos, na França, a empresa oferece produtos veterinários diversos para a pecuária e também para cães e gatos.

O gerente de marketing da Vetoquinol, Antônio Coutinho, destacou a importância da parceria da indústria com o produtor. “Quando se está próximo ao produtor, se consegue entender as demandas de cada propriedade e oferecer uma tecnologia e um serviço mais assertivo. Um animal saudável tem uma qualidade de vida melhor. Mesmo oferecendo o bem-estar, quando o animal for acometido por alguma doença, é preciso ter um produto que possa resolver rapidamente esse problema”, destacou.

Ele informou, por exemplo, o Forcyl, que é um antibiótico trazido da França, e o anti-inflamatório Tolfedine, que tem carência zero. “Se o produtor precisar usar esse produto em uma vaca leiteira, ele pode continuar a produção, porque ele não deixa resíduo no leite. Outro de carência zero é o Bullmax, que é um endectocida (antiparasitário), além de outros produtos que também não possuem carência, inclusive um brinco que é um repelente de insetos”, informou.

Inseminação artificial cresce e se torna regra para aumento de produção

Uberaba (MG) concentra as principais empresas de genética bovina do Brasil

Na pecuária, seja de corte ou de leite, independente do tamanho da propriedade e do mercado que se pretende alcançar, a inseminação artificial está se tornando regra para quem pretende aumentar a produção. Segundo dados da Associação Brasileira de Inseminação Artificial (Asbia), nos últimos quatro anos ocorreu um crescimento de 64% no número de animais inseminados no Brasil.

Há sete anos, cerca de 11% das matrizes brasileiras eram inseminadas, e atualmente são cerca de 22%. O zootecnista Cristiano Botelho, executivo da Asbia, disse que hoje a genética de ponta está democratizada, pois está ao alcance de produtores de todos os portes e de todas as regiões brasileiras. “O melhoramento genético, com a inseminação artificial, é o menor custo de uma propriedade”, afirmou.

Ele acrescentou que a evolução genética é constante e rápida. “Não dá para comparar animais de anos atrás com os de hoje. A cada nova geração, os animais precisam ser melhores que a anterior. Imagina se compararmos aos animais de 30 anos atrás”, enfatizou.

Três das principais empresas de melhoramento genético do Brasil ficam em Uberaba (MG). Uma delas é a Genex, que tem origem americana e começou como uma cooperativa. Foi a pioneira na seleção de raças como o Angus (gado de corte) e Holandês (gado de leite).

A empresa está no Brasil desde 2005, presente em todos os estados brasileiros e no Distrito Federal, e exporta para países da América Latina, Ásia, África e Oriente Médio. Por meio do site da empresa, o pecuarista pode escolher qual sêmen comprar, no e-commerce da empresa, analisando o touro, com vídeos, fotos e informações completas sobre a genética disponível.

O diretor executivo da Genex Brasil, Sérgio Salt, reforçou que o valor da inseminação artificial está muito acessível a todos os produtores e tem contribuído para o crescimento do rebanho bovino no país nos últimos anos.

Outra empresa que também fica em Uberaba é a Alta Genetics, cuja central tem capacidade para alojar 500 touros, que ficam em piquetes com cerca de 1.200 metros quadrados cada, com baia e sombra natural. A dieta dos animais é servida no cocho, 100% balanceada, feita sob medida, com nutrientes que estimulam a boa produção de sêmen.

A gerente de Corte Taurino da Alta, Luiza Mangucci, disse que toda a evolução da pecuária vem de um combo de tecnologia. “A genética é um desses pilares que faz com que a pecuária consiga evoluir, junto com a nutrição, o manejo e a sanidade do rebanho. Para conseguirmos avançar, essas quatro engrenagens precisam estar em conjunto e funcionando em harmonia”, enfatizou.

Luiza comentou que a empresa se preocupa em saber qual é o objetivo de seleção de cada propriedade, para direcionar a genética mais indicada para cada caso. “Mais que isso, buscamos entender qual a raça que se enquadra dentro do mercado do pecuarista, quais animais que se enquadram nesse objetivo e fazemos o direcionamento mais adequado”, explicou.

SÊMEN SEXADO – Com mais de 40 mil clientes em todo o mundo e sediada nos Estados Unidos, a ABS também possui unidade em Uberaba. Líder mundial no fornecimento de genética bovina, serviços de reprodução, tecnologias e produtos para o cuidado do úbere, a empresa está presente em mais de 70 países e possui mais de 80 anos de história.

Em Uberaba, a unidade da ABS fornece sêmen para todo o Brasil e prioriza estar perto do pecuarista. Um exemplo é o produtor de leite Mauro Beraldo, de São João Batista do Glória (MG), cliente da ABS e que conta sobre a importância da parceria da empresa com os pecuaristas. Ele relatou que quando não usava inseminação artificial, a produção diária por vaca era de 12 a 15 litros em sua propriedade. Atualmente, cada vaca produz, em média, cerca de 40 litros por dia.

“Por meio da inseminação artificial, eu consigo colocar na minha fazenda o que há de melhor no mundo em genética. Eu não ia conseguir isso com um touro de monta. Quem começa com a inseminação, não volta, porque os benefícios são enormes”, garantiu. Hoje o plantel do pecuarista é de 740 vacas.

O diretor geral da ABS Brasil, Márcio Nery Magalhães, destaca que a qualidade crescente na genética é uma soma de vários fatores, que começa com o cuidado com os cerca de 200 touros alojados. Cada um produz de 300 a 500 doses de sêmen por coleta, sendo que alguns chegam a passar de mil doses. Cada touro é coletado de duas a três vezes por semana.

Na unidade da empresa em Uberaba, são entregues 16 mil embriões por mês. Um dos destaques da ABS é a tecnologia IntelliGen, base da genética sexada Sexcel, que foi pesquisada e desenvolvida por 15 anos. Nesse sistema, é utilizada a técnica de inativação das células do sexo indesejado, a laser.

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