Novo recorde em 2023: níveis máximos de gases de efeito estufa

Publicado em 29/10/2024 às 09:25

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The smoke coming out of factories in an industrial area

Foto: Freepik

Os níveis de gases de efeito estufa na atmosfera atingiram um novo recorde em 2023, reforçando as previsões de aumento de temperatura nos próximos anos, informou nesta segunda-feira (28/10) a Organização Meteorológica Mundial (OMM), agência climática da ONU.

Conforme o relatório anual da OMM sobre gases de efeito estufa, o dióxido de carbono (CO₂) está se acumulando na atmosfera em um ritmo sem precedentes na história humana, com um aumento superior a 10% nas últimas duas décadas.

No ano passado, as médias globais de concentração dos gases de efeito estufa CO₂, metano e óxido nitroso subiram em 151%, 265% e 125%, respectivamente, comparados aos níveis pré-industriais (anteriores a 1750), segundo o boletim. O CO₂ representa cerca de 64% do aquecimento do clima, originando-se principalmente da queima de combustíveis fósseis.

“Mais um ano, mais um recorde. Isso deve servir de alerta para os tomadores de decisão. Estamos claramente fora do caminho para alcançar as metas do Acordo de Paris”, destacou Celeste Saulo, secretária-geral da OMM.

Publicado antes da Conferência anual da ONU sobre o Clima, o boletim da OMM traz informações sobre a concentração dos gases na atmosfera e não sobre os níveis de emissões. A COP29 ocorrerá em Baku, no Azerbaijão, entre 11 e 22 de novembro.

Causas do aumento

Esse crescimento foi impulsionado por grandes incêndios florestais e pela provável redução na capacidade das florestas de absorver carbono, somados às elevadas emissões resultantes da queima de combustíveis fósseis devido às atividades humanas.

Em 2023, a concentração de CO₂ atingiu 420 partes por milhão (ppm), metano chegou a 1.934 partes por bilhão (ppb) e óxido nitroso a 336 ppb. Segundo Saulo, “cada ppm e fração de grau de aumento de temperatura têm um impacto real em nossas vidas e no planeta”.

A última vez que a Terra registrou concentração semelhante de CO₂ foi entre 3 a 5 milhões de anos atrás, quando as temperaturas eram de 2°C a 3°C mais altas e o nível do mar estava 10 a 20 metros acima do atual, informou a OMM.

Aproximação das negociações

O Acordo de Paris, assinado por 195 países, visa manter o aumento da temperatura global abaixo de 2°C, com o ideal de 1,5°C. Para isso, cortes significativos nas emissões são necessários. As metas atuais, segundo a ONU, indicam uma redução de 2,6% nas emissões globais até 2030 em comparação a 2019, enquanto os cientistas sugerem uma redução de 43% até 2030 para cumprir o Acordo de Paris.

O Brasil, por exemplo, comprometeu-se a reduzir as emissões em 48% até 2025 e 53% até 2030 em relação aos níveis de 2005. Contudo, Simon Stiell, secretário-geral da Convenção Quadro da ONU sobre Mudança do Clima (UNFCCC), afirmou que os planos atuais são insuficientes para evitar danos globais.

Na COP29, quase 200 países discutirão um novo sistema global de comércio de emissões e um aporte financeiro anual de US$ 100 bilhões para apoiar países em desenvolvimento no alcance de suas metas climáticas, estabelecendo metas mais ambiciosas no combate à mudança climática.

Fonte: Clima Tempo

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