Moradores e vice-prefeito criticam a compra de “latões de lixo”
Publicado em 22/05/2020 às 19:52
Nesta semana, em Campinho, Sede de Domingos Martins, uma aquisição feita pela Secretaria Municipal de Obras e Serviços Urbanos, fez com que moradores e o vice-prefeito do município, Romeu Stein, questionassem a compra do que se chamou de ponto de entrega voluntária (PEVs), que são utilizados para o descarte correto dos materiais recicláveis e despertar a consciência ambiental da população.
Os PEV´s são instalados em locais apropriados e cuidadosamente escolhidos para receber os resíduos. Nestes locais os consumidores entregam voluntariamente os materiais pós-consumo.
Porém, moradores que viram sete destes PEV´s, no estacionamento da Biblioteca Municipal, questionaram se este seria o modelo mais adequado, tanto esteticamente, pois Domingos Martins tem a característica de ser uma cidade turística, quanto pedagogicamente, uma vez que estes pontos devem servir para facilitar o descarte correto dos resíduos e os receptores devem ser identificados de forma clara.
“O pessoal estava comentando nas ruas e eu vi nas redes sociais a postagem do vice-prefeito. Eu particularmente achei um absurdo, pois, uma cidade turística não deve colocar aquilo lá nas ruas. E, além de não ser o momento mais adequado, aquela estrutura não condiz com a realidade da cidade”, afirmou um empresário local que preferiu não se identificar.
“Dinheiro investido em coisa inútil mais uma vez. Não vai atender os anseios da população. A Prefeitura de Domingos Martins não se preocupa realmente com a opinião de quem mora aqui. Um absurdo terem comprado isso para se colocar na nossa cidade. Aquilo que eu vi, parece qualquer coisa, menos um coletor de resíduos”, criticou Rosania Polli, moradora da localidade de Chapéu, próximo à Sede, Campinho.
Vice-prefeito critica a compra
O vice-prefeito de Domingos Martins, Romeu Stein, concedeu entrevista exclusiva ao Portal Montanhas Capixabas e falou sobre a aquisição feita pela Prefeitura. Ele disse que havia um projeto para a compra de ecopontos, que são contentores, possuem cores diferentes, e que são consoantes ao tipo de lixo.
“Sempre foi um sonho, fazer algo que agradasse visualmente, além de entender que esses contentores possuem um caráter educacional, Então, esses equipamentos que foram comprados não têm essa finalidade”, criticou Romeu.
Ele acrescentou que além do trabalho pedagógico a ser feito com as estruturas para recebimento dos resíduos, o equipamento deve ser algo padrão, para que quaisquer pessoa possa reconhecê-lo e fazer a sua utilização correta.“Isso tem que ser universal, para que os cidadãos olhem e reconheçam a sua utilidade”, reiterou Stein.
Ele ainda afirmou, conforme o setor de licitação, que foram licitados sete desses equipamentos e o vencedor ganhou com um valor de R$ 2.430,00 para cada estrutura, o que totaliza uma despesa de R$ 17.010,00. “Isso foi um processo todo feito pela Secretaria de Obras e Serviços Urbanos, eu só tomei conhecimento depois da compra”, disse o vice-prefeito.
Ainda sobre os materiais adquiridos, Romeu frisou que havia um projeto para que fossem instalados sete pontos de recebimento de resíduos no centro da cidade. “Todas as reuniões em que eu participei, era claro que esses equipamentos seriam colocados no perímetro urbano, e não é à toa que a quantidade era sete, pois foi feito um levantamento para isso”, relata Romeu.
O vice-prefeito ainda acrescentou que insistiu na compra dos PEV´s mais adequados (foto abaixo), mas não obteve resposta. “Acharam que esse outro equipamento seria mais barato, mas a nossa cidade não merece isso”, concluiu.
Questionamentos à Prefeitura
Assim que as pessoas passavam e viam os equipamentos guardados no estacionamento da Biblioteca Municipal, algumas delas entraram em contato com a redação do Portal Montanhas Capixabas e enviaram questionamentos para que fossem repassados à Prefeitura.
Sendo assim, foram enviadas as seguintes perguntas: quantos PEV´s foram adquiridos; qual foi o custo total da compra; onde seriam instalados; como se chegou ao modelo adquirido; se haveria locais para depósito seletivo de lixo e onde seriam esses locais; a razão pela qual se optou por um material que enferruja, uma vez que o objetivo é colocá-lo em meio externo; seria feita a coleta separada de vidro, papel, metal e plástico, entre outras.
A Prefeitura, através de sua assessoria de imprensa, respondeu que não possuía essas informações naquele momento, e que somente se pronunciaria num momento adequado, pois as análises para as instalações dos equipamentos ainda estavam sendo feitas.