Moradores de Alfredo Chaves reclamam que obra está tomando espaço de rodovia
Publicado em 23/09/2017 às 14:47
A construção de um calçamento às margens da ES-376, na localidade de Aparecida, Alfredo Chaves, tem gerado muitas discussões e desavenças entre moradores. A rodovia estadual liga a sede de Marechal Floriano até Alfredo Chaves, passando por Aparecida.
O responsável pela obra é o morador Cleomir Gobbi Buback, que há alguns meses vem construindo, em frente ao seu bar, uma calçada cidadã. O questionamento de muitos moradores, inclusive irmãos de Cleomir, é de que a obra está avançando para dentro da rodovia, mudando o trajeto normal da via.
O morador Geovanni Parmagnani Buback protocolou, na Promotoria de Justiça de Alfredo Chaves, uma denúncia com registros fotográficos que mostram a rodovia antes e após a construção da calçada. Geovanni está revoltado com a situação, e alega que a Prefeitura é conivente com a obra.
“A Prefeitura mandou a fiscalização umas quatro vezes, mas eles vão à casa de Cleomir, tomam água e café e vão embora dizendo que está tudo na medida certa. Se estivesse certo, não estávamos pedindo ajuda. A obra está em frente ao campo de futebol e em um cruzamento de duas ruas. Cleomir também já construiu um telhado invadindo a rua. Ele retirou os bloquetes, amontoou em seu terreno e está construindo a calçada da forma que quer”, reclama Geovanni.
Outro morador revoltado é Geraldo Gobbi Buback, 59, irmão de Cleomir. “Meu pai deu esse terreno para ele construir a uma distância de um metro para dentro do poste de energia. Agora ele já invadiu o calçamento e colocou um poste novo, por conta própria, para dentro da rodovia. Pedimos às autoridades e ninguém resolve nada. Isso é uma vergonha, pois essa obra prejudica a todos os moradores”, relatou Geraldo.
O agricultor Henrique de Freitas Padilha, 63, que sempre viveu na localidade, comenta que Cleomir está prejudicando a ele próprio com a obra, já que está reduzindo o estacionamento em frente ao seu bar. “Ele está avançando a rua com a obra, em frente ao comércio dele, diminuindo o número de vagas. Além disso, está deixando a rodovia mais estreita”, comentou.
Outro irmão de Cleomir que reclama da obra é Antonio Gobbi Buback, o Toninho, 69. “Ele é meu irmão, mas não tem o direito de invadir a rua. Todos precisam seguir as regras e leis. Imagina se todos se acharem no direito de invadir a rua? Já procurei a Prefeitura e outros órgãos, e ninguém faz nada. Falaram que isso é briga de família, mas eu garanto que é um problema da comunidade”, afirmou.
Cleomir alega que tem autorização para a obra
Mesmo se recusando a apresentar a autorização que alega ter da Prefeitura de Alfredo Chaves para a construção, Cleomir afirma que sua obra está regular e que tem todas as licenças para a construção do calçamento. Ele garante que está respeitando os oito metros de largura da rodovia.
“Os fiscais já vieram aqui e mediram tudo. Eu não estou avançando nada para dentro da rua. Tem trechos com oito metros, com 10 e até 12 metros. Em frente ao meu bar permaneceram os oito metros de largura. Não mexi em nada, não recuei nenhum metro. O calçamento de bloquetes foi arrancado para construir um de cimento. Isso é pura inveja. O oficial de justiça já veio aqui e está tudo certo”, afirmou Cleomir.
PREFEITURA – Por meio da assessoria de Imprensa, a Prefeitura de Alfredo Chaves garantiu que o setor de fiscalização municipal está ciente da obra. “Segundo os técnicos, o senhor Cleomir está fazendo uma calçada cidadã e este tipo de obra não precisa de nenhuma licença ou documentação. A equipe já esteve no local a pedido do prefeito, juntamente com o controlador municipal, e fez as medidas com o espaço da igreja e delimitou o local a ser construída a calçada”, relatou, em nota, a Prefeitura.
A assessoria ainda disse que a equipe da Prefeitura conversou com os moradores e não percebeu preocupação por parte deles. “O impasse é entre as famílias Buback. Mas, mesmo assim os fiscais disseram que ao finalizar a obra eles voltarão ao local para fazer outra vistoria e verificar se o senhor Cleomir obedeceu à área delimitada para a calçada cidadã”, conclui a nota.
MINISTÉRIO PÚBLICO – O Ministério Público do Estado do Espírito Santo (MPES), por meio da Promotoria de Justiça de Alfredo Chaves, informou que instaurou procedimento para apuração dos fatos. “Caso constatadas irregularidades, serão tomadas as medidas cabíveis”, destacou a nota.