Moradores de Afonso Cláudio realizam manifestação nesta terça-feira (30) contra o fechamento das escolas
Publicado em 30/01/2018 às 17:53
Pais e alunos já demonstraram insatisfação com o fim do ensino médio de algumas tradicionais escolas do interior de Afonso Cláudio, região serrana do Estado. A Secretaria Estadual de Educação (SEDU), não parece sensibilizada com os constantes protestos de pais, alunos e boa parte da população, que pede a reabertura das turmas de Vila Pontões, Fazenda Guandu e Piracema. Na última quinta-feira (24), a manifestação ocorreu no centro de Afonso Cláudio, com presença de apoiadores de Cariacica, Vitória, Itaguaçu e Santa Maria de Jetibá.
Às 05 horas de hoje, cerca de cem manifestantes embarcaram para a capital, onde se juntaram a apoiadora de Brejetuba, Santa Maria de Jetibá, Domingos Martins, Ibatiba e Laranja da Terra. De acordo com a professora Solange Maria Moizes, que é uma das lideranças do movimento, até moradores de Pedro Canário compareceram para fortalecer o grupo. A manifestação iniciou em frente à SEDU e uma comissão foi formada para se reunir com o secretário Estadual de Educação, Aroldo Rocha, às 8h30.
Em Vitória, eles fecharam a rua em frente à SEDU com faixas e apitaços, enquanto o secretário decidia sobre atendê-los ou não. Depois de um bom tempo aguardando, foi formada uma comissão e o assunto foi debatido na sala do secretário. Os manifestantes não aceitam o fim do ensino médio no interior. Outra reivindicação é a recontratação da professora Solange Maria, que segunda a organização do movimento, ela foi demitida injustamente, simplesmente pelo fato de apoiar as famílias contra o fechamento das escolas.
O Ministério Público, por meio do Promotor Valtair Lemos, de Afonso Cláudio, já havia formulado processo para a abertura das escolas ao Juiz Luciano Fiorot, que indeferiu o pedido. As escolas de Pontões, Piracema e Fazenda Guandu, continuam fechadas. Por com disso, o primeiro encontro em Vitória ocorreu com o secretário Aroldo Rocha. A seguir, os manifestantes se encontraram com o presidente do Tribunal de Justiça (TJES), desembargador Sérgio Luiz Teixeira. No tribunal tramita recurso contra a decisão da justiça de Afonso Cláudio.
“Não é apenas argumento, mas sim, uma realidade. Os alunos do interior trabalham com a agricultura familiar, conciliando horário para os estudos. Isso, sem falar no risco que os adolescentes enfrentarão viajando nas estradas de terra. Esperamos que o secretário entenda que o problema não é de um, ou dois alunos, o problema atinge centenas de crianças, cujos pais já decidiram que se não reabrirem as turmas, seus filhos ficarão fora da escola. Não quero acreditar que é isso que o governo quer,” Disse Solange Maria.
O movimento está recebendo o apoio do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Afonso Cláudio por meio de seus representantes, Pedro Vill e Valdeci Veloso, juntamente com deputado federal Givaldo Vieira, que já havia apresentado sua posição contrária à decisão do governo, afirmando em entrevistas que tal decisão é radical e despótica. Disse ainda que os alunos têm o direito de escolha e os pais precisam de seus filhos na lida com o campo. Até o momento, Givaldo continua com o grupo na SEDU.
Nossa reportagem conseguiu contato agora pouco com Pedro Vill, que está ao lado do deputado, ainda na frente da SEDU. Segundo ele, o desfecho desta novela pode ter um final feliz. “A Secretaria propôs que apresentemos números suficientes de alunos para a reabertura das escolas. Eles dizem que não temos número e agora nos cabe na próxima semana visitar todos os distritos prejudicados e fazermos cadastros dos alunos. Depois de feito, eles nos prometeram uma visita técnica, que poder ser favorável às nossas reivindicações,” disse Pedro Vill.