Mercado financeiro projeta inflação de 2024 acima do teto da meta pela primeira vez
Publicado em 28/10/2024 às 09:53
Foto: Freepik
Os analistas do mercado financeiro consultados pelo Banco Central elevaram, pela quarta semana consecutiva, as expectativas de inflação para este ano. Segundo dados divulgados nesta segunda-feira (28), a previsão é de que o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) encerre 2024 com alta de 4,55%. Essa é a primeira projeção que indica uma inflação acima do teto da meta.
Expectativa de inflação
O mercado financeiro agora prevê uma inflação de 4,55% para este ano, registrando a quarta elevação consecutiva nas projeções do IPCA. Na semana passada, a estimativa era de 4,5%, enquanto quatro semanas atrás era de 4,37%. Essa é a primeira previsão que coloca o IPCA acima do teto da meta estabelecida pelo CMN (Conselho Monetário Nacional), que é de 3%, com uma margem de 1,5 ponto percentual, variando entre 1,5% e 4,5%.
Desde o início do ano, as projeções de inflação subiram 0,6 ponto percentual, partindo de 3,9% em janeiro, recuando para 3,7% em abril e agora atingindo 4,55%.
Análise do BC
O Banco Central avalia que há 36% de chance de o IPCA ultrapassar o teto da meta. Esse dado foi divulgado no Relatório Trimestral de Inflação (RTI) de setembro e representa um aumento de 8 pontos percentuais em relação à previsão de junho.
Para outubro, a expectativa é de alta de 0,51% no IPCA, sinalizando aceleração em relação aos 0,44% de setembro, que já havia sido a maior alta para o mês desde 2021. Para novembro e dezembro, as projeções de aumento do índice são de 0,2% e 0,5%, respectivamente. Além disso, os preços administrados, como combustíveis, planos de saúde e energia elétrica, devem subir 5,08%, sendo a oitava semana consecutiva de alta nas previsões.
Caso o IPCA ultrapasse o teto, o presidente do BC, Roberto Campos Neto, deverá enviar uma justificativa ao Ministério da Fazenda, pois o cumprimento da meta é uma das funções do Banco Central.
Projeções de inflação e juros para os próximos anos
Para 2025, a estimativa de inflação subiu de 3,99% para 4%, enquanto para 2026 e 2027 permanece em 3,6%. No que diz respeito aos juros, o mercado prevê dois aumentos de 0,5 ponto percentual na taxa Selic ainda este ano, subindo de 10,75% para 11,75% ao ano. Essas elevações devem ser definidas nas próximas reuniões do Copom (Comitê de Política Monetária), em novembro e dezembro.
Para 2025, 2026 e 2027, as previsões para a Selic se mantêm estáveis, com a taxa estimada em 11,25% ao final de 2025, 9,5% ao final de 2026 e 9% ao final de 2027.
Fonte: UOL