Marechal Floriano e Domingos Martins registram 37 casos de Febre do Oropouche

Publicado em 18/12/2024 às 15:32

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Texto: Bruno Caetano / Foto: Coleção de Ceratopogonidae do IOC/Fiocruz

Os municípios de Marechal Floriano e Domingos Martins enfrentam um aumento significativo nos casos de Febre do Oropouche, uma arbovirose transmitida pelo mosquito da espécie Culicoides paraensis, popularmente chamados de maruim ou mosquito-pólvora. Até o dia 13 de dezembro deste ano, foram confirmados 10 casos em Marechal Floriano e 27 em Domingos Martins, sendo o distrito martinense de Biriricas a região com maior incidência.

De acordo com a Secretaria Municipal de Saúde, a Febre do Oropouche é causada pelo vírus OROV e se manifesta por meio de sintomas como febre alta de início repentino, dores musculares, dor de cabeça intensa, náusea, tontura e diarreia. Embora raramente grave, a doença pode ser debilitante e, em casos mais graves, evoluir para complicações hemorrágicas.

A gerência de Atenção Primária de Domingos Martins destacou que a transmissão da doença está ligada à presença do maruim em áreas com matéria orgânica acumulada, característica de localidades rurais.

Ainda segundo a gerência de Atenção Primária de Domingos Martins, é difícil dizer exatamente como o vírus chega aos municípios. Como é uma arbovirose transmitida por mosquito, onde tem o mosquito e pessoas circulando, é provável aparecerem casos. Em Biriricas, por exemplo, a região sempre teve problemas com maruim devido à proximidade com rios e plantações, como as de banana, que acumulam matéria orgânica e auxiliam na proliferação do mosquito.

A gerência de Atenção Primária de Domingos Martins também ressaltou a importância do trabalho conjunto com o Laboratório Central (LACEN) para a rápida identificação de casos. Contudo, apontou que métodos comuns de controle de vetores, como o fumacê, não são eficazes contra o maruim.

De acordo com a gerência de Atenção Primária de Domingos Martins, infelizmente, os municípios não têm larvicidas ou inseticidas que combatam o maruim. O fumacê, além de ser proibido em áreas rurais, não funciona para esse mosquito. A solução é manter áreas ao redor das residências limpas e adotar medidas físicas de proteção, como o uso de roupas de manga longa e óleo corporal, já que repelentes convencionais também não têm eficácia comprovada.

Recomendações para a população

As Secretarias de Saúdes de ambos os municípios orientaram a população a tomar medidas preventivas para reduzir o risco de contágio. Segundo as secretárias, é importante manter áreas limpas, retirando folhas, galhos, restos de frutas e outros resíduos orgânicos próximos às casas. A proteção física é essencial, com o uso de roupas de manga longa, sapatos fechados e a aplicação de óleo corporal para dificultar a picada do mosquito.

Além disso, é importante evitar atividades ao ar livre, especialmente ao amanhecer e entardecer, horários de maior atividade do maruim. Gestantes devem redobrar a proteção devido a possíveis complicações associadas a infecções virais.

O que fazer em caso de suspeita

Pessoas que apresentarem sintomas devem procurar atendimento médico imediatamente. A testagem precisa ser realizada em até cinco dias após o início dos sintomas para garantir a detecção da infecção. Em Marechal Floriano, a Vigilância Epidemiológica reforçou que o combate à doença depende da colaboração da comunidade.

“Recomendamos a limpeza de áreas com matéria orgânica, uso de repelentes e roupas que cubram a pele. Quanto mais rápida a notificação dos casos, melhor será a resposta para controlar a situação”, informou a secretária de Saúde do município, Maria Arlete Novaes.

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