Marechal está investindo o dobro do que a lei exige na saúde
Publicado em 24/03/2018 às 12:11
Cautela com o momento delicado da economia do país e do Estado. Seguindo essa receita o prefeito de Marechal Floriano, Cacau Lorenzoni, garante que tem motivos para comemorar.
Em entrevista ao portal Montanhas Capixabas, ele aponta os avanço na organização das contas municipais, a manutenção dos pagamentos em dia e ainda fôlego para anunciar projetos e obras, principalmente na saúde e na infraestrutura. Cacau destaca ainda investimento em vias e estradas, além do fortalecimento do calendário de eventos que estimulam o turismo.
Montanhas Capixabas – A conjuntura econômica no Estado soma muitos reveses, como a paralisação da Samarco e agora o anúncio americano de uma maior taxação do aço. Isto prejudica municípios como Marechal Floriano?
Cacau Lorenzoni – Só a Samarco é 6% do PIB capixaba. Com a taxação dos EUA ao Aço, o prejuízo à CST (ArcelorMittal Tubarão), vai fazer o Estado perder mais 15% de seu PIB. Isso vai afetar em cheio os municípios. O governador está preocupado, os prefeitos também. Vai afetar diretamente a receita dos municípios.
No caso de Marechal, o que o senhor está pensando em fazer para tentar minimizar esse impacto?
O governo federal ainda está tentando reverter a taxação do aço. Caso não consiga, vamos ter que rever todo nosso planejamento.
Outra variável importante esse ano são as eleições de outubro. Como isso movimenta Marechal, qual orientação que o senhor vai dar para a administração?
Nós vamos cumprir a lei eleitoral. Não é uma eleição municipal, então para o município nós vamos trabalhar dentro do nosso planejamento.
A despeito desses desafios tem sido possível avançar em Marechal?
Avançamos muito. Temos várias frentes de trabalho na área de infraestrutura. Vários calçamentos de ruas no interior e na sede. Agora nós vamos começar o recapeamento asfáltico da cidade, no bairro Santa Rita e no Vale das Palmas.
A licitação já foi realizada, devemos começar o serviço em breve. Na área da educação, estamos fazendo uma nova escola em Victor Hugo, a entrega dela é até o fim do ano. Era uma escola em precárias condições, tivemos que demolir a metade dela. Será uma escola modelo no município. Vamos começar o remodelamento da praça da Sede, a reforma do colégio de Soído e o novo posto de saúde de Santa Rita. Tudo para este ano.
Além da construção deste posto de Santa Rita, há mais previsões para a saúde?
Temos um dos melhores serviços do Espírito Santo. Se você olhar em torno – as pessoas não sabem disso – muitos municípios fecham as suas unidades de saúdes às 16h. Nosso município tem Pronto Atendimento 24h mantido pela Prefeitura e pediatria diariamente, que não tinha.
Implantamos também serviço de pequenas cirurgias. E esse serviço, antes feito só às terças-feiras, agora também será feito às quartas-feiras. Tudo isso na policlínica.
Vamos ampliar o número de leitos na policlínica. Temos os serviços de ginecologia, dermatologia e psiquiatria, e tem o projeto da policlínica infantil. Estamos usando 30% do orçamento municipal com a Saúde, a lei obriga a gastar 15%. Marechal está investindo na saúde o dobro do que a lei exige.
O senhor citou a policlínica infantil. Como anda o projeto?
Já estamos negociando o terreno na sede. Ela será construída de acordo com os padrões exigidos pela legislação federal e será em parceria com o governo estadual a manutenção dela. A policlínica infantil é um investimento estimado em R$ 3 milhões para construir e entregar com os equipamentos.
A parte de alvenaria é algo em torno de R$ 1,5 milhão. Queremos que seja um polo para a toda a região, por isso a necessidade do governo custear o funcionamento, já que Marechal irá construir.
Como andam as iniciativas para fortalecer o setor agropecuário?
Vamos melhorar as estradas vicinais. Estamos com parceria com o governo do Estado no programa Caminhos do Campo, que vai pavimentar a estrada de Santa Maria. Através do programa nosso de infraestrutura rural, começamos a pavimentar a estrada de Córrego do Ouro, já calçamos várias ruas na Vila dos Ipês, também foram calçadas ruas na vila de Santa Maria. A meta é calçar ruas das vilas rurais do município até o fim do mandato.
Outro destaque em Marechal é o turismo. Os eventos vão receber atenção como no ano passado?
Em 2017 os eventos deram muito certo e esse ano vamos manter o calendário, com eventos com a Italemanha, as festa de Araguaia e de Santa Maria e vamos divulgar mais o agroturismo.
A duplicação da BR 262 foi adiada mais uma vez. Qual sua avaliação?
Estou preocupado com esses sucessivos adiamentos. Esse também é o sentimento dos prefeitos das outras cidades da Região Serrana. A 262 é uma rodovia que toda semana tem morte. Não entendo porque é uma das rodovias federais mais feias. Não tem manutenção de buraco, não tem manutenção de mato, de meio fio. O pior trecho da BR 262 é no Espírito Santo.
A gestão do governador Paulo Hartung (MDB) tem sido boa para Marechal?
O governo está fazendo a parte dele, o contexto da economia é difícil. Dentro da limitação dele, está em dia com seus compromissos. Com a situação atual, é preciso muita cautela porque não sabemos o dia de amanhã.
Então a cautela é melhor para nesse momento?
Com a situação atual, de queda de repasses federais, é preciso pisar em ovos para não cometer erros e depois ficar sem capacidade de investimento nenhum. Estamos trabalhando com muito menos recurso. Pés no chão, serenidade, estamos mantendo o pagamento em dia desde o início da gestão. Uma das prioridades é botar as contas de Marechal em dia, avançamos e já estamos perto de conseguir isso.
Como o senhor está vendo a formação dos grupos para a disputa eleitoral de 2018?
Agora estão sendo formados esses grupos, mas ainda não há definição de quem será candidato a governador, senador, deputado estadual, federal. Esse quadro está aberto.