Jovem descobre gravidez no momento do parto, após diagnóstico errado de infecção urinária

Publicado em 12/01/2025 às 14:03

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hospital padre maximo

Texto: Bruno Caetano / Foto: Divulgação

Uma jovem de 19 anos deu à luz inesperadamente no banheiro da casa de familiares, em Venda Nova do Imigrante, sem saber que estava grávida. A gestação só foi descoberta no momento do parto, na madrugada de sábado (04/01). Segundo a mãe, Raquel Modolo, antes do ocorrido, a jovem havia procurado atendimento médico, devido a fortes dores abdominais, mas foi diagnosticada com infecção urinária sem a realização de exames.

Ainda de acordo com a mãe, a jovem sofre de ovário policístico – uma condição que pode dificultar a gravidez e causar sintomas que confundem com outras alterações hormonais. Por isso, a mãe conta que a filha não apresentava sinais evidentes de gestação. Segundo relatos da família, ela seguia sua rotina normal, trabalhava como operadora de caixa e não teve alterações perceptíveis, como ausência de menstruação.

No dia 3 de janeiro, ao sentir dores intensas, a jovem foi ao Hospital Padre Máximo, em Venda Nova do Imigrante, onde foi atendida por uma médica. Durante a consulta, segundo a família, não foram solicitados exames, como ultrassonografia ou de sangue, que poderiam identificar a gravidez. A médica prescreveu antibióticos para tratar uma suposta infecção urinária e recomendou a realização de um exame de cultura após o término do tratamento.

Parto foi no banheiro de casa

Horas após retornar para casa, na madrugada do dia seguinte, a jovem sentiu dores ainda mais fortes e acabou dando à luz no banheiro, com ajuda do marido, do sogro e da sogra. O bebê, nascido sem qualquer assistência médica ou itens básicos de cuidados, foi levado às pressas para o hospital, onde recebeu os primeiros atendimentos.

A mãe da jovem criticou a conduta no atendimento médico, apontando negligência na avaliação do caso. “Se a médica tivesse solicitado exames, poderíamos ter descoberto a gravidez e nos preparado para receber o bebê com segurança. Foi um risco muito grande para minha filha e para minha neta. A médica diagnosticou infecção urinária sem nem pedir um exame básico”, afirmou.

Ainda abalada, a mãe destacou que a condição de saúde da filha contribuiu para a falta de percepção da gestação. “Não notamos a diferença. Ela também continuava menstruando e não sentia nada de diferente”, disse.

A família agora tenta se reorganizar para oferecer os cuidados necessários à criança, que nasceu saudável, mas em circunstâncias precárias. Eles aguardam um posicionamento do Hospital Padre Máximo sobre o caso e buscam entender por que exames mais detalhados não foram realizados durante o atendimento inicial.

Hospital não irá comentar sobre o caso

O Hospital Padre Máximo, procurado pela reportagem, afirmou em nota oficial que não comentaria o caso específico da paciente, justificando-se com base na legislação. “O Hospital observa rigorosamente as normativas relativas às informações de saúde de todos os pacientes atendidos, em virtude da necessidade de proteger a privacidade e garantir a confidencialidade desses dados”, destacou a nota.

Ainda segundo o comunicado, “a Lei Geral de Proteção de Dados reforça a proteção dos dados pessoais, incluindo as informações médicas, classificadas como dados sensíveis. A lei estabelece regras rigorosas para o compartilhamento desses dados com terceiros, visando garantir a segurança, a confidencialidade, a integridade e a autonomia do paciente”.

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