Hartung aciona Ministro da Aviação e Bancada Federal para travar privatização conjunta dos Aeroportos de Vitória (ES) e Macaé (RJ)
Publicado em 08/06/2018 às 13:00
Após manifestar publicamente ser contra o modelo do Governo Federal, que pretende incluir os aeroportos de Vitória (ES) e Macaé (RJ) em um bloco único de concessão à iniciativa privada, nesta sexta-feira (08), o governador Paulo Hartung enviou um ofício para o Ministro de Estado dos Transportes, Portos e Aviação Civil, Valter Casimiro Silveira, posicionando a contrariedade do Governo Estadual. O documento detalha, tecnicamente, a preocupação de o Espírito Santo ser prejudicado pelas más condições do aeroporto de Macaé.
O ofício do governador Paulo Hartung também foi compartilhado com a bancada federal capixaba, que é formada por 10 deputados federais e três senadores da República. De acordo com o Ministério dos Transportes, Portos e Aviação Civil, o valor de outorga é de R$ 712 milhões e vai garantir à empresa vencedora do leilão, previsto para sair ainda neste ano, 30 anos de exploração.
“Ressaltamos que, após muitos anos em obras, o novo Aeroporto de Vitória representa hoje uma grande conquista para o povo capixaba e um relevante equipamento para a economia do Espírito Santo, como aeroporto que conecta o Estado com os principais centros econômicos do país e do exterior. Face ao exposto, vimos solicitar vossa atenção, no sentido de determinar uma reavaliação da proposta de realizar a concessão do novo Aeroporto de Vitória, em franca expansão, no mesmo bloco do Aeroporto Regional Macaé (RJ), buscando assim evitar o risco de prejuízos ao interesse público do Estado do Espírito Santo”, detalha o documento assinado pelo governador.
Paulo Hartung ressalta que o Estado aguardou por muitos anos a conclusão da nova estrutura dos terminais aeroportuários e a inclusão com Macaé pode prejudicar novas melhorias no aeroporto, por exemplo, a expansão do terminal de cargas. “O aeroporto de Vitória é superavitário há muitos anos, ou seja, ele dá lucro. Já o aeroporto de Macaé é deficitário. A situação dele é bastante complicada, nem voo regular tem. O aeroporto de Macaé é utilizado simplesmente para suporte às atividades de petróleo e gás”, analisou.
“Se permitirmos a licitação no modelo que está proposto, vai tirar dinheiro de Vitória para suportar o desenvolvimento do aeroporto de Macaé. Se fosse para retirar dinheiro de Vitória e destinar para algum aeroporto regional do Espírito Santo, tudo bem, mas levar para Macaé é algo injusto com o nosso Estado. Aguardamos por muitos anos um aeroporto adequado ao desenvolvimento e pujança do Espírito Santo. As obras começaram em 2005 para serem inauguradas em 2007 e só foram entregues em 2018. Já perdemos muito tempo, não faz sentido na hora que estamos decolando amarrarem uma pedra no nosso pé”, finalizou Hartung.