Folhosas e temperos verdes morrem por excesso de chuvas em Marechal Floriano
Publicado em 23/03/2018 às 14:49
A torta capixaba corre o risco de ficar de fora do cardápio tradicional de todos os moradores do Espírito Santo na Sexta-feira da Paixão. O motivo principal é o excesso de chuvas nas montanhas do Estado, onde são cultivados os temperos principais do famoso prato.
Além de deteriorar temperos como coentro e cebolinha, fundamentais em pratos típicos regionais, o tempo chuvoso excessivo como ocorre neste mês de março, segundo os produtores, deteriora também as folhosas como alface, couve, almeirão e brócolis. Ontem (22) choveu durante o dia e a noite.
Pelo menos 20 estabelecimentos comerciais de Vitória, Vila Velha e Cariacica que adquirem produtos com a família Entringer em Marechal Floriano, maior produtora e revendedora, deverão passar o período da Semana Santa em falta, segundo informa a produtora e revendedora Dilcéia Entringer.
Ela atribui uma situação péssima para a produção, à chuva intensa e constante que cai desde o início do mês, e que está reduzindo a qualidade e matando as produções. “A chuva é benéfica até certo ponto, mas, em excesso atrapalha”, disse a agricultora e revendedora informando que o brócolis apodrece no pé, a couve escurece e a alface mela e coentro morre antes de crescer.
Dilcéia ressalta que faz entregas de produções de hortaliças como alface, couve, brócolis, além da cebolinha e coentro, produzidos na propriedade da família e também adquire em outros terrenos em localidades diversas, como Alto Marechal, Victor Hugo, Santa Maria de Marechal, Santa Maria de Jetibá e até Aracê e Melgaço, zona rural de Domingos Martins.
Para Carmelino Entringer, 65 anos, que trabalha a vida toda com estes tipos de verduras e folhas comestíveis, na atualidade não está fácil para trabalhar nas hortas na região. “Em nossa horta, a folhosa ou o tempero simplesmente não nascem ou morrem antes de serem colhidos”, afirma o lavrador.
Situação semelhante é a do lavrador Nilson Schunk, 36, também de Alto Marechal, que alega ter sofrido com os prejuízos pelo excesso de chuvas na região. A propriedade, segundo ele, está encharcada e tudo que planta ou não desenvolve ou morre a seguir. “Impossível trabalhar assim”.