Fabinho Trarbach promete prédio-garagem e mais ginásios de esportes

Publicado em 29/09/2024 às 12:07

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fabinho

Texto e fotos: Gleberson Nascimento

Três vezes vice-prefeito e com 12 anos de experiência ao lado do atual prefeito de Domingos Martins, Wanzete Kruger (sem partido), o empresário Fábio Anselmo Trarbach (PSD), o Fabinho, de 61 anos, desempenha com maestria o papel de candidato da situação. Ele tem na ponta da língua o número de escolas, unidades de saúde e servidores, além de garantir que conhece como ninguém o município em que nasceu e que quer administrar a partir de 1º de janeiro de 2025.

Uma de suas propostas é realizar um estudo para avaliar, junto à comunidade, a construção de um prédio-garagem no Centro, como forma de melhorar a mobilidade urbana e impulsionar as vendas do comércio local. Terceiro candidato a ter sua entrevista publicada em ordem alfabética pelo Montanhas Capixabas, Fabinho também prometeu construir ginásios de esportes, bem estruturados por região, para receber grandes competições.

Para exemplificar a afinidade entre prefeito e vice, Fabinho mencionou o nome de Wanzete 13 vezes durante a entrevista, realizada na terça-feira (17) na redação do portal. Além dos elogios ao prefeito, ele não hesitou em interromper o repórter para atender uma ligação do chefe, que o consultava sobre um problema com uma empresa numa obra da prefeitura.

Fabinho também reclamou das calúnias de adversários: “Disseram que eu teria dito que não preciso do voto dos funcionários. Eu pergunto: falaria isso? Só se eu fosse burro. Também inventaram que não gosto de pobre. Sou de família humilde. Minha mãe fez um berço de caixas de bacalhau para meu irmão”, relembrou.

Montanhas Capixabas – Por que o senhor deseja ser prefeito de Domingos Martins?

Fabinho Trarbach – Meu desejo de ser prefeito vem do fato de eu ter nascido aqui e sempre estar envolvido em movimentos da associação comercial, grupos de jovens e clubes da cidade. Acho importante as pessoas participarem da política, porque ela tem o poder de transformar a vida das comunidades e do município como um todo. Tenho 61 anos e estou no meu terceiro mandato como vice-prefeito, sempre ao lado de Wanzete Kruger.

Adquiri muita experiência como vice e quero fazer o que é melhor para o município. Domingos Martins é desafiador por seu território extenso e sua população distribuída. Cerca de 30% mora na sede; o restante está espalhado por vilas e propriedades agrícolas, o que complica o transporte escolar e o atendimento à saúde. O município é de vanguarda no Espírito Santo, importante para o turismo e a agricultura, além de ser próximo à Grande Vitória.

Como o senhor avalia a atual administração?

Destaco a melhoria na rede municipal de ensino, especialmente em infraestrutura. Hoje, praticamente todas as 47 escolas foram reformadas ou reconstruídas e contam com espaço esportivo. São cerca de 5 mil alunos atendidos.

Na saúde, houve a construção ou estão sendo construídas novas unidades em Melgaço, Melgacinho, Tijuco Preto, Barcelos, São Rafael, Biriricas, Pedra Azul e outras. São mais de 10. A gestão de Wanzete também é marcada pelo calçamento rural. Temos mais de oito mil quilômetros de estradas vicinais, essenciais para a agricultura e o turismo. Domingos Martins é o campeão estadual de calçamento rural, resultado de uma parceria com o governo do Estado, que fornece o material, enquanto a prefeitura entra com a mão de obra.

Além disso, avançamos na assistência social, no turismo e nos eventos. Não deixamos de realizar nenhum evento ao longo de 16 anos. Ainda há muito a fazer, principalmente na pavimentação de vias.

A administração de Wanzete é vitoriosa. Ele tem quatro mandatos, sempre muito bem avaliado. Em uma eleição, chegou a ter 83% dos votos, uma das maiores votações proporcionais do país.

O prefeito teve que deixar o PP, partido do candidato Carlinhos Borboleta, para apoiar sua candidatura?

Wanzete foi eleito pelo PP, e eu já estava no PSD. Quando definimos minha candidatura, houve um forte movimento para eu ser o candidato do PP, mas preferi permanecer no PSD. O PP lançou o Carlinhos como candidato, e Wanzete não podia apoiar dois lados. Ele deixou claro que, se o PP lançasse candidatura em Domingos Martins, ele sairia do partido. Foi o que aconteceu. Minha candidatura foi construída junto com o Wanzete, e a parceria com o Ivan (Paganini, vice) foi fechada com o governador.

E a relação entre o prefeito e Carlinhos Borboleta é boa?

Sim, assim como a minha com Carlinhos também é. A política em Domingos Martins não tem grandes atritos. Claro que, com a proximidade das eleições, os ânimos começam a se exaltar, e surgem boatos, mas depois da eleição, o foco é no bem do município.

O que já inventaram do senhor?

Disseram que eu teria dito que não preciso do voto dos funcionários. Eu pergunto: eu falaria isso? Só se eu fosse burro. Também inventaram que eu não gosto de pobre. Meu falecido pai era tocador de tropa de burros. Então, temos raízes simples. Para você ter uma ideia, minha mãe fez o berço de um dos meus irmãos com caixas de bacalhau. Tudo que conquistei foi com muito trabalho.

Qual a sua principal proposta para o funcionalismo público?

Proponho a valorização do servidor em todas as áreas. O que eu puder melhorar, dentro do limite de gastos com o funcionalismo, farei. Tudo que for direito e legal, será feito.

Haverá aumento?

Com certeza. Sem sombra de dúvida. O Wanzete já vem fazendo isso ao longo dos anos. Quero atrair investidores e empresas para melhorar a arrecadação, que deve fechar o ano na faixa de R$ 240 milhões. Mas, como já falei, o município é desafiador.

Quero destacar que o Quinquênio, os avanços, isso tudo está garantido. A prefeitura está totalmente em ordem. Quem assumir a partir de 2025 terá condições de tocar o município com tranquilidade. Sentarei com o sindicato, com a equipe técnica, e veremos o que pode ser feito.

Gosto de sentar à mesa e conversar. O prefeito não é dono do município. É preciso ser claro com o servidor sobre o tamanho do orçamento. Não pode haver caixa preta, nada escondido. Transparência e diálogo. Outra coisa que implantarei imediatamente é a simplificação dos processos, para dar mais agilidade.

Qual é a estratégia para garantir o apoio do Legislativo, caso seja eleito?

Diálogo.

Sua chapa tem quantos candidatos a vereador e há boa expectativa de eleição dessa chapa para dar sustentação à sua administração?

São 22. Em todas as administrações do Wanzete, desde 2005, eu fiz muita articulação com a Câmara. Sei fazer isso muito bem. Não existe Legislativo sem Executivo, nem Executivo sem Legislativo.

Não tenho problema com críticas. Gosto de conviver com o contraditório. Acredito que é na crítica que se cresce. Ninguém é dono da verdade. Lido com isso com tranquilidade. Acho que o vereador tem um papel importante na administração do município. Se ele é daquela comunidade e tem uma ação lá, deve ser convidado. Ele tem de se sentir parte das coisas que estão acontecendo no município.

Como será sua relação com o governador Renato Casagrande e o presidente Lula?

Contarei com o apoio dos deputados. No caso, Fabrício Gandini, Tyago Hoffmann e o deputado federal Gilson Daniel. Essas são as pessoas que estão muito próximas de Domingos Martins hoje.

Já temos deputados que estão há mais de dois anos na Assembleia Legislativa, mandando recursos por emendas e ações no município. Esse é o primeiro passo. Nossa candidatura, minha e de Ivan Paganini, foi estruturada com o aval do governador. Temos uma relação muito próxima com o governo.

Quando você está na gestão, é preciso dialogar com todos, porque as coisas acontecem no município. Hoje há extremismos, seja de direita ou de esquerda. Penso que temos de lidar com todas as correntes, sem excluir ou isolar. Se fizer isso, pode perder oportunidades importantes para a população.

O papel do administrador municipal é fazer o que é melhor para a população, em termos de entregas, ações e melhorias em todas as áreas. Esse diálogo acontecerá de forma transparente e constante.

Seu vice está preparado para assumir em caso de emergência?

O primeiro ponto sobre meu vice, Ivan, é que já fomos adversários em 2004. Ele disputava a reeleição. Mas crescemos juntos, jogamos bola e brincamos no Carnaval. Já discordamos, como a política permite, mas nunca fomos inimigos.

Ivan já foi prefeito e vereador. Tem experiência e já foi assessor parlamentar do ex-deputado e atual secretário Bruno Lamas. Tenho plena convicção de que ele vai me ajudar muito. Sou do diálogo, não sou centralizador. Gosto que as pessoas tragam suas opiniões. Por isso sou associativista. Sou um dos fundadores da associação comercial daqui.

A primeira conversa que tive com Ivan, quando fechamos a parceria, foi: o que eu tiver de falar, falarei, e o que ele tiver de dizer para mim, ouvirei, para que não haja dúvidas. É assim que lido com o Wanzete: com hierarquia. O Wanzete é meu chefe.

Na nossa casa, se o filho não respeitar pai e mãe, a família se desintegra. O mesmo vale para uma empresa. Na prefeitura, há o prefeito, o vice e os secretários, mas sempre de forma respeitosa e com diálogo. Tenho plena convicção de que vamos dar um show de bola.

Como o senhor enxerga a prefeitura?

Vejo a prefeitura como uma grande empresa prestadora de serviços. A maior empresa do município é a prefeitura. E qual é o papel dela? Prestar serviços. Qual é o grande combustível para um político? A satisfação da população. Esse é o nosso combustível.

Sou empresário, venho da iniciativa privada, tenho meu restaurante, meu filho é empreendedor, e minha família possui supermercados no município. A gestão precisa ser profissional. Existem questões políticas, mas uma vez que você está lá, a gestão tem de ser técnica e eficiente. É nessa linha que acredito que devemos trabalhar.

Como o senhor trataria a questão da mobilidade urbana, principalmente no que se refere à duplicação da BR-262?

Participei de algumas reuniões no Dnit sobre a BR-262. Para nós, da região de montanhas, a rodovia é um grande gargalo. A expectativa não é pela duplicação, mas pelo projeto de um novo trajeto, entrando no Posto do Café e saindo em Viana. O trecho atual se tornaria uma rodovia estadual, com a intenção de ser transformado numa rota turística. Essas são nossas expectativas e as tratativas que temos junto ao governo do Estado e ao Dnit.

Acredito que o projeto está caminhando nessa direção. Com a implantação da nova barragem que está sendo construída, as conversas com a Cesan indicam que poderemos aproveitar o turismo. A Serra da Boa Vista ficará com um paisagismo bonito, e a rodovia estadual será a porta de entrada para a região das montanhas, pensada de forma turística.

Não é um investimento muito alto?

Pode ser mais funcional do ponto de vista econômico, pois o grande gargalo é a Serra da Boa Vista, que tem muitas pedras. Eles provavelmente analisaram a dificuldade de desmontar essas rochas. Na última conversa com o Dnit, fui informado de que foram feitas mais de 70 simulações, até que se chegou a uma ideal.

Como seria a relação da sua gestão com a bancada federal?

Hoje temos uma relação próxima. O senador Fabiano Contarato destinou recursos para a pavimentação de Melgaço até o Ifes, uma obra importante com quatro quilômetros de bloco intertravado. Também temos uma relação próxima com Gilson Daniel, que indicou recursos importantes para o município. Esse diálogo com a bancada trará novos investimentos para Domingos Martins.

Quando eu assumir a prefeitura, vou dialogar com qualquer um. Esqueço ideologias e diferenças partidárias. A eleição é uma disputa, mas, após o pleito, não devemos deixar as questões de Brasília interferirem aqui. A partir de 2025, não serei presidente da República nem governador; serei prefeito de Domingos Martins.

Quais são as suas propostas para agropecuária?

Na agropecuária, o foco será fortalecer a assistência. Vamos reunir a Secretaria de Desenvolvimento Rural com o Incaper, o Idaf e outros órgãos para apoiar os produtores rurais e suas associações. Sou associativista e trabalho diretamente com os sindicatos locais.

Outro ponto importante é dar continuidade à pavimentação das estradas. O escoamento da produção é o grande desafio do produtor rural, e muitas vias importantes do município precisam de pavimento. A boa relação com o governo do Estado ajudará nisso.

O senhor vai fortalecer a fruticultura?

O cultivo do morango já é um sucesso no município. Se conseguiram produzir com qualidade no Vale do São Francisco, podemos também aqui. Isso está muito ligado à agricultura familiar.

Além do morango, vamos fortalecer a produção de outras frutas, como a mexerica ponkan, gengibre e café, que é um grande desafio. Temos boas condições de irrigação e escoamento, estando perto de duas BRs. Precisamos apenas fazer isso funcionar. A fruticultura é uma ferramenta importante para combater a pressão imobiliária, onde muitos querem adquirir terrenos aqui apenas para construir casas de campo.

O que faria para incentivar o comércio local?

Há muitos novos comércios no interior do município, mas nos centros maiores, como Ponto Alto, Sede e Pedra Azul, enfrentamos o desafio da mobilidade. Precisamos encontrar soluções para o estacionamento, principalmente no centro da cidade.

Ao assumir a prefeitura, vou realizar um estudo junto com moradores e empresários para resolver essa questão. Se for necessário adquirir uma área ou desapropriar, para construir um prédio-garagem, vamos fazer. Mas tudo será baseado em estudos.

O trânsito no centro não é o maior problema, mas sim a capacidade de estacionamento. As ruas estão sempre cheias, o que dificulta a movimentação. O capixaba, de modo geral, usa pouco o transporte coletivo.

E para o turismo?

Já temos eventos tradicionais que serão mantidos e fortalecidos, como a Summerfest, o Carnaval de Rua, o Festival de Inverno e o Brilho de Natal. Além disso, precisamos criar mais eventos ao longo do ano para movimentar a cidade continuamente, não apenas nos finais de semana.

O turismo é uma ferramenta essencial para a geração de emprego e renda, além de ser uma marca forte de Domingos Martins. Merece uma atenção especial, para que o município seja movimentado o ano todo.

O senhor tem planos para o desenvolvimento da cidade?

Falta um ambiente de discussão dos problemas locais, uma agência de desenvolvimento onde todos possam opinar. Pretendo aproximar a Aderes e o Sebrae e criar esse espaço de diálogo permanente.

Se vencer as eleições, vou sentar com representantes das diversas regiões para planejar ações de curto e longo prazos. Vamos desenvolver projetos e realizar esse diálogo de forma contínua.

Como a questão da sustentabilidade será tratada na sua gestão?

Pretendo reunir todos os atores envolvidos, como o Ministério Público, Judiciário, Polícia Ambiental, Polícia Militar, prefeitura, Incaper, Idaf, entre outros, para formar uma força-tarefa contra danos ambientais.

Muitas pessoas sabem que existe legislação para regular a exploração ambiental, mas ainda insistem em desrespeitá-la. Esse é um trabalho que não é só da prefeitura. Domingos Martins é conhecido por suas belezas naturais e deve ser preservado.

Há também a questão de que, muitas vezes, as terras que são vendidas para esses fins pertenciam a imigrantes ou famílias tradicionais. Precisamos conscientizar essas pessoas de que elas podem permanecer em suas terras e explorar outras possibilidades econômicas.

Como o senhor enfrentaria a crescente violência ligada ao tráfico de drogas?

A violência está ligada à desagregação das famílias. A solução passa pela escola de tempo integral e pelo estímulo ao esporte. Já criamos a Secretaria Municipal de Esporte, e agora precisamos construir ginásios mais bem estruturados em cada região, com capacidade para grandes competições.

Esses ginásios não servirão apenas para esportes coletivos, mas também para atletismo e artes marciais. A Polícia Militar, através do Proerd, e as igrejas já fazem um trabalho importante, mas é necessária uma ação conjunta de todos os atores, incluindo o Judiciário.

Qual mensagem o senhor deixaria para o eleitor?

Sou filho desta terra e a amo profundamente. Trabalhei por ela desde a infância e, ao longo dos anos, adquiri experiência em administração pública. Fui secretário de Obras, Saúde e Turismo, então conheço bem o funcionamento do município.

Construí uma rede de relações importantes nas bancadas federal e estadual, e também com o governo do Estado. Ofereço ao município a minha experiência e vontade de trabalhar para realizar as entregas e ações que nossa população tanto necessita.

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