ESPECIAL ELEIÇÕES 2024: Felipe Del Puppo afirma defender o legado de Cacau e diz ser a renovação em Marechal Floriano

Publicado em 15/03/2024 às 09:53

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Texto e Foto: Fabricio Ribeiro

O vereador Felipe Del Puppo (Rede, mas de saída para o MDB), de 26 anos, pretende disputar a prefeitura de Marechal Floriano em 06 de outubro próximo. Nascido no município, Felipe é solteiro, tem formação em administração e está em seu segundo mandato na Câmara.

Ele se declara pré-candidato a prefeito e com apoio do atual prefeito Cacau Lorenzoni (PSB), de quem diz defender o legado, mas que também representa renovação. Felipe quer incrementar o turismo, a agricultura e atrair indústrias, porém sem abrir mão da preservação da natureza. Quer construir um mercado municipal, um orquidário e instalar videomonitoramento na sede e interior.

Montanhas Capixabas – Por que você quer ser prefeito?

Felipe Del Puppo – Marechal tem um grande potencial de desenvolvimento. Estamos dialogando com o governo do Estado para novas obras, desenvolver o legado de Cacau. Marechal pode avançar em vários aspectos trazendo modernidade e juventude.

Cacau vai se empenhar na sua campanha e isso se traduzirá em votos?

Apesar de muita gente ter falado que Cacau não iria andar conosco, Cacau vem – inclusive em redes sociais – mostrando seu apoio à nossa campanha, andando pelo interior e na sede do município, com lideranças políticas, religiosas e outras. Claro que a ajuda dele será de suma importância. Tenho grande admiração pelo Cacau, por ganhar nove vezes seguidas. É o maior prefeito da história de Marechal Floriano.

Eleito, sua gestão será uma continuidade da gestão do Cacau ou trará novidades?

Vamos trabalhar com novas ideias. Claro, avançando nas coisas que Cacau tem deixado. Mas com novo conceito, modernidade e inovação no interior e na cidade.

Como está a construção de sua futura candidatura?

Sou da Rede, mas vou me filiar ao MDB. A cerimônia será na próxima segunda-feira (18), no auditório da Secretaria de Educação de Marechal, às 18h30, com a presença do vice-governador Ricardo Ferraço (MDB), de Cacau e outras lideranças estaduais e municipais. A nossa chapa será composta pelo MDB, Republicanos, Solidariedade, PSB do governador Renato Casagrande e pela Rede. Estamos em conversa com mais dois partidos: o Novo e o PRD.

E a chapa de vereadores?

Vamos colocar em torno de 60 candidatos desses partidos. MDB, Republicanos, PSB e Solidariedade já estão com a composição completa de homens e mulheres. Rede ainda tem vagas.

Já tem o nome de vice?

Será do PSB. Foi pedido do governador (Casagrande) e de Ricardo Ferraço. O nome de vice mais provável é o Tarciso Borgo, de Araguaia, que já foi três vezes vice-prefeito. Mas existem outros nomes.

Além do seu nome, quais são os outros que estão colocados como pré-candidatos?

Diony Stein (Podemos), Lidiney Gobbi (Progressistas) e o Reginaldo Penha (PT).

Em entrevista recente ao Montanhas Capixabas, o pré-candidato Diony Stein diz que você é inexperiente para administrar.

Diony é meu amigo. Mas toda vez que um jovem busca o crescimento, vem sempre alguém tentando desqualificar. Neste caso me estranhou muito pelo Diony ser jovem também. Pelo meu pai, minha família, sempre trabalhei desde criança nos negócios. E ele criticou isso. Aprendi desde cedo o valor do trabalho. Na gestão pública, tive a honra de ser duas vezes vereador. E meu resultado eleitoral reflete o reconhecimento pela população. Diony me desqualifica, mas não apresenta propostas, apenas argumentos vagos e rasos que não estão à altura dos desafios de Marechal.

E os demais citados, Lidiney que já foi prefeito e Reginaldo. Como vê essas pré-candidaturas?

Lidiney também é meu amigo. Tem o grupo dele. Que seja uma disputa honesta, limpa. Desejo boa sorte a ele. Também o Reginaldo é meu amigo. Está tentando criar uma chapa nova em Marechal Floriano, tem o apoio do Partido dos Trabalhadores (PT). Tenho certeza que também terá sua representatividade nas urnas.

Qual foi sua contribuição para Marechal nos seus dois mandatos de vereador?

Fui eleito vereador pela primeira vez em 2016, aos 18 anos, sendo o mais jovem do Brasil. Foi pelo PP com 410 votos, o 4º mais votado. Na segunda eleição em 2020, fui o mais votado da história de Marechal com 794 votos. Tenho mais de 150 projetos sancionados, o que é um recorde na Câmara Municipal. Não utilizo diárias. E também já trouxe R$ 5 milhões em emendas parlamentares para o município, de todas as áreas.

Quais áreas você destaca?

Saúde e agricultura. Na saúde, compra de equipamentos e reforma de unidades de saúde. Na agricultura, maquinário como retroescavadeira. Também fiz abaixo assinado com mais de 1,5 mil assinaturas com o qual conseguimos aprovação do projeto de lei de ajuda ao transporte universitário, onde a prefeitura dá um tíquete mensal de R$ 210 para cada estudante universitário de Marechal que estuda na Grande Vitória. É um projeto pioneiro no estado e que desde o primeiro momento teve apoio do prefeito Cacau.

Como anda a economia de Marechal Floriano?

Está em franca ascensão. Nesses últimos oito anos, Marechal se desenvolveu. Conseguimos atrair mais turismo e a receita subiu. Com o crescimento populacional – hoje Marechal está com 20 mil habitantes – e com sitiantes e itinerantes, chega a 40 mil nos fins de semana. Há potencial para crescer mais no interior e na sede.

Por que Marechal está sendo tão buscado por pessoas do interior e da Grande Vitória para terem sítio e até para morar?

Tem a proximidade com a praia e a capital. O clima é muito bom, ainda temos uma das maiores reservas de mata Atlântica do Espírito Santo. Tem também a estrutura que a cidade oferece, a policlínica 24h que não é todo município que tem. E o povo é acolhedor.

Isso traz desafios, como por exemplo, na segurança pública. Alguma atenção especial em relação a este item?

O crescimento traz coisas boas e ruins. A segurança pública também é um dos objetivos da nossa gestão. Precisamos ter mais equipamentos de videomonitoramento, principalmente no interior, que é onde está mais crescendo com a vinda de pessoas de fora.

E o parcelamento do solo nas áreas rurais, com vendas de terrenos pequenos?

Isso no passado era feito de forma irregular. Hoje com o apoio da Secretaria de Meio Ambiente, estamos colocando tudo de acordo com a lei. Sabemos das dificuldades que é. Hoje você não consegue tirar licença com recibo, tem que ter escritura.

Quais principais problemas ambientais de Marechal?

Crescimento populacional que é bom porque aumenta o orçamento, mas prejudica o meio ambiente. Temos que ter esse equilíbrio. Tive um projeto no meu primeiro mandato, muito aceito pela população, que foi o de reflorestamento. Doava mudas de frutas e outras espécies nativas em parceria com o Incaper. Marechal tem que voltar a fazer reflorestamento em áreas devastadas juntamente com as pessoas que compram os terrenos. Seria uma contrapartida. Crescimento com segurança no meio ambiente.

Sobre as águas?

A gente tem que catalogar cada nascente e cuidar. Isso é bom para a cidade, para o produtor rural e para a Grande Vitória que nossas águas abastecem.

O que Marechal – assim como Domingos Martins – pode esperar de contrapartida por fornecer água à Grande Vitória?

Depende muito do Governo. Tenho certeza que, com Renato e Ricardo, essa contrapartida virá para o município, como foi a mudança da Estação de Tratamento de Água (ETA) que era para 10 mil pessoas e houve investimento de R$ 22 milhões do governo e saltou para atender 70 mil pessoas. E se precisar ampliar mais, já está estruturada. Essa ETA atende as sedes de Marechal Floriano e de Domingos Martins.

Nos últimos anos vem acontecendo investimentos em coleta e tratamento de esgoto na sede de Marechal…

Sim. Marechal irá continuar esse investimento. Queremos chegar a 97% das casas da sede e interior com esgoto tratado. Hoje estamos com 79%. Faltam alguns pontos do interior que vamos conseguir junto com o Governo estadual. Onde não chega o tratamento há o projeto de biodigestor.

Como anda Marechal hoje na economia rural?

Hoje temos dificuldade nas estradas para o escoamento da produção. Então nossa meta para ajudar a desenvolver a agricultura é a aplicação do Revsol onde não conseguirmos fazer o calçamento rural.

Tem quem critique o Revsol porque ele é escória de aciaria da Ponta de Tubarão e teria risco de contaminação das águas. O que você acha disso?

Já foi provado no Estado por várias prefeituras que, fazendo da maneira correta, não terá malefícios para o meio ambiente.

Mas e os destaques agrícolas?

Avicultura de corte e cafeicultura. Mas hoje os agricultores estão vendendo (as terras) e indo embora.

O que está provocando esse êxodo rural?

Está tendo loteamentos e não está tendo mais produção familiar porque a mão de obra está escassa, gerando uma queda na produção agrícola. A produção da agricultura familiar está em queda por causa da alta procura por loteamentos.

A administração municipal consegue enfrentar essa situação?

Tem que dar incentivo e estudo, principalmente, ao jovem produtor. Mostrando uma maneira diferente de ver a agricultura, com modernidade, para manter no município de Marechal. Vamos trazer cursos profissionalizantes para o agricultor, principalmente o jovem.

O perfil desse morador novo que vem da Grande Vitória, ou mesmo do interior, como ele se adapta na realidade do município? Ele trabalha, gera renda aqui?

Por um lado é legal que ele está gerando impostos para o município. Por outro lado, a gente vai precisar trazer agora empresas para Marechal Floriano para gerar emprego para esse pessoal que está vindo de fora, que não tem uma condição de vida se não trabalhar.

E que perfil de empresas seria buscado?

Agricultura é uma frente, mas criando benefícios pode vir empresas de todo ramo, como Linhares está fazendo com um polo industrial imenso. Marechal também pode fazer isso em todas as áreas, tem potencial por ser cortado pela BR.

O município tem alguma condição de cobrar do governo federal a duplicação da BR-262?

É um sonho não de Marechal, mas de toda região. E também do pessoal da Grande Vitória, que vem aqui passear, fazer lazer, dos sitiantes, temos Pedra Azul aqui do lado, o zoológico. Com a ajuda do governo federal e estadual, essa junção poderá sair do papel. Espero que seja no nosso mandato.

Essa duplicação vai intensificar mais a vinda de gente, impactando coleta de lixo, estrutura de saúde, gestão de trânsito…

Sim. Por isso a gente tem que estar preparado, fazer programa de mapeamento de todo o município, inclusive de sitiantes.

Como anda o turismo em Marechal?

Nesses últimos sete anos com Cacau, desenvolveu, mas ainda temos grandes pontos a fazer. Pretendo construir um mercado municipal no estilo ítalo-germânico e um orquidário. Domingos Martins e Santa Teresa têm rua de lazer. Será aqui no centro de Marechal, com espaço para produtores agrícolas, pessoal do artesanato, com música, entretenimento, danças, comidas e bebidas típicas.

E a questão dos eventos?

Vamos dar continuidade à Italemanha. Vamos fazer também a Summerfest em Santa Maria de Marechal, uma festa tipicamente alemã, que será aberta e gratuita. E dar todo apoio à festa italiana em Araguaia. Fora outras que poderão ser criadas, como do frango, do chope artesanal. E dar liberdade para os artistas locais na praça ao longo do ano em pequenos eventos. E nos grandes eventos estarão presentes também.

Aonde serão esses eventos na sede, porque daqui a pouco não haverá mais espaço…

Estamos buscando outras áreas para, em parceria com governo estadual, estar efetuando a compra. Tem uma boa área ali na Avenida Artur Haese, aqui no centro com esse novo calçamento dá para fazer uma linda festa, na Av. Presidente Kennedy, fora outras áreas, se não der ali em frente ao Bombeiro. Tem ainda o local perto da linha do trem.

Qual é o futuro da linha de trem?

A concessão da empresa que ganhou há 25 anos termina agora em 31 de dezembro de 2024, quando voltará para o governo federal. Se não tiver empresas querendo, vai vir para o município. E nós temos o projeto de fazer a linha verde, que é o trecho entre Marechal e Araguaia, que será para caminhadas, passeios de bicicleta. E aqui no centro vagões de restaurante, choperia, cafeteria.

Na prática, a tendência é pelo desmonte dessa ferrovia…

Provavelmente. Passará para o município que tomará conta das áreas, podendo fazer novas ruas, desenvolver a cidade.

O trânsito está ficando ruim em Marechal. Como melhorar?

Junto com o governo do Estado, faremos um novo plano de trânsito, com mudança de sentido nas vias, mas, sem estacionamento rotativo, porque o tamanho da cidade não permite. E no lugar da ferrovia há potencial para uma nova avenida.

A população em situação de rua é outro desafio. O que fazer?

Cresceu nos últimos anos devido à Covid. A nossa cidade é aberta, a BR corta o município ao meio. As pessoas têm o direito de ir e vir. Vamos dar apoio e oferecer emprego. Quem tiver disposto a trabalhar terá todo acolhimento da prefeitura e quem não estiver daremos todas as informações para pessoa voltar à sua origem.

Marechal tem unidades de saúde em praticamente todas as regiões, sendo a sede com horários de atendimento noturno, finais de semana. Você pretende manter isso?

Vamos manter tudo que foi feito de bom na saúde que Cacau fez, como a unidade 24h que não é todo município que tem. Pediatra tem também disponível todos os dias, vamos manter. E com o crescimento populacional precisamos de mais uma unidade de saúde na sede e ampliação nas do interior. Na sede, a nova unidade deverá ser no bairro Vale das Palmas. E adquirir novos equipamentos de raios-X, mamografia, ultrassonografia para a policlínica, que é unidade de saúde do centro.

Haverá novas especialidades?

Hoje Marechal conta com consultas pré-agendadas. Mas precisamos também de uma ala de emergência para cardiologia, além do raio-X, mamografia e ultrassonografia.

Para educação pública, o que propõe?

Hoje nós temos uma escola recém-inaugurada que era uma obra deixada pela gestão passada, que Cacau concluiu junto com o governo do Estado agora em fevereiro. E temos o projeto de mais creche para a sede, que está precisando. E também já estamos com obra iniciada de duas creches em Vitor Hugo e no Trevo de Paraju para atender o interior e visamos outras mais. Também temos em andamento uma escola municipal no bairro Santa Rita.

O que a juventude pode esperar de um pré-candidato tão jovem para o lazer e entretenimento?

A juventude é uma das maiores forças que me levou a ser pré-candidato a prefeito. Junto com os jovens e a experiência de Cacau, podemos desenvolver ainda mais. E meu mandato será aberto a todas as classes e todas as pessoas. Temos pista de skate, quadra de basquete e outras três quadras de areia, uma para futebol e outras duas futevôlei e vôlei. Iremos criar a arena verão no espaço novo da Av. Arthur Haese. E fazer mais um campo Bom de Bola (de grama sintética) na sede. Além de continuar apoiando a batalha de som, que é disputa entre cantores.

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