Duplicação da BR-262: será que agora vai?
Publicado em 19/11/2017 às 10:39
Uma história que se arrasta há mais de 10 anos, ao que parece sairá do papel. Assinada a ordem de serviço pelo ministro dos Transportes, Maurício Quintella, no último mês de outubro, a duplicação da BR-262 terá início nos próximos meses, tendo como ponto inicial das obras um trecho de 7,28 quilômetros, no município de Marechal Floriano.
O trecho em questão está localizado entre os quilômetros 49,38 e 56,66 da rodovia, com início próximo ao Posto Ipiranga e sendo finalizado entre a localidade de Trevo de Paraju e o Posto do Café. Neste primeiro ponto, a obra terá um custo de aproximadamente R$ 80 milhões. O canteiro de obras já começou a ser construído em um terreno no Trevo de Paraju.
O superintendente regional do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit-ES), Ezio Gonçalves dos Reis, explicou o porquê da escolha deste trecho para o início das obras. “Isso se deve a uma solicitação do Ministério Público Federal, que tendo em vista o número de acidentes que ocorreram nesse segmento solicitou que o Dnit iniciasse a obra por esse trecho”, contou o representante do Dnit.
Presente ao longo de toda essa história, o jornal O Noticiário, na última edição, trouxe um panorama de toda a situação e falou sobre os entraves que cercavam o início da obra. Na época, o problema da vez eram as condicionantes das licenças ambientais, que necessitavam de serem cumpridas pelo Dnit para o início das obras.
Com esse entrave já acertado, segundo o superintende do Dnit, agora o próximo passo para o início das obras será a instalação do canteiro de obras, além da realização de um levantamento das estruturas que serão fixadas, o que poderá levar até quatro meses.
“No Trevo de Paraju, inclusive, vai ser construído as instalações industriais do canteiro de obras, em uma área de 24 mil metros quadrados. Nesse primeiro canteiro, temos uma previsão de criação de 500 empregos para a execução desta obra e mais ou menos entre 40 e 50 funcionários para executar o próprio canteiro”, lembra Ezio.
O contrato firmado entre a empresa responsável pela obra e o governo federal, que está orçado em R$ 510 milhões, prevê a duplicação de um total de 52,62 quilômetros, entre os municípios de Marechal Floriano e Viana. Mas, neste primeiro momento, o superintende do Dnit afirma que não existem recursos para a obra total e sim para um trabalho de recuperação da rodovia – que está fora desse primeiro trecho de 7,28 quilômetros.
Entenda a obra
Procurado pela reportagem, o Departamento de Estradas e Rodagem (Dnit-ES), por meio de sua assessoria de imprensa, informou que o trecho de 7,28 quilômetros, onde será iniciada a duplicação, tem característica mista montanhosa e plana, em alguns segmentos havendo no projeto a execução da montagem de uma cortina atirantada.
Ainda segundo o órgão, o custo por quilômetro da duplicação varia de acordo com as obras previstas no projeto, não havendo uma linearidade por quilômetro do empreendimento.
Deste valor total do contrato, que é de R$ 510 milhões, são computados os serviços de terraplenagem, pavimentação, drenagem, obras complementares, fiscalização e paisagismo, além das despesas referentes à desapropriação, licenciamento ambiental, entre outros.
Entidades pedem que sequência da duplicação seja na Serra da Boa Vista
A definição de que o trecho entre os quilômetros 49,38 e 56,66, em Marechal Floriano, será o local de início da duplicação da BR-262, gerou, por parte de muitos empresários e representantes de entidades ligadas ao turismo da Região Serrana, o pedido de que a sequência da obra seja realizada em um trecho considerado como um gargalo.
O trecho em questão é o localizado na região da Serra da Boa Vista, em Domingos Martins, que segundo o presidente do Montanhas Capixabas Convention & Visitors Bureau, Valdeir Nunes, que também é diretor no Hotel Fazenda China Park, necessita da obra. “Queremos que a obra continue, mas queremos sensibilizar as autoridades para que o segundo trecho que será duplicado seja o da região da Serra da Boa Vista”, conta Valdeir.
Juntamente com o presidente da Associação Turística de Pedra Azul (ATPA), Jorge Uliana, Valdeir conta que a solicitação de todas as entidades visa atender a região que tem mais fluxo de carros.
Sobre a realização do trabalho de duplicação na Serra da Boa Vista, Valdeir lembra que não interferirá no trânsito da região. “Ela (duplicação) não vai atrapalhar o trânsito, porque vai ser construída uma nova pista e com isso não terá impacto no trânsito atual, com muito menos transtornos e vai resolver 90% do nosso engarrafamento”, ressalta Valdeir.
SEM PREVISÃO – Procurado pela reportagem do jornal O Noticiário, o Departamento de Estradas e Rodagens (Dnit-ES), por meio de sua assessoria de imprensa, disse que o trecho da Serra da Boa Vista, em Domingos Martins, encontra-se atendido no projeto e no cronograma de execução do consórcio contratado. Entretanto, o órgão não foi claro sobre em qual etapa dos trabalhos e nem quando o trecho será duplicado.