Distanciamento não é respeitado em 85% das agências da Caixa, revela pesquisa

Publicado em 28/09/2021 às 16:50

Compartilhe

98048


source
Distanciamento social não é respeitado em 85% das agências da Caixa Econômica Federal
Divulgação

Distanciamento social não é respeitado em 85% das agências da Caixa Econômica Federal

Uma pesquisa realizada com bancários da Caixa Econômica Federal revelou que 85% dos entrevistados relataram que “sempre ou quase sempre” há contato próximo entre trabalhadores e clientes da Caixa – ou seja, a recomendação de manter 2 metros de distância para se proteger da Covid-19 não é respeitada. O estudo também identificou que “sempre ou quase sempre” falta ventilação adequada em aproximadamente 80% das agências do banco onde atuam os empregados.

O levantamento foi realizado pelas universidades de São Paulo (USP), Estadual Paulista (Unesp) e Federal do Pará (UFPA), com o apoio da Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa (Fenae). Ele corresponde à segunda fase de resultados preliminares do Dossiê Covid no Trabalho — referente à novembro de 2020 até agosto deste ano.

“É uma realidade muito preocupante para os empregados e também para a população que frequenta as agências do banco, ainda mais considerando que a pandemia não acabou”, alerta o presidente da Fenae, Sergio Takemoto.

A pesquisadora Maria Maeno — doutora em Saúde Pública pela USP e uma das integrantes do grupo de especialistas que atuam na pesquisa — chama a atenção para um fato que pode elevar os riscos de contaminação nas agências bancárias. Ela pontua que, em época de calor, a tendência é que se aumente o uso de ar-condicionado, o que demanda o fechamento de janelas e portas e resulta em ambientes ainda mais fechados, com menor circulação de ar.

“Considerando os dois fatores de maior risco identificados nas respostas dos empregados da Caixa [falta de ventilação adequada e contato próximo entre as pessoas], é imprescindível que os gestores do banco assegurem medidas de biossegurança nas agências, incluindo a correta manutenção dos aparelhos de ar-condicionado”, afirma a especialista.

Contaminações

Até o mês passado, a pesquisa reuniu informações de 2.761 questionários válidos respondidos por bancários, metroviários, petroleiros, agentes funerários, profissionais da saúde, domésticas e outras categorias. Desse total, 24% correspondem a formulários entregues por 652 trabalhadores da Caixa, em todas as regiões.

Dos 652 funcionários, 198 (30%) responderam que contraíram Covid-19, sendo que 128 (65%) acreditam que se infectaram no trabalho. No entanto, quase 80% dos contaminados (158 pessoas) — não tiveram o reconhecimento da doença relacionada ao trabalho, com a emissão da Comunicação de Acidente de Trabalho (CAT).

“O Dossiê vem fundamentando a tese de que a maioria absoluta dos bancários da Caixa se expuseram ao coronavírus e/ou foram infectados em virtude da atuação profissional”, afirma Sergio Takemoto. “Portanto, eles devem ter o trabalho reconhecido como causa presumida do adoecimento”, defende o presidente da Fenae, ao pontuar que os empregados do banco estão, desde o início da pandemia, na linha de frente do pagamento do auxílio emergencial e de outros benefícios sociais para mais da metade da população brasileira.

Veja também

tech-day

 ‘Tech Day’: Sesa promove o primeiro encontro sobre novidades em tecnologia para gestão aplicada à saúde

residuos-de-agrotoxico

Saúde inicia implantação de Programa de Monitoramento de Resíduos de Agrotóxicos em Alimentos

programa-gov

Programa Nossa Bolsa 2024/02: Divulgado o resultado da lista de espera

Araguaya (2)

Festa com tombo da polenta e shows para celebrar a imigração italiana em Marechal Floriano

saude-02-08-Foto-Helio-Filho-Secom-oculos-inteligente

Alunos da rede pública do Espírito Santo com deficiência visual recebem “óculos inteligente”

politica-02-08-ft-gov-es

Cachoeiro de Itapemirim recebe obras de infraestrutura e restauração do Palácio Bernardino Monteiro

geral-02-08-ft-Rafa-Neddermeyer-Ministerio-do-Trabalho

Saúde mental fará parte de relatórios de gestão de risco de empresas

mundo-02-08-ft-Reproducao-Twitter-Nicolas-Maduro

Maduro prende 1.200 pessoas e promete enviá-las para prisão máxima após protestos