Coluna Pomerana
Curiosidades Pomeranas
Publicado em 23/05/2019 às 12:10
RUDOLF LUDWIG KARL VIRCHOW
Um ilustre pomerano médico/patologista, antropólogo, pré-historiador e político (1821 – 1902). De origem pomerana, o médico Rudolf Virchow pode ser considerado o pai da patologia moderna e da medicina social. Várias descobertas significativas são atribuídas a ele como o fato de elucidar o mecanismo do tromboembolismo. Até hoje, os fatores dessa doença são conhecidos como tríade de Wirchow. Foi o primeiro a publicar um trabalho científico sobre a leucemia no qual destacou que todas as formas de lesão orgânica começam com alterações moleculares/estruturais na célula, afirmando assim que as doenças eram uma mudança na célula. Filho de açougueiro, graduouse em 1843 em medicina em Berlim pela academia militar da Prússia, tornando-se professor em 1847.
Acumulou vários papéis na sociedade ao longo se sua vida, pois, além de médico, foi antropólogo e político. Liderou o primeiro hospital móvel para atender os soldados no front da Guerra Franco-Prussiana, bem como envolveu-se em atividades sociais que compreendiam aspectos de saneamento básico, arquitetura de construção hospitalar, melhoramento de técnicas de inspeção de carne e higiene escolar. No campo político, era membro ativo durante o II Reich Alemão e com forte posicionamento contrário ao chanceler Otto von Bismarck.
OS IRMÃOS KONELL
Entre as primeiras famílias que colonizaram o Vale de Pomerode, dois irmãos Konell imigraram da Pomerânia no navio Najade em 1866 conduzidos pelo capitão Maass. Saíram da vila de Külz do Kreis de Naugard e partiram do porto de Hamburgo em 12 de maio de 1866 chegando ao porto de São Francisco do Sul (SC) em 3 de setembro do mesmo ano. Johann AUGUST Friedrich Konell, na ocasião com 28 anos, veio solteiro e seu irmão HERMANN Friedrich Wilhelm Konell com 25 anos partiu acompanhado de sua esposa, Caroline. No Brasil, os irmãos compraram seus lotes de terra somente em 1868 (dois anos após chegarem), sendo o de número 114 de Hermann e o de número 115 do August, ambos nas proximidades do que conhecemos hoje como o centro de Pomerode.
Inclusive o sobrado Konell próximo à escola José Bonifácio, construído na década de 40, servia de abrigo para a família e os empregados da funilaria de Oscar Konell. Ele era neto do imigrante Johann August Friedrich e casado com Ottilie Radünz. Produziam baldes, calhas, bules de leite, canecas, além de fazerem o conserto de guarda chuvas e panelas. Como o sobrado Konell era central, conta-se que “os colonos que vinham de Pomerode Fundos traziam seus sapatos nas mãos, paravam na casa Konell para lavar os pés e calçar os sapatos antes de chegarem à igreja”.
DIE MISTGABEL
O jornal que “alfinetava” a comunidade de Pommeroda! Há exatos 90 anos, no carnaval de 1929, surgiu, na então pequena comunidade de “Pommeroda”, um jornal crítico intitulado “Die Mistgabel”. Uma ousadia para uma vila que, na época, pertencia ao município de Blumenau. No formato de 23cm x 32cm e de quatro a seis páginas, sua publicação era bastante irregular. A segunda edição surgiu em 1930, a terceira em 1934 e a quarta e supostamente última, em 1938. Caracterizado por um jornalismo de humor e de alfinetar as pessoas da localidade, “Mistgabel” tem um apelo e significado muito além da sua simples tradução em português para “Forcado”. Numa tradução ao pé da letra, Mistgabel significa “garfo de apanhar lixo ou estrume”, sendo o nome uma inspiração para os redatores abusarem na época com trocadilhos e alusões picantes. O jornal era provido de estilo de comunicação com muitas brincadeiras e críticas, algumas com endereço certo e facilmente identificáveis pela comunidade. Embora as matérias fossem bastante apimentadas, mantinha-se certa decência no conteúdo. Um desses fatos é destacado na edição nº 03 de 1934, que publicou um aviso como sendo da Sociedade de Ginástica de Pomerode, que diz: “é sabido que, na hora dos exercícios de ginástica das senhoras, não é permitido a entrada de perus. Mas, certa noite, ali se encontravam algumas senhoras e alguns homens. Depois da hora do exercício das senhoras, um moço quis mostrar sua força e habilidade nas barras. Ao fazer uma tração, ouviu-se um ruído como de trovoada. Todos os presentes se entreolharam, sem saber de onde viera aquele ruído. E, só quando a sala começou a se encher de cheiro de gás, é que todos compreenderam o que tinha acontecido. Tais coisas não devem acontecer mais. O chefe de ginástica”.