Covid-19: Indústria capixaba garante produção de respiradores com peças nacionais
Publicado em 08/05/2020 às 18:05
Uma indústria capixaba está se destacando por ser a única no Brasil a utilizar apenas peças nacionais na produção de ventiladores pulmonares, popularmente conhecidos como respiradores, equipamentos essenciais usados no tratamento na Covid-19. Há 31 anos no mercado, a indústria está localizada em Vitória. A montagem dos aparelhos é artesanal e segue a tecnologia desenvolvida pelo médico anestesista, Humberto Ribeiro do Val.
Com a pandemia do novo coronavírus, a produção saltou de 40 para 200 unidades produzidas por mês. A indústria irá atender à Secretaria Estadual de Saúde, fornecendo os respiradores para hospitais públicos do Espírito Santo. A produção está garantida, pois os materiais utilizados são nacionais. Caso houvesse necessidade de peças importados, a fabricação das máquinas ficaria comprometida, devido à carência de matéria-prima no mercado internacional.
Eduardo do Val, filho do médico que desenvolveu o aparelho, disse que foi fechada uma parceria com uma empresa de São Paulo, o que vai possibilitar aumentar a produção em 2 mil unidades/mês. “A nossa capacidade máxima gira em torno de 200 respiradores. Só que a demanda do Brasil é de 15 mil unidades ou mais. Essa estrutura que nós temos não é capaz de suprir a demanda da sociedade brasileira. Assim, firmamos uma parceria em que vamos transferir nossa tecnologia para eles, em São Paulo, dando amplitude aos equipamentos que nós desenvolvemos”, explica Eduardo.
O rápido aumento da demanda dos hospitais fez com que ventiladores mecânicos desaparecessem do mercado e a pequena linha de produção do médico Humberto do Val se tornou uma luz no fim do túnel para os hospitais no combate à Covid-19.
“Como a tecnologia deste equipamento é totalmente brasileira e na sua composição utiliza peças que a indústria nacional faz, então essa tecnologia dá a oportunidade de produção de ventiladores em um momento que as demais indústrias que utilizam insumos internacionais não estão conseguindo importar esse material, impossibilitando a produção em larga escala”, afirma Eduardo do Val.