Ciclone Chido causa destruição e deixa ao menos 14 mortos em Mayotte
Publicado em 16/12/2024 às 10:06
Foto: Freepik
O arquipélago francês de Mayotte, localizado no Oceano Índico, enfrenta uma tragédia após a passagem devastadora do ciclone Chido. Pelo menos 14 pessoas morreram, segundo uma fonte de segurança neste domingo.
Com rajadas de vento que ultrapassaram os 220 km/h, o ciclone foi classificado como o mais intenso a atingir Mayotte em mais de 90 anos, de acordo com o instituto meteorológico francês.
Os serviços de emergência foram rapidamente mobilizados por vias marítima e aérea, mas as operações enfrentam grandes dificuldades devido a danos em aeroportos e cortes no fornecimento de energia elétrica.
O número de mortes, ainda provisório, pode aumentar. O prefeito de Mamoudzou, capital de Mayotte, Ambdilwahedou Soumaila, informou que há nove pessoas em estado crítico e 246 com ferimentos graves.
Destruição generalizada
Os ventos violentos derrubaram postes, árvores e arrancaram telhados, agravando a situação de um território onde um terço da população vive em condições precárias. Em Kaweni, bairro de Mamoudzou, um morador chamado Mounira descreveu o cenário como “totalmente devastador”, relatando que sua casa foi completamente destruída.
Mais de 15 mil residências ficaram sem eletricidade, e até mesmo chamadas telefônicas de emergência foram severamente restringidas. Há também preocupação crescente com o abastecimento de água na região.
Desafios para contabilizar os impactos
François-Xavier Bieuville, prefeito de Mayotte, afirmou que será extremamente difícil obter um balanço definitivo das vítimas. Ele explicou que a tradição muçulmana predominante na região, que exige o sepultamento dos mortos em menos de 24 horas, complica o levantamento oficial.
Bieuville alertou que o número de vítimas pode ser significativamente maior, podendo chegar a centenas ou até milhares, considerando o nível de destruição e o estado crítico em que muitos moradores se encontram.