Cafés do Espírito Santo se destacam no Prêmio Coffee of the Year 2024

Publicado em 28/11/2024 às 11:05

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Female workers are writing a record of the growth of coffee trees.agriculture, coffee garden.

Foto: Freepik

A qualidade dos cafés produzidos no Espírito Santo foi mais uma vez reconhecida no principal concurso de cafés especiais do Brasil. No Prêmio Coffee of the Year 2024, os produtores capixabas conquistaram os primeiros lugares nas categorias arábica e canéfora, além de ocuparem sete das dez melhores posições entre os finalistas. O sucesso contínuo nas últimas edições da competição reflete mais de duas décadas de investimentos em ações voltadas à melhoria da produção, hoje consolidadas como política pública no Estado.

O início de uma transformação

O processo de transformação teve início no final da década de 1990, quando a Secretaria da Agricultura, por meio do Incaper, e parceiros do setor público e privado, lançaram o primeiro projeto para melhorar a qualidade do café, com foco na região das Montanhas do Espírito Santo. A partir dessa iniciativa, práticas modernas de colheita e pós-colheita começaram a ser implementadas, promovendo a produção de grãos de alta qualidade.

Outro avanço significativo foi a campanha de combate à broca-do-café, conduzida pelo Incaper e pela Secretaria da Agricultura. Na época, a alta incidência da praga prejudicava gravemente a qualidade e a produtividade da cafeicultura capixaba.

No início dos anos 2000, técnicos estaduais, cooperativas e empresas privadas passaram por capacitações em análise sensorial e prova de cafés. Durante esse período, o café capixaba ganhou visibilidade internacional ao ser apresentado em uma feira de cafés especiais nos Estados Unidos, cujo tema era o Brasil.

O Estado também formou os primeiros profissionais certificados pelo Ministério da Agricultura para classificação física e sensorial, o que resultou na criação das primeiras salas de prova, em parceria com municípios.

Incentivos e avanços tecnológicos

Ao longo dos anos, iniciativas como o Prêmio Real Café ajudaram a incentivar e reconhecer a qualidade dos cafés capixabas. No campo, a adoção de tecnologias como descascamento de frutos, secagem em terreiros cobertos e colheita seletiva contribuíram para uma mudança significativa no perfil dos produtores, que se tornaram mais empreendedores.

“O Espírito Santo era visto como o ‘patinho feio’ da cafeicultura brasileira. Isso começou a mudar com o intenso trabalho técnico do Incaper e das cooperativas. A introdução de novas tecnologias e práticas ajudou a reverter esse quadro”, relembra Lucio De Muner, ex-coordenador de cafeicultura do Estado.

Hoje, o Espírito Santo está na rota dos principais importadores de cafés especiais dos Estados Unidos, Europa e Japão, consolidando sua reputação no mercado internacional.

Investimentos recentes e sustentabilidade

Mais recentemente, o Estado investiu na criação do Centro de Cafés Especiais do Espírito Santo (Cecafes) e em cinco unidades regionais de referência, que oferecem serviços gratuitos de classificação e análise sensorial. Além disso, o Incaper desenvolveu indicadores de sustentabilidade para avaliar os aspectos econômicos, ambientais e sociais nas propriedades produtoras.

Essas ações culminaram no Programa de Desenvolvimento Sustentável da Cafeicultura do Espírito Santo, lançado em 2023, com foco em governança, sustentabilidade, tecnologia e inclusão social. Segundo Antonio Elias Souza da Silva, diretor-geral do Incaper, “a instituição continuará apoiando os produtores com ações de pesquisa, extensão rural e assistência técnica, promovendo cafés de alta qualidade de forma ainda mais sustentável.”

Destaques do Prêmio Coffee of the Year 2024

Todos os vencedores capixabas são assistidos pelo Incaper:

  • Categoria Arábica:
    1º lugar – Paulo Roberto Alves, do Sítio Campo Azul (Divino de São Lourenço), com 90,25 pontos.
    3º lugar – Douglas Dutra Vieira, do Sítio Cordilheiras (Iúna).
    4º lugar – Afonso Lacerda, do Sítio Forquilha do Rio (Dores do Rio Preto).
  • Categoria Canéfora:
    1º lugar – Antônio Cézar Demartini Landi, do Sítio Vargem Alta (Jerônimo Monteiro), com 86,42 pontos.
    2º e 3º lugares – Neusa Maria da Silva de Souza e Talles da Silva de Souza, do Sítio Grãos de Ouro (Muqui).

A cerimônia de premiação ocorreu na última sexta-feira (22), durante a Semana Internacional do Café, realizada em Belo Horizonte, Minas Gerais.

Vídeos do Incaper sobre cafés especiais

Fonte: Coordenação de Comunicação e Marketing do Incaper

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