Assistência técnica e gerencial muda a vida de produtor rural capixaba

Publicado em 29/09/2018 às 13:02

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São cinco quilômetros de estrada sem asfalto, saindo de Ibitirama, para ter acesso à propriedade do produtor rural, Hélio Antônio de Oliveira, do Córrego da Floresta, distrito de Divino de São Lourenço. Mas para chegar até lá foram 32 anos de uma vida de dificuldades e trabalho duro. Hélio é um dos produtores assistidos pelo programa de Assistência Técnica e Gerencial (ATeG), do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural do Espírito Santo (Senar-ES), passou de meeiro a dono da sua própria terra há 12 anos e hoje já investe na produção de cafés de qualidade.

Hélio viveu a vida toda trabalhando em propriedades rurais e se entregou tanto ao trabalho a ponto de, algumas vezes, esquecer qual era o dia da semana ou ter dificuldade de assinar seu próprio nome, como ele mesmo conta. Mas depois que conquistou a “Morada Feliz”, nome de sua propriedade rural, a vida tomou um novo rumo. E foi participando do programa ATeG que a mudança foi mais intensa.

“Com a assistência técnica, houve uma revolução na minha vida. Posso considerar o antes e o depois. Depois desse aprendizado, até a autoestima da gente melhorou. A satisfação é muito grande”, revela o produtor.

Hélio enviou amostras do seu café para análise de qualidade do Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper), pois deseja investir na produção de um café especial para melhorar a renda familiar e desenvolver sua propriedade.

“O produtor veio de um caminho muito longo e agora chegamos em um momento que o lucro vai começar a aparecer. Ele sempre vendeu o café para um mesmo comprador há anos, que compra qualquer café pelo mesmo preço. Então, estamos começando a trabalhar na propriedade dele com uma diferenciação do produto”, explica o técnico credenciado do Senar e engenheiro agrônomo, Rodrigo Lopes.

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Programa ATeG

O ATeG leva assistência técnica para 752 produtores capixabas, com visita mensal de técnicos, durante dois anos em cada propriedade rural. Ao longo do programa é feito o diagnóstico da produção, um planejamento estratégico, as adequações tecnológicas necessárias, treinamentos de capacitação e avaliação dos resultados obtidos.

Na propriedade do produtor Hélio foi identificado, por exemplo, que eram necessárias melhorias na plantação de café. “Na lavoura, o jeito de trabalhar mudou. Antes éramos inimigos do mato e quando ele começava a nascer, tirávamos tudo com a enxada. Vemos hoje que o mato não é inimigo. Se trabalharmos nas épocas certas, ele é nosso aliado, ajudando na adubação”, explica Hélio.

Hélio é um exemplo dentro do ATeG, pois se dedica com fidelidade às anotações de despesas e receitas em cada área da propriedade, para ter conhecimento sobre os reais custos e o lucro da produção.

“Cada dia que vou fazer um serviço na propriedade sei aonde vou fazer, qual o tipo de serviço, quanto vou gastar. Eu vou com conhecimento para a lavoura. A minha área de serviço ficou mais conhecida através das anotações do caderno e eu peguei gosto de trabalhar com números, porque eles dizem tudo sobre a propriedade. Assim, fazemos planejamento com antecedência”, disse Hélio.

Para participar do programa ATeG, é necessário entrar em contato com os Sindicatos Patronais Rurais dos municípios.

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