Assessor de gabinete em Domingos Martins: necessário ou não? Interno ou Externo?
Publicado em 01/02/2017 às 19:36
Os novos vereadores da Câmara de Domingos Martins nem iniciaram os trabalhos na Casa e já terão que debater sobre um tema que vem gerando diversas opiniões entre os parlamentares: a utilização ou não de assessores de gabinete.
A Lei Municipal n°2.759/2016, que foi sancionada pelo ex-prefeito de Domingos Martins, Carlinhos Borboleta, em 14 de setembro de 2016, dá direito a cada vereador à indicação de um assessor de gabinete.
A reportagem do Montanhas Capixabas entrou em contato com os 13 vereadores da Câmara de Domingos Martins para saber a opinião deles em relação à necessidade ou não de cada parlamentar ter um assessor de gabinete, que poderia atuar dentro ou fora da Câmara.
Alguns são contrários, outros são a favor, e três vereadores não quiseram falar sua opinião. Um vereador até informou que o assessor poderia auxiliá-lo no transporte de pacientes para realizar exames.
O Presidente da Câmara, vereador Julio Maria Christ (PPS), e a vereadora Sandra Cristina Neitzke Christ (PSC), consideram necessária a indicação de um assessor de gabinete para os parlamentares que não residem na sede do município.
“Entendo que para os vereadores que moram na sede de Domingos Martins não é tão necessário, porque eles estão aí mais próximos (da Câmara), mas para nós que moramos no interior, termos uma pessoa na Câmara como referência, para que você (a população) possa entrar em contato pedindo apoio, é interessante, mas também não vejo como uma grande necessidade”,destaca o presidente,que prefere que assessor de gabinete atue de forma interna em relação aos assuntos da Casa.
O vereador Heloisio Rodrigues Alves (PEN) tem uma posição contrária aos vereadores a respeito de terem um assessor de gabinete e entende que a Casa tem outras prioridades. “Eu sou contra. Para o cargo de assessor, você (vereador) tem que colocar uma pessoa superior a você (vereador), só que, em relação à Câmara, é uma questão salarial. Eu acredito que já tem uma reforma administrativa em execução. Na Câmara,o salário já é alto em relação à municipalidade, e se você coloca assessor para ganhar R$ 1.200, R$ 1.500, o cara nem aparece, mas nós (vereadores) já discutimos isso internamente e não vai acontecer não”, ressalta o vereador.
Os vereadores Silvestre Alves de Oliveira (SD), Nelson Soares (PDT), Diogo Endlich (PV), Gerson Canal (PSD) e Alex Kill (PDT) pensam de forma semelhante e consideram que só há necessidade de cada vereador ter um assessor de gabinete, caso este atue internamente na Câmara. “Como a gente vai saber que esses assessores, se forem externos, de fato irão trabalhar?”, questiona o vereador Diogo Endlich, que já adiantou que, caso haja a aprovação da função externa do assessor, vai se posicionar favorável à extinção do cargo. “Somente somos favoráveis aos assessores de gabinete, se eles forem internos. Defendemos que o assessor de gabinete faça parte do quadro das funções administrativas, onde ele irá atender todos os anseios do Legislativo. Precisamos trabalhar com a reforma administrativa”, complementa Nelson Soares, o Peito Liso.
O vereador Rogério Manzoli (PV) relata que não vê necessidade deste cargo, mas disse que ainda está analisando a situação. “Estamos ainda discutindo a situação, porque o nosso grande objetivo hoje é reduzir os gastos. Em janeiro deste ano, comparado como o mesmo mês do ano passado, já conseguimos reduzir. A gente não pode perder é qualidade no trabalho, mas também queremos atender bem a população. O município é muito grande, muito extenso e o vereador tem que ser o primeiro ponto de contato com o cidadão, ele é o porta-voz executivo, é ele que observa as necessidades e por isso estamos vendo se o assessor pode dar conta e se há a necessidade”, pondera o vereador.
Assessor até para levar pacientes ao médico
Para o vereador Jefferson Hand (PSDB),é importante cada parlamentar ter um assessor de gabinete e ele considera que o número deveria aumentar de um para dois. “Aqui na roça, deveria ter um, para ajudar aqui no interior, e outro no gabinete. Acho melhor dois, porque precisamos. A lei permite isso e na Câmara tem pouca coisa, o mais necessário é aqui. Hoje (30)o meu assessor que deveria estar aqui, foi lá em Vitória levar um paciente”, conta o vereador.
Apesar de já ter uma opinião formada sobre o assunto, os vereadores José Laci Gagno (PSD) e Eduardo José Ramos (PSDB),quando procurados pela reportagem do Montanhas Capixabas, disseram que não gostariam de publicar suas opiniões nesse momento, pois primeiro iriam se reunir na Câmara com os outros vereadores.Já o vereador Manoel de Oliveira Barcelos Junior (DEM) disse que ainda não tem uma opinião formada sobre o assunto.
O encontro dos vereadores para debater sobre a necessidade ou não do cargo de assessor de gabinete e como esse profissional, em caso de aprovação do presidente da Câmara, será melhor aproveitado dentro ou fora da Casa, ainda não tem uma data definida. Os vereadores iniciam os trabalhos na Câmara no próximo dia 16 de fevereiro.
Vereadores favoráveis à utilização de assessor de gabinete:
Alex Kill (PDT)
Diogo Endlich (PV)
Gerson Canal (PSD)
Jefferson Hand (PSDB)
Julio Maria Christ (PPS)
Nelson Soares da Silva Junior (PDT)
Sandra Cristina Neitzke Christ (PSC)
Silvestre Alves de Oliveira (SD)
Vereadores contrários à utilização de assessor de gabinete:
Heloisio Rodrigues Alves (PEN)
Rogério Manzoli (PV)
Não quiseram se pronunciar:
Eduardo José Ramos (PSDB)
José Laci Gagno (PSD)
Manoel de Oliveira Barcelos Junior (DEM)