Alunos de escolas de Ponto Alto e Alto Paraju promovem intercâmbio de cartas
Publicado em 17/07/2018 às 18:46
Trabalhar e ampliar o conhecimento das características dos gêneros textuais, do aprimoramento da leitura e da escrita por meio da interação com cartas. Esse foi o objetivo do projeto desenvolvido pelos estudantes da EEEFM Ponto do Alto e da EMEF de Alto Paraju, ambas em Domingos Martins.
Intitulado de “Intercâmbio de cartas”, o projeto que foi idealizado pelas professores de língua portuguesa Carina Luzia Borghart e Cleuzimária Rodrigues, contou com a participação de profissionais das duas instituições, além dos alunos.
Para iniciar o projeto, foi realizada uma conversa com os estudantes para verificar os conhecimentos prévios que eles apresentavam sobre a iniciativa, tais como importância do gênero textual tanto no passado quanto no presente, características, intencionalidades e finalidades. Por meio da mediação dialética, cada aluno relatou seus conhecimentos e em conjunto foi elaborado um conceito coletivo.
Em seguida, os estudantes receberam um destinatário e produziram suas cartas. As produções textuais seguiram uma sequência, foram corrigidas em sala de aula, no qual foram verificados pelas professoras alguns aspectos de caligrafia, ortografia, pontuação, acentuação, concordância e coesão. Com os ajustes realizados, as cartas foram reescritas e depositadas em envelopes confeccionados.
Após cada estudante enviar e receber as cartas, outras foram produzidas para responder questionamentos lidos, registrar impressões e expectativas para o grande encontro entre as escolas. Junto com essa troca de cartas, foi realizado um concurso de paródias para escolher a que melhor representasse as finalidades do projeto.
Segundo a diretora do EMEF Alto Paraju, Claudina Maria Christ, as práticas de produções textuais são eficientes quando se tornam significativas e intencionais. “Viajar pelos diversos tipos e gêneros textuais torna a aprendizagem envolvente e garante aos estudantes conhecimento de qualidade. Participar de projetos grandiosos e valiosos como o intercâmbio de cartas vai além dos muros da escola, conectam escolas e famílias num espaço de interação e troca de conhecimentos”, destacou a diretora.
Para o diretor da EEEFM Ponto do Alto, Marcelo Ribett o projeto também representa um resgata da comunicação por meio da escrita. “Os alunos puderam comparar um método de comunicação tradicional – a carta – que por séculos foi o único, com as várias formas de comunicação instantâneas da atualidade. Como a formalidade da escrita foi sendo substituída pelas abreviações e gírias das grafias nas redes sociais do mundo moderno. Como a espera pela resposta que antes demorava semanas causava ansiedade e agora em fração de segundos a resposta chega, mas a ansiedade e o estresse da geração do imediatismo é ainda maior”, contou Marcelo.
Para apresentar os resultados do projeto, os estudantes da escola da EEEFM Ponto do Alto recepcionaram, no último dia 12 de julho, os alunos da EMEF de Alto Paraju. Houve a apresentação da paródia “Intercâmbio de cartas” da música “Não deixo não” do cantor Mano Walter, com a participação do sanfoneiro Kauan Reetz Gerhardt, aluno da EEEFM Ponto do Alto e do violeiro Brayan Luan Ribett, morador da comunidade.
Os estudantes também entregaram a última carta que foi produzida durante o desenvolvimento do intercâmbio, puderam conhecer o destinatário e fazer novas amizades. Ainda no encontro, os estudantes praticaram a modalidade de futsal e compartilharam um lanche.
Mais projetos
As escolas envolvidas apresentam projetos de leitura intitulados de “Pare Tudo E Leia” e “Ler e escrever, prazer e novas descobertas”. Um período de vinte minutos a cada semana será destinado exclusivamente para a leitura. Assim, será solicitado que o estudante escolha um livro lido e escreva uma carta para um dos personagens, contando sobre a interação que o intercâmbio proporcionou, desvendando novos espaços e tempos além de anexar valores e explanar os conhecimentos adquiridos ao redigir uma carta. As produções serão corrigidas, reescritas e compartilhadas nas escolas.