Agroecologia, culturas alimentares e floricultura são destaque em seminário de pesquisas da Fapes
Publicado em 19/05/2019 às 15:02
A Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Espírito Santo (Fapes), através do edital de Pesquisa Aplicada a Políticas Públicas Estaduais – Pesquisa Agropecuária no Estado do Espírito Santo (PPE-Agro), está apoiando 17 projetos desenvolvidos em solo capixaba voltados a resolver problemas envolvendo a fabricação de fertilizantes orgânicos, sementes crioulas, sistemas de produção agroecológicos, culturas alimentares e floricultura.
Pela segunda vez, os resultados preliminares das pesquisas foram apresentados no Seminário Parcial de Avaliação e Acompanhamento de Projetos, realizado quinta-feira (9) e sexta-feira (10), em Domingos Martins. Os estudos foram aprovados na chamada pública lançada em 2015 do programa da PPE-Agro, lançado conjuntamente pela Fapes e Secretaria de Estado da Agricultura, Abastecimento, Aquicultura e Pesca (Seag).
Um dos estudos é coordenado pela pesquisadora Sheila Cristina Prucoli Posse, que analisa a produtividade de sementes usadas tradicionalmente por agricultores do Estado no plantio de milho e feijão.
“Primeiro, coletamos mais de 100 diferentes sementes de milho e 250 de feijão e enviamos ao laboratório de análise genética para verificar a proximidade entre elas. Após essa etapa, estamos testando a produtividade e a adaptabilidade de 10 tipos de milho e 35 de feijão, identificados pelos testes laboratoriais, em três locais diferentes do Espírito Santo: Mimoso do Sul, Venda Nova do Imigrante e Linhares”, explica a pesquisadora do Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper).
Segundo ela, o objetivo é identificar as melhores variedades para cada região. Para validar os resultados, os ensaios devem ser instalados duas vezes por ano, formando quatro plantios para amostragem para fazer a média e chegar à conclusão.
Pesquisas aplicadas à agricultura
O Edital 06/2015 disponibilizou R$ 10,7 milhões para 90 projetos de oito instituições de ensino e pesquisa, entre elas Ufes, Ifes, Incaper, UVV e UCL. As pesquisas visam ao aumento da produtividade em agricultura, pecuária, aquicultura e pesca.
A chamada selecionou projetos de cafeicultura; aquicultura; silvicultura e sistemas integrados de produção; água, solo e agricultura de baixo carbono; pipericultura; produção animal; fruticultura; agroecologia e agricultura orgânica; culturas alimentares e floricultura.
Agroecologia no PPE-Agro
Dentro da temática da agricultura orgânica e da agroecologia, o edital do PPE-Agro financia 10 projetos organizados em três redes de pesquisa. Confira:
Rede 1: Tecnologias agroecológicas para a produção sustentável, soberania e segurança alimentar nos agrossistemas da agricultura familiar:
– “Qualidade fisiológica e sanitária de sementes crioulas produzidas em sistemas orgânicos e agroecológicos no Estado do Espírito Santo”, de Antônio Fernando de Souza (Ifes/Santa Teresa);
– “Estratégias de manejo conservacionista, diversificação e inovação tecnológica para sustentabilidade de agroecossistemas de base familiar no Estado do Espírito Santo”, de Maria da Penha Angeletti (Incaper/Domingos Martins);
– “Desenvolvimento de cultivares de milho crioulo (Zea mays L.) destinados a sistemas de cultivo agroecológicos”, de Luciléa Silva dos Reis (Ifes/Santa Teresa).
Rede 2: Rede de estudos ambientais e socioeconômicos em sistemas de produção agroecológicos:
– “Avaliação do cafeeiro orgânico em sistemas agroflorestais, da matéria orgânica, da equivalência de área e da percepção por agricultores”, de João Batista Silva Araujo (Incaper/Domingos Martins);
– “Estudo das condições ambientais em sistemas de produção agroecológicos”, de Maria da Penha Padovan (Incaper/Domingos Martins);
– “Espécies arbóreas com potencial econômico para composição de sistemas agroecológicos e fonte de produtos bioativos”, de Denise Coutinho Endringer (UVV/Vila Velha);
– “Avaliação da Qualidade de cafés orgânicos em sistemas agroflorestais por Técnicas Analíticas Modernas”, de Wanderson Romão (Ifes/Vila Velha).
Rede 3: Utilização da estruvita e resíduos orgânicos na fabricação de fertilizantes organo-fosfatados para uso na agricultura orgânica:
– “Precipitação química de estruvita derivada de águas amarelas para o reaproveitamento de nutrientes na fertilização agrícola”, Ricardo Franci Gonçalves (Ufes/Vitória);
– “Desenvolvimento de metodologias eletro analíticas empregando um protótipo de baixo custo para o monitoramento de metais pesados e fármacos (antibióticos – hormônios) em urina e estruvita usada como fertilizante na agricultura orgânica”, de Rafael de Queiroz Ferreira (Ufes/Vitória);
– “Utilização de estruvita e resíduos orgânicos na fabricação de fertilizantes organo-minerais a partir do Processo Humifert: produção, caracterização e aplicação”, Sérvio Tulio Cassini UFES/Vitória.
Floricultura e culturas alimentares no PPE-Agro
Dentro dessa temática, o edital do PPE-Agro financia sete projetos organizados em duas redes de pesquisa. Confira:
Rede 1: Seleção de genótipos de culturas tradicionais alimentares visando a sustentabilidade da agricultura familiar:
– “Resgate e avaliação de genótipos promissores de feijão e milho visando sua indicação para os agricultores familiares do Estado do Espírito Santo”, de Sheila Cristina Prucoli Posse (Incaper/Vitória);
– “Seleção de genótipos de Manihot esculenta visando à sustentabilidade da agricultura familiar do Estado do Espírito Santo”, de Adésio Ferreira (Ufes/Alegre);
– “Caracterização molecular e bioquímica de coleção capixaba de germoplasma de feijão, mandioca e milho”, de Marcia Flores da Silva Ferreira (Ufes/Alegre);
– “Melhoramento de milho capixaba visando tolerância à seca”, de Monique Moreira Moulin (Ifes/Alegre).
Rede 2: Sistemas de produção para a floricultura no Espírito Santo:
– “Uso de telas de sombreamento fotos seletivas em ambiente protegido para cultivo de rosa e crisântemo: efeito no ambiente e nas plantas”, de Evandro Chaves de Oliveira (Ifes/Itapina);
– “Influência da lâmina de água e dos níveis de cálcio e silício na cultura do crisântemo, cultivado em vaso, sob condições de campo, na região Noroeste do Espírito Santo”, de Robson Prucoli Posse (Ifes/Itapina);
– “Avaliação do desenvolvimento de variedades de callas no Estado do Espírito Santo”, de Márcia Varela da Silva (Incaper/Guaçuí).