Agricultores recebem aparelhos que ajudam a economizar água na irrigação
Publicado em 29/08/2021 às 20:08
Para incentivar o uso racional e a divisão dos recursos hídricos entre agricultores, o Projeto Água na Medida, da Agência Estadual de Recursos Hídricos (Agerh), começou a instalar irrigâmetros em 15 propriedades rurais familiares da microbacia do Córrego do Frigério, em Nova Venécia.
Irrigâmetros são aparelhos que medem a evapotranspiração – perda de água do solo por evaporação e a perda de água da planta por transpiração – e, com base nesses dados, indicam quanto tempo de irrigação é necessário e quando ela precisa ser feita para que a lavoura se desenvolva bem.
Os resultados esperados são economia de água e melhora da qualidade e produtividade das plantações, que sofrem os efeitos do período seco na região norte do Estado. Os 15 proprietários rurais participantes do projeto são produtores de café e pimenta e possuem Outorgas de Direito de Uso dos Recursos Hídricos, documento que regulariza a captação e o uso da água bruta.
A coordenadora do Projeto Água na Medida, Silvia Batista Soares, adianta que a experiência com a metodologia de uso racional e divisão consensual da água aplicada na microbacia poderá servir de exemplo para outras regiões do Estado.
“Além dos irrigâmetros, nós vamos instalar uma estação meteorológica e aplicar algumas técnicas para a medição da umidade do solo, com a finalidade de levantar dados para alimentar um sistema computacional, que deverá indicar a melhor hora para irrigar e a quantidade de água a ser usada na lavoura de cada produtor rural da microbacia em estudo. Pretendemos que esse sistema se mostre viável para essa finalidade e, assim sendo, a metodologia poderá ser replicada em bacias hidrográficas que apresentem alguma forma de conflito pelo uso da água”, explica a coordenadora da pesquisa.
Antes da instalação dos equipamentos, a equipe do projeto coletou amostras do solo e avaliou o sistema de irrigação nas propriedades para dar suporte técnico à configuração dos aparelhos, que funcionam com réguas que medem a quantidade de água no solo e na planta.
Gestão Comunitária da Água
Devido à escassez hídrica, a microbacia do Córrego do Frigério, localizada na bacia hidrográfica do rio São Mateus, tem um histórico de conflito pelo uso da água e uma alta demanda de recursos hídricos para irrigação, realidade que o projeto Água na Medida quer ajudar a mudar.
Além de incentivar métodos modernos de irrigação, que promovem o uso sustentável da água, o projeto visa a promover a distribuição justa e consensual dos recursos hídricos entre as propriedades rurais, uma vez que os produtores poderão definir regras de uso da água em momentos de escassez com base em monitoramento de campo.
“As pesquisas que estamos realizando nessas 15 propriedades vão gerar respostas para todos os produtores da microbacia, já que os dados colhidos nesses locais alimentarão um sistema de apoio à decisão que se comunicará com todos os produtores do Córrego Frigério”, explica Silvia.
O projeto “Água na Medida” é voltado às microbacias hidrográficas de bases agrícola e familiar do Espírito Santo e a Microbacia do Frigério está sendo a primeira a receber as atividades do projeto, que faz parte do planejamento estratégico do Governo do Estado do Espírito Santo na área ambiental e agrícola.
Nos dois primeiros anos do projeto, as mesmas tecnologias também serão implementadas em outra microbacia, na região do rio Doce.
O projeto de “Apoio à Implantação e Aperfeiçoamento de Instrumentos de Incentivo ao Uso Racional da Água na Agricultura e à Autogestão Comunitária de Recursos Hídricos por Microbacia” (Água na Medida) é uma parceria da Agerh com o Fundo Estadual de Recursos Hídricos e Florestais do Espírito Santo (Fundágua), a Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Espírito Santo (Fapes) e a Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), por meio do Centro de Ciências Agrárias e Engenharias (CCAE) – Campus de Alegre, e do Laboratório de Gestão de Recursos Hídricos e Desenvolvimento Regional (Labgest) – Campus de Goiabeiras.
Fonte: Agerh